O Navio da Morte
Sou um velho e acossado marinheiro
Vivi o infortúnio no alto mar,
Velejando pelo longo mundo inteiro,
Antes da maldição me atacar!
Minha tripulação tinha a boa fartura
Ouvia-se a alegria em cada voz,
Porém condenei-os para a sepultura
Ao matar um irritante albatroz
Foi então que por um marujo alertado,
Entrávamos dentro denso nevoeiro
Por atirar a este pássaro fui condenado
Por essa maldição de um forasteiro!
Navegando pelos mares ao norte,
Uma sede sem fim começou,
Aquela foi à sina de toda a má sorte
A praga que a ave me rogou!
Um dia após o outro assim viria,
O navio atracado no meio do mar parado,
Não havia mais água e a agonia,
Da fome animal havia nos amaldiçoado!
Água para todos os lados, nada pra beber
Um marujo viu uma nau no horizonte,
Irão nos salvar, aqui não podemos morrer,
Com a pele ressequida da pálida fronte
Mas como se podia aquilo navegar,
Sem correntes, tripulação e sem as velas,
Era a morte que vinha nos buscar,
Eram os fantasmas de antigas caravelas
Duzentos homens caíram ao meu lado
Mortos e consumidos pelo pavor
Cada qual teve esse seu destino traçado
Falecidos pelos sintomas do horror!
Percebia a maldição em seus olhares,
O feitiço gemendo horripilante,
Sonhando em retornar aos seus lares
Dar um fim ao pesadelo errante!
Adiante um barco pequeno se aproxima
Um ermitão com jovem moço,
Vem libertar-nos desta fúnebre sina
Tirar-nos a corda do pescoço!
Agora salvo com alivio eu respiro,
O navio retumbou e afundou na solidão
Resgatou-me da morte meu filho,
Senão agora estaria dentro de um caixão!