Terror no Fim do Mundo
Terror no Fim do Mundo
Jorge Linhaça
Começou como uma inocente chuva de estrelas cadentes riscando o céu.
As pessoas saiam às ruas ou debruçavam-se em suas janelas com os olhos fixos no firmamento.
Mas as estrelas começaram a crescer... A princípio nada de extraordinário, parecia que estavam mais brilhantes, aos poucos foram se agigantando e, quando nos demos conta estavam vindo em nossa direção.
Começaram a explodir contra o solo, levantando nuvens de poeira negra que se projetavam na atmosfera ao redor e ficavam em uma espécie de suspensão tal e qual o pólen carregado pelo vento...
As pessoas procuravam abrigo, fechavam janelas, gritavam de medo ou simplesmente emudeciam diante do cenário inusitado e tenebroso.
Quando a misteriosa poeira começou a precipitar-se sobre as pessoas e animais o que se via era algo estranho... Ao contato com os seres vivos a pele destes começava a espumar de uma maneira semelhante a quando se joga água oxigenada sobre uma ferida infeccionada...Aos poucos os corpos iam se transformando em uma substancia , gosmenta, gelatinosa, viscosa...consumindo a vida do infeliz hospedeiro.
A terrível cena repetia-se por toda a parte, as pessoas não precisavam ser recobertas pela poeira negra, bastava o simples contato com uma parte descoberta dos corpos. Alguns foram contaminados ao tentarem abrir as portas de suas casas, de seus carros...
O pavor espalhou-se rapidamente, grandes poças da macabra gelatina espalhavam-se por todos os lados. Eu assistia a tudo isso de minha janela, agora fechada desde que vi a poeira erguer-se no céu.
Não sei quanto tempo resistirei, vedei as frestas das portas e janelas, mas não sei quanto durará meu alimento, não sei se a água que vem dos canos está ou não contaminada pela poeira.. .A situação é semelhante a de milhares de outras pessoas...
Uma hora terei de sair de casa...enfrentar a poeira e rezar para que consiga isolar meu corpo.
Este é apenas o primeiro dia desse horror vindo não se sabe de onde.
Salvador, 18/12/2012