A garota do parque-continuação
A mãe de Alessa morreu minutos após dar a luz. A menina foi criada pelo pai em um ambiente sempre cheio de pessoas, um parque de diversão. Talvez para compensar a falta da figura materna, Osvaldo tenha sido bastante permissivo. Nunca disse não para a filha e isso a tornou mimada, agressiva, e cheia de vontades. Alessa era de uma inteligência incomum. Aprendeu a ler e a escrever ainda pequena, mas aos nove anos foi obrigada a deixar a escola local, após perfurar o olho de uma coleguinha. A garota era maldosa e indisciplinada, e os professores ficaram aliviados com a sua expulsão. Osvaldo decidiu então esperar que Alessa ficasse mais velha, para matriculá-la em outra escola. Ele lamentou sinceramente a perda da visão da outra criança, mas no fundo a culpava por ter provocado a ira de sua filha. Aos dez anos, Alessa era livre como um potro selvagem. Vagava pela cidade aprontando por onde passava. Maltratava animais, arrancava flores dos jardins, rasgava correspondências alheias. Não tinha amigos, por escolha própria. Nunca gostou de ninguém. Era temida pelas outras crianças e até por alguns adultos. Quase não parava no parque e quando o pai a questionava sobre isso tinha grandes ataques de fúria e quebrava o que encontrava pela frente. Osvaldo acreditava que a menina se comportava mal, pela falta de uma mãe. Aos onze anos ela decidiu ajudar o pai. Começou primeiro na bilheteria. Roubava dinheiro da venda dos ingressos para comprar cigarro e chocolates. Osvaldo sabia, mas fingia não perceber. A menina logo se cansou dos roubos e passou a manobrar o carrossel. Era bem mais divertido beliscar e maltratar as crianças menores. Uma noite ela pediu para comandar a roda gigante. Tinha planos diabólicos. Antes de ligar o brinquedo era obrigatório verificar se as travas de segurança estavam em ordem. Com a doçura de um anjo, Alessa verificou cada uma das cadeiras sorrindo para seus ocupantes. Na última, porém ela fingiu ajustar a trava e a deixou aberta. Quando a roda gigante ganhou altura, o menino que a ocupava voou pelo espaço e ante os olhares aterrorizados do público foi empalado na grade que circundava o parque. Alguns acreditaram que foi acidente, mas o pai do garoto jurou vingança e dias depois Alessa foi assassinada com uma facada, no quartinho onde dormia. Desde então seu espirito vaga pelo parque ceifando vidas impunemente. Osvaldo já se mudou de cidade diversas vezes, mas não adiantou. Alessa sempre o acompanha. Tentou vender o parque, mas o único que se interessou em comprar sofreu um terrível acidente, no momento em que ia fechar negócio. fim (para vc felipe, espero que tenha gostado.rsrs)