Gente, não é lá conto de terror, mas não deixa de ser sobrenatural. Boa leitura.
A Despedida
Que vestido é este que agora visto? Não me lembro de um vestido branco. E por que estou na rua, do lado de fora de nossa casa? Afinal, como cheguei aqui?
Vejo que a porta de casa está aberta. Vou entrar, posso ouvir o choro de minhas filhas, elas precisam da mãe.
“Esperem queridas, mamãe está aqui!” – grito, mas percebo que som algum sai de minha boca.
Atravesso a porta aberta, minha filha mais velha choraminga e abraçada junto a ela está minha mãe.
“Querida, o que aconteceu?” – pergunto e mais uma vez som nenhum é emitido.
Ouço outro choro, desta vez de minha caçula, ela está no colo de minha irmã. Afinal por que ela chora? E não só ela, minha casa está cheia, reconheço parentes e amigos, todos calados, todos entristecidos.
“Mas afinal o que está havendo aqui?” – tento inutilimente me fazer ouvida.
Mas ninguém ouve meus lamentos mudos, mais do que isso, ninguém parece me ver.
“Falem logo! O que aconteceu? Por acaso não estão me vendo?” – estava ficando cada vez mais desesperada.
Me aproximei de minha filha e de minha mãe e tentei abraça-las, provar que eu estava ali, mas um misto de pânico e surpresa se apoderou de mim pois quando tentei toca-las senti minhas mãos atravessarem seus corpos como se fossem névoa.
“Não! Deus do céu, o que significa tudo isso?” – a essa altura eu já chorava, o inconcebível estava acontecendo, minha cabeça girava confusa.
Em vão fui em uma a uma das pessoas daquela casa, em vão tentei toca-las, em vão tentava me fazer presente, em vão gritava seus nomes, tudo em vão. Ninguém parecia me ver, era como se eu não existisse, era como se eu fosse um fantasma.
A dor e o desespero abateram-se sobre mim, tentava entender tudo aquilo sem achar explicação alguma. Foi quando o vi. Meu marido, estava encostado a uma parede e, mesmo saber ser impossível tudo aquilo, ele parecia olhar para mim.
Me aproximei dele. Ele se aproximou de mim.
Estendi minha mão. Ele estendeu a sua.
Então senti o toque de seus dedos nos meus e falei:
“Oh meu amor, senti tanto a sua falta!” – e senti minha voz finalmente escapar.
“Agora a saudade acabou minha querida” – disse ele.
Nos abraçamos ali mesmo, um calor sobrenaturarl envolvia minha alma. Aquele que eu tanto amei e perdi tão jovem estava de volta.
“Se você está aqui isto significa que...” – falei, mas fui interrompida por ele.
“...significa que seu tempo neste mundo também acabou.” – ele completou.
Olhei uma última vez para minhas filhas, minhas lindas crianças.
“Mas e quanto a elas?” – perguntei.
“Não se preocupe, ficarão bem, sempre olharemos por elas.”
Nos dirigimos então a cada uma de nossas filhas e nos despedimos com pequenos beijos, elas deixaram de chorar, todos na sala sentiram uma paz tomar conta de si.
Então partimos, cientes que o fim não havia chegado, era apenas um novo começo.
“Esperem queridas, mamãe está aqui!” – grito, mas percebo que som algum sai de minha boca.
Atravesso a porta aberta, minha filha mais velha choraminga e abraçada junto a ela está minha mãe.
“Querida, o que aconteceu?” – pergunto e mais uma vez som nenhum é emitido.
Ouço outro choro, desta vez de minha caçula, ela está no colo de minha irmã. Afinal por que ela chora? E não só ela, minha casa está cheia, reconheço parentes e amigos, todos calados, todos entristecidos.
“Mas afinal o que está havendo aqui?” – tento inutilimente me fazer ouvida.
Mas ninguém ouve meus lamentos mudos, mais do que isso, ninguém parece me ver.
“Falem logo! O que aconteceu? Por acaso não estão me vendo?” – estava ficando cada vez mais desesperada.
Me aproximei de minha filha e de minha mãe e tentei abraça-las, provar que eu estava ali, mas um misto de pânico e surpresa se apoderou de mim pois quando tentei toca-las senti minhas mãos atravessarem seus corpos como se fossem névoa.
“Não! Deus do céu, o que significa tudo isso?” – a essa altura eu já chorava, o inconcebível estava acontecendo, minha cabeça girava confusa.
Em vão fui em uma a uma das pessoas daquela casa, em vão tentei toca-las, em vão tentava me fazer presente, em vão gritava seus nomes, tudo em vão. Ninguém parecia me ver, era como se eu não existisse, era como se eu fosse um fantasma.
A dor e o desespero abateram-se sobre mim, tentava entender tudo aquilo sem achar explicação alguma. Foi quando o vi. Meu marido, estava encostado a uma parede e, mesmo saber ser impossível tudo aquilo, ele parecia olhar para mim.
Me aproximei dele. Ele se aproximou de mim.
Estendi minha mão. Ele estendeu a sua.
Então senti o toque de seus dedos nos meus e falei:
“Oh meu amor, senti tanto a sua falta!” – e senti minha voz finalmente escapar.
“Agora a saudade acabou minha querida” – disse ele.
Nos abraçamos ali mesmo, um calor sobrenaturarl envolvia minha alma. Aquele que eu tanto amei e perdi tão jovem estava de volta.
“Se você está aqui isto significa que...” – falei, mas fui interrompida por ele.
“...significa que seu tempo neste mundo também acabou.” – ele completou.
Olhei uma última vez para minhas filhas, minhas lindas crianças.
“Mas e quanto a elas?” – perguntei.
“Não se preocupe, ficarão bem, sempre olharemos por elas.”
Nos dirigimos então a cada uma de nossas filhas e nos despedimos com pequenos beijos, elas deixaram de chorar, todos na sala sentiram uma paz tomar conta de si.
Então partimos, cientes que o fim não havia chegado, era apenas um novo começo.