Minha Reencarnação
Lembro-me que a malfadada sorte,
Fizera minha alma perecer,
Já pela juventude essa minha morte
Ao túmulo me fez descer!
Abatido por um tiro de fuzil
Quando passeava ao léu pela mansão
Estourou na rua a guerra civil
Sendo eu confinado a um frio caixão
Agora sinto as mãos tremendo
O corpo começar novamente a mexer
A cabeça ao caixão se debatendo
Tudo isso incrédulo eu posso perceber
A terra pesando ao meu peito,
Roupas apodrecidas rasgam-se sozinhas
Tudo parece ilusório e perfeito
Sinto o sangue fluir nestas mãos minhas
As unhas cavando a saída,
Do túmulo encharcado pela tempestade
De novo esse sopro de vida
Para retornar ao berço da humanidade!
Na mente eu bem recordo,
Daqueles que um dia enfim me deixaram
Como do sono me acordo,
Destes séculos sepultados nada restaram
Mas tudo está escurecido
Quando desta cova havia agora saído,
Por Deus! Havia-me esquecido
Que como animal fora então renascido