“A Mulher e o Lobo”
Numa cidadezinha por nome Taturi, vivia Ana Maria, seu marido João Antonio e sua filinha Carolina, a família trabalhava na lavoura na década de 50, (cinqüenta), em 1952 Carolina estava com quatro meses, e a família morava num rancho a beira da estrada na zona rural de Taturi, diz à lenda que numa casa onde tem sete irmãos homens; um vira Lobisomem.
Todo domingo o padre reza a missa duas vezes, uma de manhã para que as criancinhas da colônia possam participar e uma a noite para os adultos, a missa da noite o padre se preocupa em ser breve, ele teme pelos moradores que vem de mais longe, ultimamente tem morrido gente a beira das estradas, médicos da cidade grande diz que é por mordidas de animais ferozes.
A preocupação do Padre Moises começa a preocupar alguns historiadores, as pessoas tendem em acreditar em mitos, porem há muitos que não leva isso a serio, nem deveria, já que nunca viram com seus próprios olhos.
Na visão dos estudiosos, isso é preocupante, pois os mortos encontrados à beira das estradas, dos currais de animais, eram pessoas incrédulas, Ana Maria reclamava para o Padre que seu marido sai de casa às vezes e some por dois ou três dias seguidos, ela temia que o marido tivesse outra mulher, e reclama ao Padre por ele a conhecer desde menina, já é como da família. Antes de receber a confissão da Maria, o Padre a convida para um chá e a leva para conhecer um porão que ele pediu para o prefeito da cidade construir, este porão, é para uma emergência, diz o Padre.
Mais tarde, Maria volta para casa, já tarde, à noite começa cair. De longe ela vê que João esta arrumando a carroça, ela se apreça para se aproximar dele, ao se aproximar vê que ele esta suando, cansado, como se estivesse tentando partir daquele lugar, quando João percebe sua mulher perto dele, se vê obrigado a levá-la, ela diz, Carolina precisa ir conosco, não podemos deixar ela sozinha, então Maria pega o Bebe, a enrola num manto vermelho e sobe apressada na carroça, João toma as rédeas do animal e sai em disparada, Maria intrigada com a repentina necessidade de partir do marido, começa a indagar; o que esta acontecendo homem? Por que a pressa, você parece estar doente, pálido, com os lábios trêmulos, você esta arrepiado, pelo menos faça o animal ir mais devagar, eu estou com medo. João atende a mulher e para a carroça na beira da estrada.
Derrepente ele entra em desespero e diz para Maria correr, João; Foge daqui Mulher, depressa, pega nossa filha e corre eu estou sentindo algo muito estranho, como se minhas entranhas estivessem tentando me rasgar, foge, foooooge pelo amor de Deeeeeeeus. Num ato impensado; João sai correndo mata adentro, Maria pega o Bebe em seus braços, a segura firme contra o peito, assustada com a sena horrível que presencia.
Senta a beira da estrada, olha para o céu, as nuvens passam rápidas, desnudando a lua que de tão cheia parece que vai explodir em sangue. Dentro de instante, Maria ouve barulhos na mata, como se um cão feroz estivesse vindo em sua direção, ela fica desesperada, corre voltando para traz da carroça, tenta pegar uma arma que seu marido costuma carregar, mas não a encontra, numa fração de segundos, um Lobo enorme, com corpo de homem, cara de cachorro, peludo, roupas rasgadas salta sobre ela e a indefesa criançinha, Maria entra em luta corporal com a fera, luta desigual, mediante tamanha força e raiva da fera.
Mesmo sendo aquele monstro descontrolado e medonho, ele deixava evidente não querer matar a Mulher e a criança, novamente; ele foge em direção a mata, por certo para buscar uma vitima que não o enfrentasse com tanta bravura como a presa que agora segura em seus braços ensangüentados uma linda menininha.
Maria sobe na carroça e vai à cidade, ela busca ajuda na igrejinha do Padre Moises, ao ver a jovem mãe ferida, o Padre corre pronto a prestar-lhe socorro, Maria esta desesperada pensando que a fera devorara seu marido, Padre, Padre, pelo amor de deus, corre, vá a delegacia, chama o delegado, o Lobisomem matou meu João, se vocês irem logo, podem encontra-lo ainda com vida, se eu lutei com ele, meu João também pode ter lutado e esta ferido á beira do rio, ou da estrada, vai logo Padre.
Ao olhar pela janela da igreja, janela esta que da vista a rua, o Padre vê um homem enorme com gestos iguais a de um urso que vem se debatendo de um lado a outro da rua, o Padre corre, pega Maria e a sua filhinha e vão ao porão da igreja, ali é um esconderijo perfeito, ninguém nos encontrara lá, nem mesmo aquela fera horrível. Assim o Padre toma Carolina em seus braços fortes, ainda usando o manto que usou para rezar uma missa, Maria e corem escada abaixo, entram no porão e ficam tão quietos, que era possível ouvir seus corações baterem.
A porta da frente da Igreja é arrebentada, um forte urro se da pela fera que entra corredor adentro, ele busca carne, derruba estatuas, cadeiras, bacias.
O lobisomem busca por presas, ele sente o cheiro de sangue, ao caminhar, passa sobre o assoalho, cobertura do porão, de baixo para cima, é possível ver o bicho monstruoso caminhar no interior da igreja, o Padre segura a mão de Maria, que chora e pede por seu João, um barulho de sirene se ouve do lado de fora, são vários carros de policia, o Padre diz, foi Deus quem os mandou, fica tranqüila minha filha, agora estamos a salvos.
O lobisomem salta por uma janela e foge noite adentro.
O delegado e dois de seus policias entram na igreja a procura do Padre, e junto deles esta o Manuel, Manuel é cunhado de Maria, irmão de João, a policia encontrou Manuel na rua, ele procurava seu irmão e sua cunhada com o Bebezinho, em conversa, Manuel diz; entre meus sete irmãos, João é o único que tem hábitos estranhos, ele fugia quando era Lua cheia e quando voltava, voltava com as roupas rasgadas ou então com roupas que ele roubava nos varais, a policia sempre o prendia devido estes pequenos furtos, Maria, desviam o olhar, com ar preocupado e diz; não, meu João não, ele me ama, ele cuida da gente, o delegado vê os braços de Maria feridos e pergunta; o que foi isso em teu braço? Maria responde; eu lutei com o Lobisomem, ele me mordeu... O delegado pega Maria e á leva ao Medico, felizmente o ferimento é superficial, mas é bom a senhora não voltar pra casa, aqui podemos cuidar da senhora, nos estamos com balas de prata e vamos sair na caçada ao Lobo gigante, diz o Delegado.
Ainda naquela noite, a caçada foi intensa, encontrou o lobisomem próximo á pequena usina elétrica e atiraram nele com as balas de prata, o Bicho caiu morrendo, Maria foi chamada para ir lá confirmar se era aquele monstro que a atacou, ao se aproximar, Maria presenciava a transformação de um Monstro que tornava a ser homem, ela se desespera e corre em prantos ao encontro do morto caído ao chão, ela vê em seus dentes, fiapos de manto vermelho, o mesmo tecido que ela cobria Carolina na hora em que estava sendo atacado, o teu João esta ali, caído em seus braços, agora morto, Morria ali o monstro, com ele morria O homem, o pai que Carolina não mais veria.
Morre o Lobisomem de Taturi.
Termina a historia, mas o mito é eterno.
A cidade citada neste conto existe, fica Próxima a Terra Roxa Paraná, á historia é mera imaginação de quem a contou, á 39 anos a mim. Se verdade, não sei, sei que mitos existem e o Lobisomem faz parte de um folclore Brasileiro.
Um Homem que vira Lobo em noites de lua cheia, dizem que as vitimas dele ao ser mordido, também vira Lobisomem, só pode ser morto com balas de Prata e o melhor lugar para se esconder dele; É a numa igreja. Será que Maria vai ser a próxima a ser um lobisomem? Bom, ai eu vou ter que contar a segunda parte, fruto da minha imaginação.