A Vítima

Ajoelhada entre as pernas quebradas,

Débil e doente respirar,

Tendo ao seu fim as pernas amarradas

Para alguém lhe espancar!

Sem um nome nem a identidade,

O rosto todo deformado,

Sofrendo por toda essa brutalidade

Teve o corpo recortado.

Sua vida já está se desvanecendo,

O sangue em coagulação,

É a certeza que vai então morrendo

Pulsa lento o seu coração!

Você é apenas mais um trágico número,

Um registro dentro do obituário,

Fratura exposta partindo o seu úmero,

Nas mãos o santo escapulário

Seus dentes retirados pelas pauladas

A massa encefálica pelo chão,

O tórax afundado pelas duras pisadas

Pedindo a Deus sua proteção!

Quem lhe torturou até que a dor,

Fosse à razão para viver,

Submersa em um estado de torpor

A morte virá te acolher!

Tua existência foi senão legítima,

Nas mãos de um assassino calculista,

Outra morta, uma nova vítima,

Mais um cadáver para nosso legista!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 18/11/2012
Código do texto: T3991636
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