TRIPLAMENTE MALÍGNA ATACA NOVAMENTE

_Sabe todos aqueles experimentos que eu venho tentando fazer? Aqueles sobre os quais eu lhe falei?

_ Saia daqui!!! Socoooorrroooo! Vá embora!

_ Cale essa sua boca e me ouça! Quanto mais você me negar, mais presente eu estarei.

Sara corre desesperada para seu quarto. Fecha a janela. Pula em cima da cama e se cobre com um grosso lençol.

_Eu já lhe disse mil vezes! Não adianta! Deixe-me dizer tudo, pois enquanto estou nesta experiência, posso fazer coisas incríveis, visitar pessoas distantes, adivinhar coisas, mover objetos de lugar sem tocá-los. E pára de ficar se tremendo. Boba idiota, sou eu! A única diferença é que eu consegui fazer o que ninguém jamais fez!

Sara, finalmente convencida pelo espírito, retira parte do lençol de sua cabeça e, ainda um pouco com medo, diz:

_ Está bem! Mas o que tenho haver com seus propósitos? Porque não procura outra pessoa? Além do mais, eu não acreditei nem nunca acreditarei em fantasmas, estou convencida de que sua imagem é apenas um efeito de um pouco a mais de cafeína que tenho ingerido, afinal, tal substância me deixa insone. Diga logo o que deseja para que depois eu venha constatar que você foi fruto de minha imaginação perturbada.

_ Você está a dialogar comigo dessa forma e é porque não acredita em mim! Imagina se acreditasse!!!

_ Ahhhh....não me venha com essas! Diga logo! Vamos! Preciso dormir!

_ Tudo bem. Primeiro quero dizer que nesta imagem que estou, eu posso atravessar mentes e portais. O experimento ocorre a cada lua cheia e se, muitos pensarem que envolve bruxaria, digo-lhe que é um novo conceito de ciência, ainda muito embrionária, mas que em alguns anos, poderá ser a viagem para o futuro que tanto desejamos fazer.

_Viagem para o futuro? Que desejamos fazer? Já vi muita coisa nessa vida, mas um espírito zombeteiro fumador de maconha é a primeira vez!!!!

_Você vai ficar me interrompendo? Dá para ficar calada e prestar atenção? Ou você acha que estou aqui por acaso? Preciso de sua ajuda!!! E rápido!

_Então diga o que deseja. E logo!

_ Preciso que vá até o meu quarto. Quando você chegar lá, direi tudo que for necessário fazer.

Sara não gostou nenhum pouco da proposta que o espírito lhe fez. A esta altura, ela já estava sentada na cama e se levantava sem muita vontade. Calçou os chinelos e saiu do seu quarto. No corredor, era possível ver uma pequena luz acesa para iluminar o caminho que ia até o banheiro.

_Preciso que faça um pequeno corte em minha garganta, mas nada muito profundo. Apenas o bastante para me deixar entre a vida e a morte, pois pretendo ficar em coma por uns dois meses, tempo suficiente para que eu faça mais descobertas.

Sara viu uma tesoura do lado da mesinha que ficava perto da cama de Catarina. Somente ela dormia naquele quarto. O quarto belíssimo, com decoração de bom gosto combinava com a beleza daquela menina de apenas dezessete anos.

_Eu não posso fazer isso!!! Você enlouqueceu??? Como posso matar você ? Pois é lógico que eu não terei nenhuma precisão de saber se o corte que farei no seu corpo será o suficiente para deixá-la em coma!

Neste instante, Sara sai do quarto daquela inocente moça e corre até a metade do corredor. Sob uma força estranha, sente que um peso se faz frente a ela. Aquele corredor, que antes tinha uma luz, estava tomado por uma escuridão. Mas Sara conseguia ver uma sombra diante dela.

_ Escute aqui, eu PRECISO que volte agora! EXIJO que vá até meu quarto e faça o que estou pedindo.

_Eu não posso fazer isso! Você sabe que não posso! E se você morrer? Eu serei acusada de assassinato!!! Isso será um crime!!!!

_Pare de ser boba!

A discussão entre Sara e o espírito ocorria ali naquele corredor. Sara tentava demonstrar ao espírito que não poderia fazer aquilo, enquanto que o maléfico buscava convencê-la de que o em nada aquilo poderia prejudicá-la nem muito menos prejudicar a si, que segundo ele, seu corpo carnal nada sofreria.

_Volte.

Desta vez Sara voltou. Virou-se e fez novamente a caminhada para o quarto da menina. Abriu a porta. Sara foi convencida de que era preciso.

Entrou no quarto. Pegou a tesoura. Quando impôs a tesoura em gesto ameaçador, Catarina gritou:

_Socorrrrooo... O que você.....

_Não desista agora! Você foi quem pediu!!!

Os gritos de horror da pobre mocinha foram abafados pela tesoura cravada em sua própria garganta. Sara estocou a tesoura na garganta da moça até o cabo. A vítima se afogava enquanto o espírito, no canto do quarto, observava tudo com um ar de satisfação.

Sara com a tesoura, atravessou aquela porta e molhada com todo o sangue de sua vítima, andava por aquele corredor. Sara estava diferente. Tinha um silêncio dentro de si. Com a cabeça baixa e passos lentos, parecia hipnotizada. Sara tinha alguma coisa...

_Toc...toc...toc...toc... Sara, minha tesoura está aí?Acorda! Papai disse que ontem à tarde você estava procurando para cortar as unhas. Vai....acorda! Preciso dela.

´´Meu Deus!!! Que sonho terrível!!! Como sonhei matando minha própria irmã!`` Sara pensava isso, enquanto via a tesoura e, agora em choque, percebia o corpo de sua madrasta do lado....

Eliane Vale
Enviado por Eliane Vale em 16/11/2012
Reeditado em 16/11/2012
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