A aventura fantasmagórica na fazenda do avô
 
Certa vez os três primos foram para a fazenda do avô que era viúvo. Chegando lá souberam que ficará para cuidar deles apenas, Joana uma velhinha dos seus setenta anos.
Na primeira noite já deitados os primos começaram a ouvir estranhos ruídos.  Luiza acordou com a sua porta abrindo lentamente, corajosa ela se levantou e foi ver se eram os seus primos, mas não estava ninguém naquele corredor. Voltou a se deitar e os ruídos ficaram mais fortes, dava a impressão de ser alguém a brincar no corredor. Pensou serem os  seus primos para a assustar e não ligou mais ao assunto.
No quarto ao lado estava o Carlos rindo do primo, pois o Oscar estava cheio de medo do ruído que estavam a escutar, de repente algo cai da estante do quarto, um macaco de pelúcia com um tambor e estranhamente ele começa a tocar. Bem o cabelo do Oscar arrepiou-se, puxou os lençóis e começou a chorar.
Carlos que antes estava sem medo, pois pensava ser a sua prima a fazer das dela, viu que estava acontecendo algo bem estranho, com pena do Oscar ele vai para a sua cama e o acalma. Assim todos adormeceram e no dia seguinte ao pequeno almoço contaram as suas experiências.
 
Curiosos eles encheram a Dona Joana de perguntas, quem era que andava pela casa a noite e ela ficou branca como a cal da parede. Trêmula ela não conseguia falar, por momentos lágrimas escaparam dos seus olhos. Luiza viu que ela estava quase a chorar e os mandou calar-se. Fez sinal aos primos para irem para o jardim, já no jardim todos estavam confusos e se perguntando o que estava acontecendo. Oscar falou para os primos:
- Não tenho duvidas que esta casa esteja assombrada, só pode ser o espírito da nossa avó Teresa.
No rosto da Luiza se via alguma duvida e permaneceu calada, pensativa, mas o Carlos logo rompeu com os pensamentos da Luiza, dizendo:
- Ora Oscar que besteira, a nossa avó nos assombrar que coisa mais sem graça. Fantasmas não existem e eu logo a noite vou te mostrar que é apenas ruídos da casa velha e deve ser ratos ou ate morcegos no telhado.
Luiza respirou de alivio, pois viu que o Oscar ficou mais calmo o dia foi de grandes aventuras. Era hora de jantar e eles estavam esfomeados era mais uma noite sem o avô, podiam explorar a casa melhor. Assim o fizeram e subiram umas escadas que nunca foram com os seus pais, dava para um sótão que nunca os deixaram explorar. Abriram a porta, mas estava fechado, logo Carlos resolve o problema e diz;
- Olhem aqui quase todas as portas são iguais vamos buscar algumas chaves e vamos experimentando até ver qual a abre. 
Contentes assim o fizeram colheram as chaves pela casa e voltaram a andar de cima. Uma a uma e nenhuma chave dava naquela fechadura, cansados desistiram e foram para a cama, mas combinaram se acontecesse mais alguma coisa estranha batiam na porta da Luiza.
Bateram às onze da noite naquele relógio antigo que estavam já a gerações na família, Dona Joana passou pelos quartos e viu que eles já estavam dormindo, fazendo de conta que dormiam...
Escutaram os seus passos até ela bater a porta da sala, tudo ficou no mais absoluto silencio, atentos a tudo e dez minutos começou o estalar dos moveis, cada estouro que assustava, bem, mas a casa era velha e isso é normal.
Oscar já estava cheio de medo, Carlos estava rindo de novo ao ver o seu primo assustado, nisto as portas do quarto abriram batendo na parede, assustados fogem para o quarto da Luiza, mas a sua porta também estava aberta.  Meios assustados eles saem para o corredor, bem  juntinhos, andaram até ao final e nada viram, ficaram no quarto da Luiza.
O quarto da Luiza segundo ela sabia era da sua avó Teresa, tinha todos os seus objetos, escovas, perfumes e outras coisas suas e até uma caixa misteriosa muito bem estimada, tentaram abrir, mas estava também fechada, quando o fizeram todos os objetos que estavam na cômoda foram arremessados para o chão.
Agora já era demais, não podiam ser ratos e nem morcegos, gaguejando o Oscar estava  pálido e tremendo que nem varas verdes, Luiza e o Carlos estavam assustados mas muito mais curiosos. Agora já era nos dois quartos e tinha que ter uma explicação, Luiza lembrou-se que com um gancho poderia abrir a caixa da avó, e assim o fez.
A caixa abriu-se, estavam velhas fotografias e cartas e cortes de cabelo encaracolado com uma fita azul, pareciam ser recordações, tiraram as fotos e descobriram no fundo da caixa uma chave, parecia ser mesmo a chave do sótão.
Olharam uns para os outros e pareciam estar de acordo, correram porta fora e foram até ao andar de cima, meteram a chave e a porta abriu-se, mais umas escadas assustadoras, mas valia à pena, ligaram a luz e subiram sem medo apenas o Oscar tremia que nem varas verdes.
Chegaram, Carlos acende a outra luz e não querem acreditar no que vêem, era um quarto grande, bem decorado, cheio de brinquedos, de livros e outras coisas mais e o mais estranho é que não tinha pó algum. Luiza acendeu as luzes dos abajures das mesas, o quarto ficou ainda bem mais agradável.
Nisto um brinquedo que estava no canto do quarto que era um carrinho de bombeiros começou a andar e acender as suas luzes, logo todos os outros brinquedos também começaram a funcionar.  Oscar gritou de medo, mas Carlos e a Luiza não, Luiza falou alto:
- Eu não tenho medo, quem és tu? Mostra-te a nós não vamos te fazer mal.
De repente se fez um silencio, parando todos os brinquedos, um frio se fez sentir no quarto e algo caiu da prateleira, uma moldura. Luiza levanta a moldura e vê a foto da avó com um menino muito bonito ao colo, olhou para os primos e exclamou:
- Estranho nunca soube que eu tive um tio, nunca mesmo.
As luzes dos abajures queimaram-se, logo uma nevoa estranha apareceu pelo quarto e um menino saiu dela, meio assustador e fantasmagórico. Oscar correu para a porta, mas a porta se fechou. Nisto escutaram uma voz que falou:
- Calma não tenham medo, eu não vou fazer-vos mal, querem brincar um pouco comigo, eu estou sempre aqui sozinho e esperando pela minha mãe.
Meios incrédulos e assustados eles começaram a brincar, mas claro que a Luiza não ia ficar calada e perguntou-lhe:
- Porque estás aqui?  A avó já morreu tantos anos.
Zangado o fantasma fez a porta bater, os brinquedos ficarem malucos e começou a chorar.
Soluçando ele diz:
- Mas a mamãe prometeu vir me buscar e até hoje eu espero aqui.
Nisto sentiram uma corrente de ar fria, fria demais e o fantasma estava mais assustado que eles e escutaram passos nas escadas, o fantasma diz corram é a Joana e ela vai ficar zangada.
Joana aparece na porta do quarto com seu rosto zangado e berra com os meninos:
- Que estão fazendo aqui. Fora daqui, vamos fora daqui...
Os meninos correm assustados mais que o próprio fantasma pelas escadas. Escutando os berros da Joana:
- Ele é meu e ninguém o vai tirar de mim, bico calado senão eu vos mato.
Acenaram com a cabeça e foram para a cama dormir e no dia seguinte só quiseram ir embora para nunca mais lá voltar...
 
 
Betimartins
Enviado por Betimartins em 27/10/2012
Código do texto: T3955702
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.