Assombrações
A Escola de Artes Cênicas tinha a ma fama de ser mal-assombrada. Os residentes, vindos do interior viviam apavorados. Os banheiros ficavam na parte externa -era um quintal enorme, de muito verde, com uma bela vista para o mar. Amália, jovem atriz disse ter visto uma mulher de branco se deslocando pelo quintal, quando saiu`na madrugada para se livrar das latinhas das cervejas, que havia consumido na sexta.
- Eu juro, gente. Era uma mulher, parecia não pisar no chão. Quando olhou para mim...
- O que aconteceu?
- Gritei e saí correndo, de volta para o meu quarto.
O ambiente era sombrio. Um casario antigo, daqueles de grandes janelões. O telhado era alto. Uma escadaria em curva ligava o térreo com o andar de cima. Á noite, pela madrugada o silêncio era quebrado por passos nas escadas. Uma madeira que rangia. Uma janela que batia por várias vezes. Uma porta que se abria e fechava sozinha.Diziam que era pela força dos ventos-outros diziam,que era coisa do Tinhoso.
Os estudantes ficavam em pânico, em seus quartos, principalmente, as mulheres. Sempre mais assustadas.
Havia um estudante que não tinha medo dos fantasmas dali.
- Eu tenho medo. Acordo e saio andando pela casa, vou ao quintal. Sento na varanda, fumo um cigarro. Outro dia sentei na espreguiçadeira da varanda e fiquei observando a lua, as estrelas.
- Então, é você que fica andando pela casa na madrugada, abre janelas e portas? E, ficamos pensando que é um fantasma...
Indagou Eleno.
- Talvez, sim, talvez, não. O que posso dizer é que um incêndio aconteceu na escola, certa feita, três estudantes morreram. Acho que eles vivem por aqui. Nem todos os mortos encontram o caminho da luz.
Amália, Elano e Gustavo.
- Somos em número de três, os que mais se assustam com os fantasmas. Os mortos, que são vistos são em número de três. Duas mulheres e um homem. Quero sair desse lugar. Vou pedir dinheiro aos meus pais, vou alugar uma kitnet. Às vezes não durmo direito...
Lg
(continua)