SIMONE AYER- A CAÇADORA.

1. Acabando com a horda de Vampiros

O prédio era um antigo arranha-céu. Uma daquelas construções inovadoras e ousadas do início do século vinte.

Subo dois lances de escada, atravesso a porta-giratória e vou diretamente ao balcão da recepção. Havia atrás deste, um senhor magricela que usava óculos pesadíssimos qual era sustentado pelo seu nariz adunco.

-- Olá, senhorita... Deseja alguma reserva?— pergunta quando me aproximo. Fico um momento olhando meu reflexo no espelho retangular atrás do recepcionista. O.K. Estava irreconhecível.

-- Não. Na verdade eu fui contratada para ser dama de companhia do senhor Vladus...

O balconista me olha como se estivesse acostumado àquelas situações. Pega um caderninho de capa verde e me anuncia:

-- Quarto 69... Tenha uma boa noite senhorita... —diz-me com um sorrisinho malicioso de iguana. Saio à direção do velho elevador. Adentro naquela caixa de ferro velha e guinchante.

***

Fico a observar a reluzente bolinha do contador de andares subir. 1,2,3... Até que estaca nos 60. A porta se abre. Saio em busca do 69. Passo pelos: 62, 63, 64, 65, 66, 67,68 e... 69. Estaco. Olho para pequena plaqueta com algarismos escritos garrafalmente: 69.Sem sombra de dúvidas era aquele. Dou dois toques leves na porta. Espero.

***

Quem me atende é um velho. Parecia beirar os setenta. Tinha olhos azuis, cabelos poucos e brancos. Vestia-se elegantemente com um terno preto, sobrepondo-se a camiseta roxa.

--Entre... --diz-me, com aqueles olhos azuis que denunciavam a jovialidade escondida. Entro.

***

O quarto era uma verdadeira espelunca. Tudo ali, me lembrava a decrepitude. A parede estava com a pintura a descascar. Os móveis cheiravam a velho. A poltrona onde agora estava sentada tinha molas pulando pra fora (quais me espetavam).

Observo o velho. Ele havia ido a um aparador em frente duma janela que estava lacrada por duas tábuas que formavam um xis. Pega de dois copos, joga dois cubos de gelo em cada um deles e molha-os com vodka. Olho pro meu relógio. Nove e meia. Bom, havia chegado a tempo. Nem um minuto a menos nem a mais.

Levanto-me. Vou ao encontro dele.

-- Você gosta de vodka?—pergunta me estendendo uns dos copos. Detestava beber. Mais fazer o que? Não podia recusar... Aceito imediatamente o copo. Vladus bebe a dele de um só gole. Eu apenas beberico o meu. Eca! Que coisa amarga!

Vladus aproxima-se ainda mais. Cheirava a colônia barata. Aquela boca velha beija a minha. O sangue nela ainda era presente. Põe sobre o criado mudo, ao lado da cama o copo vazio. Deita-se na cama, abrindo o zíper da calça...

-- Pode vir.

E eu vou. Pulo em cima dele e finco minha estaca em seu peito. O infeliz, mal teve tempo de ser surpreender-se. Desmancha-se em cinzas. Quem manda marcar encontro com prostitutas pela internet?O que mais detestava naquela profissão era o cheiro maldito de enxofre que ficava sobrevoando no espaço. Bom, a primeira parte do plano fora concluída.

***

Olho no guarda-roupa, as gavetas e não encontro nada. Fico observando durante uns instantes pro montículo de cinzas acumuladas na cama... E se... Ergo o colchão. E encontro a valise.

Segunda parte do plano concluída. Saio do quarto, batendo com muita força, a porta atrás de mim. Pronto. Ops. Apagam as luzes do prédio. Fico imersa no breu.

***

Retiro do tacão de meu salto uma pequenina lanterna. Alex é um gênio! Vou à direção do elevador empunhando a pequena lanterna. Sem chances. Desabilitaram-no. O único jeito seria as escadas...

CONTINUA ? DEPENDE DE VOCÊS... Se quiserem que eu continue só comentar.

Raffael Petter
Enviado por Raffael Petter em 13/11/2012
Código do texto: T3984299
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