O Casal

Dizem as más línguas que todos os dias antes do por do sol uma bela jovem, chamada Inaê, a bela jovem costumava se banhar em uma cachoeira próximo a cidade de São Francisco do Pará. A moça sempre ia ao lugar para refresca-se e também para ver o amado, um belo rapaz forte e com traços indígenas, Rafael era o seu nome, morava bem próximo à cachoeira.

Inaê tinha uma família muito conservadora que não aceitava seu namoro, pois o rapaz era de origem humilde. O casal apaixonado namorava na cachoeira escondidos, longe dos olhos e da língua da sociedade.

Certo dia, intrigado com o sumiço da jovem, todos os dias na mesma hora, o irmão mais velho de Inaê, resolveu segui-la e escondido na mata pode observar os dois juntos, seu corpo foi tomado de ira e de irracionalidade, abaixou-se pegou uma pedra enorme e mirou o crânio de Rafael. A pedra acertou o pobre rapaz em cheio, lhe tirando qualquer sopro de vida. Inaê ficou aterrorizada, por alguns minutos gritava o nome do amado. O irmão de Inaê a obrigou a esconder todas as evidencias do crime, inclusive o corpo.

A jovem voltou para casa assombrada, enlouquecida. Passado alguns dias a bela moça decidiu voltar ao local, para sentir a presença do seu amor... Ela o chamava em pensamento deitou-se na relva e gritava pelo rapaz... Até que um dia o rapaz apareceu, com imagem cadavérica, culpando-a por sua morte.

Após, aquele encontro Inaê teve seu corpo tomado por uma espécie de espírito das trevas, cometendo uma serie de barbaridades, matou o cachorro do vizinho, tentou enforcar seu único sobrinho. Seus pais já não sabiam o que fazer, tinham ciência do homicídio que acontecera há alguns dias, por conta disso associaram os acontecimentos a morte de Rafael, chegando a conclusão que Inaê havia sido tomada por um espírito do mal.

A família já cansada resolveu chamar um exorcista para afastar o mal de Inaê, quando ele chegou até a residência, a menina fugiu enlouquecida em direção à mata. Nunca mais ninguém soube ao certo seu paradeiro.

Desde aquele dia muitos cachorros apareceram mortos, sem motivo algum, e também sempre alguma criança desaparece, dizem que a jovem dá o sangue dos animais e o corpo das crianças para que Rafael sacie sua fome de vingança... A história aconteceu há cinquenta anos e dizem até hoje que a velha Inaê vive portando o mal consigo e aterrorizando os vilarejos próximos a São Francisco do Pará.

Bella Cordovil
Enviado por Bella Cordovil em 18/11/2012
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