O Psicopata - A Cena do Crime

lembram-se como estava a cena do crime?

Perguntou o dr. Edgar para a sua equipe. Larissa é quem fala.

- O chão do elevador estava vermelho. O sangue espirrava da jugular da pobre coitada, como se fosse uma torneira aberta. O olhar dela era vítreo - o desespero em pessoa. Uma morte triste. Não havia sinais de que tivesse lutado com o assassino.

- Achei estranho a história que a outra havia contado. Estava no plantão, sozinha para organizar alguns arquivos pendentes, quando notou que havia um invasor no prédio. Este a perseguiu por horas a fio, durante toda á noite tentando matá-la, então, ela era a próxima vítima, depois do traveco, que conseguiu escapar, também.

- Isso, sobrando para a coitada da mulher da limpeza. E, eu que sempre valorizei um ditado popular que dizia: " Deus ajuda a quem cedo madruga." esta encontrou a morte. Disse no seu depoimento que, lutando no escuro com o invasor, conseguira tomar o bisturi. Ela me pareceu bem convincente. Foi fria e inteligente, por isso escapou. Fez a reconstituíção de onde estivera, como conseguia fugir dele, e tudo o mais.

Os demais investigadores, permaneciam em silêncio. Não pareciam se importar com a investigação. Eram barrigudos, acomodados - velhos de polícia. perderam ao longo do tempo, o ânimo para a investigação. Dr. Edgar tinha muito interesse naquele caso e na sua futura campanha. Larissa entrara, agora na polícia, e era modelo - gostava de se promover dando entrevistas para a tv, jornais impressos e para o rádio.

- E que fim teve a segunda vítima á escapar?

Perguntou João, enquanto mordia mais uma fatia do hamburger, com fartos goles de uma cerveja em lata.

- Pediu demissão, é claro. Não teria motivos para matar a mulher da limpeza, se quer se conheciam. O criminoso não ficaria em estado de choque como ficou, so conseguiu depor três dias depois, e á base de medicamentos. E, ja te falei que não quero tomando suas latinhas de cerveja na minha frente.

- Desculpe, chefe, mas não consigo ficar um dia sem a minha geladinha.

- Arquivo?

Indagava Larissa.

- Arquivo. Acrescentou no seu depoimento algo que possa nos ajudar nas investigações?

- Não,nada...

O Pelourinho é cercado por antigos sobrados e casarios. Muitas pousadas, ali se estabeleceram. Um mundaréu de turistas de todo o mundo polulam no verão, de todas as partes do mundo. Drogas, bebedeira e prostituíção, inclusive de adolescentes. Mas, existe o lado bom, também. Turistas decentes, idosos ou não - que chegam em busca da beleza do local, do seu bucólico. A vista de algumas pousadas ficam para a maravilhosa Baia de Todos os Santos. O mar ao alvorecer, ou no por-do-sol. O bairro de Santo Antônio, tranquilo, cercado pelas casas centenárias, mantidas ao longo do tempo com a mesma aparência de outrora. O fim de semana é movimentado no Cruz do Pascoal - ali se bebe, conversa, paquera, tem-se horas vadias, ociosas. Uma nova moradora chegou para a pousada Nega Maluca. Trabalhava com vendas de pastéis. Tinha um carrinho que funcionava por entre as faculdades. Na sexta-feira o point era na Cruz do Pascoal - ali, ficava até alta madrugada. Vendia mais de 50 pastéis por noite, talvez muito mais.

Magali era o seu nome, era comum vê-la sozinha trazendo o seu carrinho de pastéis pelas ruas escuras do Comércio. Outras vezes, circulava pelas ruas sombrias do Pelourinho, Santo Antônio e Barbalho.

Magali era morena, alta, esguia, corpo de cinturinha de violão linda. Rosto de deusa de ébano, uma mulher linda, linda de morrer.

(continua)

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 09/11/2012
Reeditado em 10/12/2012
Código do texto: T3977733
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