O Psicopata VI - Terror pelos Corredores

Escondeu-se atrás de um bebedouro - arriscou, jogou ali uma cartada de vida ou morte. Ele subiu as escadas, após ter passado pelo porta do elevador e ganhou o outro lance de escadas. Foram segundos intermináveis, temia que ele desse meia-volta e a matasse. " O que mais desejaria. Quem era, pelo amor de Deus, o que desejava comigo - seria o psicopata que estava agindo na cidade e matando em série mulheres lindas"? Ergueu o seu corpo com dificuldade, apoiou as mãos no chão e saiu rastejando até às escadas, ali ergueu-se e desceu as escadas com pressa, quase despencando escada abaixo. Chorava. Precisava chegar até ao último andar. Uma dúvida cruel a acompanhava: " deveria seguir pelas escadas, ou seria mais seguro usar o elevador - o elevador a denunciaria. E, se o encontrasse nas escadas"?

Quando ja havia descedo três lances de escadas, ouviu o elevador soar a porta, esta abriu-se e viu ele sair de dentro, apressado na sua direção. Deu um grito que ecoou pelos corredores desertos, em semi-penumbra. Conseguiu esgueirar-se, com dificuldade, apoiando-se na parede e vencendo cada degrau sem ter caído, apesar dos muitos tropeços. Ele estava no seu encalço - ela sentia a sua respiração forte, o corpo se projetando para frente, com os braços estendidos na sua direção. Aquele andar estava totalmente no escuro, e ela tirou proveito da penumbra, reduziu a sua respiração, o desespero. Era uma luta de vida e morte - sabia. Qualquer vacilo, estaria tudo perdido.

Estava em mais dois ou três andares abaixo - " onde o seu perseguidor estaria"?

Mais uma vez com dúvidas cruéis. " Subir ou descer, usar o elevador, ou não". decidira usar o elevador. Batia de forma nervosa no botão, até que o elevador começava a descer. deixou ganhar o décimo segundo andar, depois desceu mais trêss andares, e mais um, então, o estalo:

" Meu Deus..."

Sim, ele estava no elevador. Antes que este chegasse subiu as escadas de um andar, ouvia o som do calçado dele sobre o assoalho de pedra. Assim como ela, ele, tamb´me, ficava perdido tentando adivinhar, onde ela etaria, por onde seguiria. Esta conclusão, tranquilizou o seu coração. Seguiu para alcançar o seu objetivo maior - estava a sua salvação no térreo. Chegou ali, nervosa, suava fria.

Para sua surpresa, havia um portão, uma grade móvel que separava a porta de vidro, um cadeado intransponível. Caso ele chegasse até ali estava condenada. O celular, ligaria para o seu marido. Mas, após funçar nos bolsos da saia e da blusa nada encontrou, sim, o celular ficara na sua bolsa, em um dos andares pelo chão.

Percebera uma coisa, o prédio tinha um formato de U. Ao fugir do seu perseguidor, havia adentrado para os fundos do prédio, caso o vigia estivesse estado ali procurando por ela, não a encontrou. Pode ter deduzido que ela saiu sem que ele notasse. Havia se passado, talvez, mais de uma hora e meia - provavelmente, sem nada entender o seu marido ja tivesse ido embora. Pensou em gritar, pedir por socorro. calou-se, seria uma vítima mais fácil. Então, mais uma idéia. Abriu os dois painéis e desligou as chaves gerais da iluminação dos corredores - o prédio ficou totalmente na escuridão. Ela conhecia o prédio as chaves de energia dos elevadores eram em separado, talvez, precisasse usá-los. O seu espírito estava mais tranquila. Notou os passos dele descendo as escadas, para o seu pânico, viu o facho de luz de uma lanterna que ele trazia. Vagarosamente se dirigiu para o outro lance de escadas, porém, ao tentar subir, ele foi mais rápido e a segurou pelos cabelos. Ela soltou um grito de pavor. Os dois caíram, o piso era escorregadio. A lanterna se perdeu num canto, com o facho de luz voltado para um dos cantos da parede. Ela ficou estendida, perdeu a respiração, ele tateava no escuro buscando-a. Percebeu a sua respiração forte, e soltava um grunhido estranho, devido ao esforço que fazia, ao lançar um dos braços no escuro, tantando golpeá-la com o bisturi. Ela, foi silenciosamente rastejando-se, posicionando-se distante dele pelas suas costas. Levantou-se e subiu as escadas num golpe so.

Ela seguia de andar em andar, buscando uma sala que estivesse com a porta aberta. Não havia tempo, a qualquer momento, ele poderia surgir mais uma vez e mais uma vez tentaria pegá-la.

Arriscou chamar mais uma vez o elevador. Bateu no botão para que o elevador subisse, então, sabia o que aconteceria. Estava no sétimo andar. Uma denúncia clara de sua localização. Não perdeu tempo. Enquanto o elevador subia, ela seguia pelas escadas, subindo.

Perdia o fôlego, faltava-lhe o ar nos pulmões, não conseguia subir as escadas com a mesma desenvoltura, estava cansada, exausta.

O seu perseguidor saiu do elevador com sede de sangue, estava com fúria, estava cansado daquela perseguição, então notou que ela havia mais uma vez o feito de tolo.

"Onde estaria, Subiu ou desceu"? - Indagava-se. Ele, agora, era que estava fustigado, sentindo-se vencido. Olhou pelas vidraças laterais os prédios vizinhos, a noite vazia e sombria. Um fino chuvisco se desenhava. A perseguição precisava continuar. Afinal de contas, a sua vítima estava acuada entre 2o andares, talvez.

Anita, sabia, estava entre a vida e à morte, tinha essa consciência. precisava escapar. Tinha a escuridão ao seu favor.

Para sua surpresa, o seu telefone tocou, ali na escuridão. Saiu tateando, com desespero, não foi difícil encontrá-lo.

- Alô, alô,alô....Daniel, é você?

- Você não vai escapar. Vires-se estou às suas costas.

Então, ela viu o brilho da lua na lâmina.

Ele seguia com passos lentos na sua direção, quando mais uma vez, com determinação, com frieza, aguardou ele andar cerca de três passos na sua direção. Jogou o celular na direção do seu rosto. Este se chocou com força no rosto do seu perseguidor, soltou um grito agudo e dobrou os joelhos, indo ao chão. Ela foi corajosa o bastante para lhe desferir um chute seguro no rosto. Seguiu para as escadas. Desceu os andares, e subiu o lance de escadas de posição oposta para confundí-lo.

Estava disposta a sobreviver, não tinha mais o seu celular,porém, agora, era ela quem tinha o bisturi na mão.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 26/10/2012
Reeditado em 27/10/2012
Código do texto: T3954044
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