O Centurião

Neste caminho sem absolvição,

O ódio intenso ao corpo deflagrado

Um padecer lento em expiação

Mortificando o espírito angustiado

A morte é a sua condenação,

O sofrimento distante de teu Deus

A sentença será a crucificação

Para esse nazareno rei dos judeus!

O cravo fincando em tua mão,

A cada golpe dado com marretada,

Nem para ti haverá a salvação,

Dê-lhe mais um golpe de chibatada

Torturem-no sem ter piedade,

Marquem em fogo estas suas costas,

Faça-o temer toda autoridade

Ficando nesta pele dolorosas crostas

Diga-me onde está sua alma altiva

Agora que todo o terror,

Da pele sangrando em carne viva

Imputa-lhe a forte dor!

Ouça essas blasfemas cantorias

Daqueles que eram seus seguidores,

Proclamou ser o único messias

A suplicar perante as terríveis dores!

Ergam-no para que divise o céu

Nesta cruz pesada que assim balança,

Desfrute do vinagre e deste fel,

Quando te trespassar a minha lança!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 09/12/2012
Código do texto: T4026660
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