O CRISTO NEGRO_II
_ Não mato pessoas por prazer. Mato pessoas por missão!!! Pensava César, em seu jantar requintado e gélido, no alto de seu prédio, acompanhado unicamente de um bom vinho!
César era um homem de gosto refinado e, condição social invejável. Era o dono de um grande e importante jornal de são Paulo além de ser um dos sócios da mais importante editora mundial de livros_ SECULAR. Seu apartamento, exacerbadamente luxuoso, era decorado com peças de artes caríssimas. Lá em sua sala, encontravam-se as pinturas NEGRA _ de Tarsila do Amaral e AUTORETRATO COM A ORELHA ENFAIXADA_ de VAN GOGH. Na sala de jantar, existia um lustre francês. Os talheres , apenas para aquele único convidado e anfitrião eram de pratas. César fazia sua refeição tranquilamente, degustava um típico prato francês, acompanhado de um vinho. Os cabelos negros, pele clara, olhos cor- de- mel, compunham perfeitamente com os lábios rosados e finos, lábios estes que eram desenhados em um rosto de formato um pouco quadrado. Naquela grande sala, com pouca luz, apena a luz do lustre, a figura de um homem alto, enganosamente magro, vestido com um hobby de seda negro e que revelavam a calma e requinte em um jantar, demonstraria a solidão e tristeza que qualquer um sentiria por estar só em uma noite de sábado, exceto aquele homem. César havia se tornado o Cristo Negro, mas como isto teria acontecido??? De onde viria? Por que se tornara assim??? Para muitos aquilo era um mistério.
Em 1977, muitos casos misteriosos de assassinatos em série ocorreram no Brasil, casos que até hoje a polícia e a mídia não revelam, pois existe, ainda, uma ameaça constante a vir à tona. César, na época, com apenas sete anos de idade, conhecera o lado mais perverso e terrível do ser humano. Estava sendo programado para matar. Era essa a verdade. Filho de pai estrangeiro e com algumas posses, que por outras razões tiveram de vir morar no Brasil, mantinham ligações com o governo local brasileiro e negócios escusos.
César, ainda menino, foi treinado para praticar pequenas torturas com animais e indigentes. Seus pais, que eram de origem francesa e brasileira, receberam a notícia de que seu filho César Thierry tinha sido escalado, desta vez, para a grande missão.
* * *
Na madrugada daquele sábado, dia vinte e sete de outubro, aquele homem frio espera por uma ordem que viria através do telefone.
_AlÔ? SIM. ESTOU A CAMINHO_Diz césar.
Às nove horas da manhã, o corpo de Elizabete Mendes é encontrado. Seus seios foram retirados, os órgãos genitais foram queimados. Seus olhos, enquanto ainda viva, foram forçosamente abertos no máximo que podiam ser, para que, com uma lâmina de ferro pudessem ser queimados e cegados. A intensidade do calor e a força imposta pelo cristo negro fizeram aqueles olhos, belos olhos, estourarem. A dor pela qual aquela mulher passava não poderia ser imaginada. A pobre mulher havia sido encontrada em um beco, com olhos costurados e inscrições dos versículos bíblicos João_ 10:16 . Os versículos estavam costurados na testa da moça. Os seus braços e pernas foram arrancados com machadadas e depois, colocados perto do corpo, cada membro posto em seu devido lugar o que de longe, não se perceberia que tinham sido arrancados. Apenas quando se chegasse a um ou dois metros de distância. Estava totalmente nua. A língua da moça foi brutalmente arrancada com um grande alicate e colocada em sua vagina. Elizabete não foi ferida mortalmente antes dos momentos de tortura. Esteve viva a cada ato animalesco, viveu a cada membro decepado, a cada órgão queimado e estourado, viveu até o momento que não mais suportou e entrou na cova profunda da morte, que, àquele momento, era o que ela mais desejava. O Cristo Negro não havia matado a jovem naquele lugar. Lá, tinha sido o canto escolhido para a desova.
Às nove horas, enquanto mais um crime com características satânicas e endiabradas tinha sido descoberto na grande São Paulo, O Cristo Negro lia as manchetes do seu ato que corriam o mundo.
Mais uma missão cumprida! Tudo perfeito. Até que...