Caldeirão do Ódio

Submergido com a água fervente,

Ossos se desintegram pelo calor,

Acima fervilha a caldeira tão quente,

Ouça gritos e súplicas de horror!

Cozinhando alguns frescos pedaços

Restos de seu esquartejamento,

O líquido ocultando estes teus traços

Do mortal horror de sofrimento

O fogo fervilha toda a combustão,

As carnes soltando-se pelas nervuras

Incinerando o apodrecido coração,

Calor amolecendo suas musculaturas

Ato selvagem do canibalismo,

Mortal fome das entranhas cozidas,

Vingança suprema de sadismo,

Ceifando algumas profanas vidas!

Os olhos saltam dos globos oculares

A pele pastosa pelo aquecer,

Preparando-se os nossos manjares

Na água que está a ferver!

Esquentando as chamas da fogueira

Fervilhem os corpos submersos,

Todos os dopados virão para a lareira

Dentro da caldeira serão imersos

A mente acorrentada ao ócio,

Impõe as técnicas de desumanidade,

Ao grande caldeirão do ódio,

Queimar-se-á nossa natural sanidade!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 31/10/2012
Código do texto: T3961114
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