Capitulo 1 - 3 de "Meias-Noites"

Garikala na meia-noite

Garikala saiu da loja com uma sacolinha sutil nas mãos. Estava irritada por ter respondido a mensagem 'dele'. Ora, não deveria ter feito, com certeza não. Mas engana-se quem pensa que Gari estava divagando sobre isso enquanto pedalava rapidamente pela manhã piadora e quente. Ela sentia o sol como uma planta sente e era banhada pelo vento como um pássaro mergulha num salto profundo pelo céu. Fechou os olhos.

A pele alva da moça brilhava intensamente com a manhã; seus lábios rosados sorriam e agora seus olhos negros se abriam lentamente, como se acorda-se de um sonho bom. A velocidade do vento passeava naqueles curtos e castanhos...

Gari chegou no apartamento. Curto e vazio, um tanto melancólico. Na cozinha, preparou um macarrão instantâneo e depois pôs molho de tomate com alguns legumes em cima. Ela gostava de cozinhar, por isso fez com ingredientes simples uma divina macarronada. Ela ligou o som e encaixou o pen-drive com musicas que ela mais gostava, primeiramente "Hawk Eyes - The Kicks", e dançou sozinha enquanto comia tudo. Aumentou o volume e cantou alto... Até um vizinho chegar e "Está alto demais..."

Mas Gari olhou no fundo dos olhos dele e ele virou-se sem dizer mais nada. Ela fechou a porta e cantou mais alto ainda, jogando o "moleton de bombeiro" no alto e pulando em cima do sofá no momento do solo, com uma frenética guitarra invisível.

Quando a música acabou, percebeu finalmente que estava só demais.

- Preciso de alguém para cantar comigo... - falou para si mesma - mas quem...?

Gari lembrou da boate que sempre visitava. Ficava em Washington...

- Seria bom ir ao Meia-Noite com alguém.

E já sabia o que iria fazer. Viajar. Novamente? Sim, Gari era louca. Pensou com quem iria

- Com quem... De que lugar...

Brasil, já ouvira falar que muitas pessoas de lá adoravam diversão. Precisava de alguém tão louco quanto ela. Alguém que acreditasse. Só de pensar ficou empolgada.

Na verdade, Gari precisava de alguém para se divertir depois dos acontecimentos com "ele". Não precisava de ninguém da raça maldita, precisava de algo novo, algo surpreendente, divertido, perigoso:

- Um garoto humano.

E pegou o bolsão, colocou algumas coisas para deixá-lo mais pesado ainda. vestiu o moletom amarelo de bombeiro e partiu de bicicletinha para o aeroporto de Kagoshima. Para o Brasil e de lá para os EUA.

Gari sabia que poderia encontrar "ele" acidentalmente, mas não tinha medo, era só "desaparecer" depois. Não iria estragar sua diversão por causa dele. Não, não iria. Estava decidido, ela teria um novo humano para se divertir.

Victor Yomika
Enviado por Victor Yomika em 01/11/2012
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