ANO NOVO NA PRAIA

Contagem regressiva, faltavam 0:20 minutos para terminar o ano de 2012. Eu muito irriquieta chamava meu marido:

- Renato, anda logo, vamos chegar atrasados. Assim não veremos a queima de fogos.

- Calma querida, vai dar tempo, é só descer a rua e estaremos lá. - dizia Renato, enquanto saia do quarto ainda vestindo a camisa branca.

Saímos as pressas, eu muito apressada, desci na frente, esperei o Renato na saída do prédio.

As ruas muito movimentadas, inúmeras pessoas seguindo para o calçadão. O bairro estava totalmente tomado por pessoas querendo ver o show de fogos.

- Depressa! - dizia eu enquanto andava na frente a passos largos.

- Chegamos! - disse meu marido, enquanto procurava um lugar para colocar o pé na areia da praia.

Tinha tanta gente que se levantasse um pé, não conseguiria mais espaço para retorná-lo a areia, tamanha era a multidão.

Felizmente chegamos a tempo de ver os fogos. Iniciou-se uma contagem regressiva, e em poucos segundos os fogos começaram a explodir no céu, foi um Show magnífico. Dava para ver a queima de fogos de Copacabana, Flamengo e Icaraí, todos ao mesmo tempo. Os fogos coloridos formavam círculos lindos de luzes e cores, com cascatas a descer pelo ar, provocando a mais bela visão na terra.

Eu particularmente não gosto de tumultos, multidões, por sentir as energias que emanam da massa, mas este ano senti o desejo de assistir a queima de fogos. Antes que terminasse a queima, chamei meu marido para voltarmos para casa. Ele concordou comigo, pois quando terminasse a queima seria um tumulto para sair dali.

Saímos, em meio a uma multidão, pedindo licença até alcançar a pista. Ufa!...finalmente chegamos a pista. Seguímos para casa, ainda ouvindo os fogos queimando no céu, num jogo sincronizado de luzes e cores.

Deixamos a multidão para trás e seguímos por uma rua paralela a principal, Rua de árvores frondosas, escurecidas pelas copas das árvores, escondendo o perigo. Caminhamos e mais adiante observei um vulto correr e se esconder atrás de uma árvore. Falei para o meu marido, que não me deu ouvidos, dizendo:

- Não há de ser nada, é coisa da sua imaginação.

- Renato eu vi, parece um homem muito alto e carregava uma especie de arma na mão, me pareceu um machado.

- Que arma que nada, está louca, quem andaria com um machado em plena área urbana?

- Renato! Vamos voltar, estou com medo.

- Mulher deixa de ser boba, não tem ninguém ali, veja.

Caminhamos mais alguns passos quando Renato viu seu pé atolado em uma poça viscosa, e quando passou a mão verificou que era sangue. Olhando em volta viu uma trilha de sangue, a qual empoçava onde o Renato pisou. Seguimos a trilha, ao chegar ao final dela, quase caímos para trás de susto, precisei me segurar no Renato, adivinhem o que encontramos? Um corpo sem cabeça! Cena horrível! renato começou a temer por nossas vidas, e não sabia mais se seguia ou se voltava.

Segurei-o pelo braço e disse-lhe:

- Venha vamos voltar. - Enquanto ligava para a polícia.

O telefone tocava e ninguém atendia, também aquela hora, estavam todos interessados na queima de fogos.

Enquanto voltávamos, olhávamos para todos os lados, vai que quem fez aquilo aparece novamente. Andávamos a passos largos, quase correndo. Em uma esquina, enquanto virávamos a esquerda, eis que de repente uma cabeça rola em meus braços, entrei em pânico, e ao olhar aquilo na minha mão observei que era o meu marido. Dei um grito de pavor, carreguei a cabeça comigo, enquanto aquele monstro corria atrás de mim. Emitia um som que não parecia o meu idioma.

Corri o mais que pude, em busca de ajuda, e ao atravessar uma rua, caí, levantei-me e me vi caída no chão sem cabeça, senti-me indo na direção de uma luz e dela vinha Renato. Não entendi mais nada, o que aconteceu? Agora há pouco Renato estava morto no chão e sem cabeça, e de repente ele aparece vivo e com cabeça.

Bem não importa o que houve, o importante é que estávamos vivos. Ele me deu a mão e caminhamos juntos para a luz. Enquanto caminhávamos vi o monstro caminhando próximo a nós, puxando uma perna e carregando três cabeças, aquilo me era familiar, mas não compreendia por que?

Rivanda De Siqueira
Enviado por Rivanda De Siqueira em 01/01/2013
Reeditado em 02/01/2013
Código do texto: T4062414
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