Capitulo 1 - 2 de "Meias-Noites"

Capitulo 1 - 2 Zachiel

Doutora Susie estava pilotando seu honda preto pelas ruas de Washington. Estava entardecendo num céu impressionantemente violeta. Susie estava a caminho do seu hospital. por volta desse horário que começava seu plantão.

Descendo na entrada do hospital, sentiu-se um tanto incomodade sem saber muito por que. Um rapaz ruivo muito bonito a observava do outro lado da rua. Sorrindo, um sorriso encantador. Encabulada, Susie seguiu.

No hospital, ela deu o costumeiro boa noite (já estava escuro) para a balconista e seguiu para o elevador, no qual, junto a ela, entraram mais 4 pessoas. Conforme o elevador subia, as pessoas iam se despedindo e seguindo para seus andares, de modo que, por volta do sexto, a doutora viu-se só. Parou no sétimo, ela precisaria pegar alguns documentos que esquecera em sua sala, porém em um sábado não contaria com ajuda de funcionários, não naquele andar.

Susie seguiu pelo corredor precariamente iluminado, branquíssimo, que respondia seus passos de seus saltos ruidosos (clok) com barulhos mais ensurdecedores (qualquer suspiro seria considerado um grito naquele silêncio).Os Cloks, Cloks, Cloks seguiam. Pareciam nunca cessar. Sua sala era exatamente a ultima daquele extenso corredor e ela ainda estava longe dela.

RIIIISK

E então um barulho de arranhão ecoou subitamente. Vinha de trás da doutora.

Ela estranhou. Olhando para trás, constatou que não era nada. "Estranho", pensou simplesmente. E continuou: clok, clok, clok...

Agora era o som do elevador abrindo.

Susie virou-se para ver quem era:

Ninguém.

Ela achou mais estranho ainda. Pensou em voltar para conferir. "Mas eu estou só e...". Deixou isso para lá. Clock, Clok, Clok, Clok...

Finalmente chegou em sua sala. Caçou a chave na bolsinha e quando a achou preparou-se para encaixar na fechadura, porém:

RIIIIISK.

Dessa vez a doutora assustou-se ao ponto de deixar cair a chave no chão. Ao mesmo tempo todas as luzes desligaram. Confessou para si mesma o pouco medo que sentia, mas de que? Havia luz independente na sala da doutora Susie. "Que besteira", pensou enquanto se agachava para procurar a chave. Caçou cegamente por um tempo até lembrar-se do celular. Ligou a função "lanterna" e mirou no chão de mármore.

Porém, enquanto caçava a chave no chão, a doutora viu uma mão muito branca deixar a chave aos seus pés e sumir no escuro. Imediatamente Susie virou a luz para sua frente, mas só avistou o longo corredor e as suas costas a porta de sua sala. "O que foi isso que eu vi?". Foi com certeza uma mão. "Tem alguém aqui".

Sem pensar duas vezes, ela pegou a chave e abriu nervosamente a fechadura. Era difícil destrancar em meio ao breu total (ela não iria ligar o telefone de novo). Quando conseguiu, entrou desesperadamente na sala de consultas neurológicas e trancou-a imediatamente. Ligou a luz independente e posicionou-se longe da porta trancada, respirando forte.

Depois de se acalmar um pouco, pegou o telefone do consultório e ligou para a recepção. Tuu... Tuu... Tuuu... Não atendia. Insistiu: Tuu... tuu... tuuu... E nada. Na terceira vez ouviu a linha ser liberada,

- Alô, doutora Susie? - era a voz da balconista.

- Oi... - respondeu aliviada - Olha, você pode mandar algum segurança para o sétimo andar? Eu acho que vi alguém aqui... E as luzes do corredor não estão funcionando...

- Não estão? Mas o vigia acabou de checar a rede elétrica e tudo está bem. O sétimo andar está iluminado, doutora... De qualquer forma vou mandar o Jared aí, tudo bem?

- Sim, por favor... - E desligou.

Susie notou que havia luz do corredor escapando pela freicha da porta do consultório. Um pouco tranquilizada, pegou os documentos que precisava e abriu a porta:

O longo corredor estava totalmente iluminado. Então resolveu sair. Fechou a porta do consultório e Clok, Clok, Clok, Clok...

No meio do caminho para o elevador viu as luzes desligarem. Sentiu-se arrepiada dos pés a cabeça. Continuou caminhando, mais rapidamente. Então de repente:

RIIIIIISK.

Dessa vez vinha do lado da porta do consultório. Não pensou muito: apressou os passos: clok-clok-clok-clok-clok.

RIIIIISK, ecou de novo do fundo do corredor, as suas costas, porem mais próximo dela. Clokclokclokclokclokclok!!

E então a porta do elevador se abriu:

Susie ficou paralizada por alguns segundos, mas era o vigilante Jared. "Doutora?" A voz ecoou de longe.

- Eu estou aqui - ela respondeu olhando para trás, tentando aproveitar a luz do elevador para ver algo. Mas ele logo fechou-se e tudo estava escuro novamente. Ela seguiu ao encontro do barulho dos passos do guarda, mas esses pararam abruptamente.

- Jared?

Ele não respondia. Ficou parada por uns 3 segundos, mas:

RIIIIIIIIIIIIIIIISK a alguns metros de sua costa.

Susie correu desesperadamente. Precisava chegar no elevador. "Esse guarda deve estar brincando comigo!". Mas Susie tropeçou em algo, caindo violentamente. Sentiu que era uma pessoa deitada. Quando tentou se levantar, escorregou em algo molhado, uma poça de água talvez... Entretanto logo sentiu um cheiro forte de ferro. "Droga". Ela sabia exatamente o que era o líquido.

RISK. Rápido e letal, atrás dela, a alguns metros. Ela levantou-se, reunindo toda suas forças no desespero. "Alguma coisa muito errada, eu preciso sair daqui". O elevador devia estar próximo. Correu até que finalmente avistou as teclas iluminadas do elevador. Apertou cem vezes na tecla de descer, olhando o breu que era o corredor. Era todo um silêncio, a não ser a respiração desregular da médica.

Então as luzes voltaram.

No corredor não havia nada, tudo estava vazio. Mas o alivio durou pouco. Sua perna estava toda manchada... "Droga...!". Apertou mais fortemente o elevador. Ele abriu-se. "Graças a deus!".

RISK.

Olhou para trás. O corpo do guarda estava esquartejado. Ela se horrorizou, ela quis gritar, no entanto...

O rapaz branco, ruivo e de olhos vermelhos sorriu novamente para a doutora. Ela estava hipnotizada com aqueles olhos, tão profundos, tão vermelhos. Estavam face a face. Ele tocou levemente no rosto de Susie... Baixou para o colo, e então:

RISK. O Sangue jorrou do buraco feito pelas unhas do monstro. Ele saltou imediatamente na artéria que jorrava sangue alto. Susie gritava enquanto tinha seu sangue drenado totalmente, em frente ao elevador, que se fechou novamente.

Victor Yomika
Enviado por Victor Yomika em 18/10/2012
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