Vampiros - A Banda Blood Vampires

- A sede de sangue é muito mais do que sorver o principal liquido do corpo humano, na verdade, os vampiros não sorvem sangue, bebem a essência da vida humana. Sabia que existe mais água no corpo humano do que qualquer coisa? Assim é o Universo com o Fluído Vital.

-Como assim?

- Existe na natureza uma substância conhecida pelas iniciados da magia, que se chama Fluído Vital - esta substância é um composto que está em todas as coisas materiais e imateriais. Este fluído é que dá vida às coisas em qualquer canto do Universo, é o composto que origina todas as coisas - a essencial. O Fluído Vital é extraído do Fluído Universal, este é que é o composto de todas as coisas do Universo.

- E os vampiros, caso existissem precisariam deste fluído para sobreviver?

- Sim, e os simples mortais, também,entretanto, os pobres mortais não conseguem sorvê-lo devidamente, caso soubessem não precisariam sorvê-lo dos alimentos que consomem, ou da água que precisam beber.

-Nossa, é assim que funciona? Você sabe de muitas coisas, tem postura, por isso te adoro e amo suas músicas. So não entendo, como pode acreditar tanto na existência dos vampiros - não sou um jornalista para você fazer tipo,rsrsrsrrsr.

-Valeu...tem mais, este fluído pode ser consumido pela respiração, é assim que fazem os mortais, como você, de forma inconsciente, de modo que nem sabem da sua existência. No Tibet, os monges têm esse conhecimento, os que vivem isolados nas montanhas em templos centenários, acredite.

- Não entendo isso...A ciência não tem nenhuma explicação a respeito e todos os casos de vampirismo na história da humanidade, não passam de meras especulações. O cinema e a literatura explora esse tema, e muito.

Por quê me fala tanto a respeito dos vampiros? E, acredita mesmo, nesse tal fluído especial que dá vida, até eterna? E você cita este fluído na música Life of Surprise.

- Não esqueça que a música, também, explora muito o vampirismo,rsrsrrsrs. Sim, é a pura verdade, caso o homem soubesse sorvê-lo devidamente, nem envelheceria - o fluído tem um poder excepcional - pode fazer com que um homem possa ser eterno. Os vampiros descobriram esta verdade há muitos séculos atrás, Jesus nem sonhava em estar por aqui. Existem pergaminhos secretos perdidos pelo velho mundo com estes segredos. Talvez perdidos em cavernas, mosteiros e castelos em ruínas.

- Verdade?

Ela nada lhe respondeu, deu uma risadinha e fumou mais uma cigarrilha com sabor de canela. Em seguida lhe deu mais um beijo na boca.

Ali, estava a vocalista mais linda da história do rock na atualidade. O nome da banda era Blood vampires. Júnior havia ganho uma promoção de uma rádio para passar um dia com a vocalista. Era um adolescente de sorte.

No alto de um prédio ocorria tal diálogo. dali, podiam ver a cidade la embaixo, com suas luzes multi-cores, prédios e os carros miudinhos passando pelas vias. A lua estampava a abóboda celestial estrelada. Fã e vocalista foram muito além de uma ligação comum - estavam passando a noite juntos. Júnior tinha 17, a idade dela indecifrável, parecia ser uma eterna adolescente com sua maquiagem carregada e cores extravagantes nos seus figurinos. A sua voz era gutural, esganecida - diziam que tinha a voz de Madame Satã - este era o seu nome artístico.

- As células de um vampiro são nutridas, não pelo sangue, mas pela energia vital que exite ali concentrada. Sabia que os vampiros poderiam serem devoradores da carne humana, mas o nosso mestre Vlad, o Impalador e uma condesa vampira nos mostrou que se podia viver eternamente apenas bebendo o sangue dos humanos?

- Ja ouvi falar, ela era muito cruel, matava dezenas de jovens e so se banhava com o sangue delas numa banheira...A Condesa Elizabeth Bathory.

- A Condessa Erzsebet Báthory, foi uma das mulheres mais perversas e sanguinárias que a humanidade já conheceu. Os relatos sobre ela ultrapassam a fronteira da lenda e a rotulam através dos tempos como A Condessa de Sangue. Daí, a minha paixão pelo vampirismo, idealizando a Blood Vampire.

-Fale-me dela, adoro essas coisas do passado. Deve saber muito dela.

- Nossa, como sei, a conheço como se fosse parente, irmã.

Nascida em 1560, filha de pais de famílias aristocráticas da Hungria, Elizabeth cresceu numa época em que as forças turcas conquistaram a maior parte do território Húngaro, sendo campo de batalhas entre Turquia e Áustria. Vários autores consideram esse o grande motivo de todo o seu sadismo, já que conviveu com todo o tipo de atrocidades quando criança, vendo inclusive suas irmãs sendo violentadas e mortas por rebeldes em um ataque ao seu castelo. Ainda durante sua infância, ficou sujeita à doenças repentinas acompanhadas por uma intensa ira e comportamento incontrolável, além de ataques epiléticos. Teve uma ótima educação, inclusive sendo excepcional pela sua inteligência. Falava fluentemente húngaro, latim e alemão. Embora capaz de cometer todo tipo de atrocidade, ela tinha pleno controle de suas faculdades mentais.

- Nossa, quanta coisa ruim na vida de uma pessoa...

-Isso, deixe-me continuar. Fico arrepiada quando falo dela. Os seus crimes sangrentos eram de arrepiar. havia um êxtase especial, um frenesi que bolirava a sua alma para um prazer desmedido. Fico até excitada, ela era muito sensual e liga aos prazeres da carne.

- Aos 14 anos engravidou de um camponês, e como estava noiva do Conde Ferenc Nadasdy, fugiu para não complicar o casamento futuro; que ocorreu em maio de 1575. Seu marido era um oficial do exército que, dentre os turcos, ganhou fama de ser cruel. Nos raros momentos em que não se encontrava em campanha de batalha, ensinava a Elizabeth algumas torturas em seus criados indisciplinados, mas não tinha conhecimentos da matança que acontecia na sua ausência por ação de sua amada esposa.

- E a sua música de maior sucesso, a letra fala de vida desta sanguinária.

-Sim, emplacamos nas paradas do mundo todo. Temos uma agenda lotada para mais de 7 anos.

-Quando adulta, Elizabeth tornou-se uma das mais belas aristocratas. Quem em sua presença se encontrava, não podia imaginar que por trás daquela atraente mulher, havia um mórbido prazer em ver o sofrimento alheio. Num período em que o comportamento cruel e arbitrário dos que mantinham o poder para com os criados era algo comum, o nível de crueldade de Elizabeth era notório. Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava motivos para aplicar punições e se deleitava na tortura e na morte de suas vítimas; muito além do que seus contemporâneos poderiam aceitar. Elizabeth enfiava agulhas embaixo das unhas de seus criados. Certa vez, num acesso de raiva, chegou a abrir a mandíbula de uma serva até que os cantos da boca se rasgassem. Ganhou a fama de ser "vampira" por morder e dilacerar a carne de suas criadas. Há relatos de que numa certa ocasião, uma de suas criadas puxou seu cabelo acidentalmente aos escová-los. Tomada por uma ira incontrolável, Bathory a espancou até a morte. Dessa forma, ao espirrar o sangue em sua mão, se encantou em vê-lo clarear sua pele depois de seco. Daí vem a lenda de que a Condessa se banhava em sangue para permanecer jovem eternamente.

Acompanhando a Condessa nestas ações macabras, estavam um servo chamado apenas de Ficzko, Helena Jo, a ama dos seus filhos, Dorothea Szentos (também chamada de Dorka) e Katarina Beneczky, uma lavadeira que a Condessa acolheu mais tarde na sua sanguinária carreira.

- Mas, são os nomes dos componentes de sua banda.

- Isso, é uma forma de homenagem, se cria um clima, não sabe... A baterista, a guitarrista e baixista.

- Nossa, em todo o nosso diálogo, você se refere á minha pessoa como se eu fosse um simples mortal e você uma vampira de verdade, com a sua banda de vampiros. Quer me assustar, ou mesmo fora dos palcos mantém a sua pose de estrela do rock?

- Acredite, eu sou uma vampira, queridinho, de verdade.

Disse assim, após acender mais uma cigarrilha e beber uma dose cavalar de vodca. Retomou a sua fala:

-Nos primeiros dez anos, Elizabeth e Ferenc não tiveram filhos pela constante ausência do Conde. Por volta de 1585, Elizabeth deu à luz uma menina que chamou de Anna. Nos nove anos seguintes, deu à luz a Ursula e Katherina. Em 1598, nasceu o seu primeiro filho, Paul. A julgar pelas cartas que escreveu aos parentes, Elizabeth era uma boa mãe e esposa, o que não era de surpreender; visto que os nobres costumavam tratar a sua família imediata de maneira muito diferente dos criados mais baixos e classes de camponeses.

Um dos divertimentos que Elizabeth cultivava durante a ausência do conde, era visitar a sua tia Klara Bathory. Bissexual assumida e muito rica e poderosa, Klara tinha sempre muitas raparigas disponíveis para ambas "brincarem".

- Klara bathory não é a guitarra solo de sua banda?

- Sim.

Em 1604 seu marido morreu e ela se mudou para Viena. Desse ponto em diante, conta a história que seus atos tornaram-se cada vez mais pavorosos e depravados. Arranjou uma parceira para suas atividades, uma misteriosa mulher de nome Anna Darvulia (suposta amante), que lhe ensinou novas técnicas de torturas e se tornou ativa nos sádicos banhos de sangue. Durante o inverno, a Condessa jogava suas criadas na neve e as banhava com água fria, congelando-as até a morte. Na versão da tortura para o verão, deixava a vítima amarrada banhada em mel, para os insetos devorarem-na viva. Marcava as criadas mais indisciplinadas com ferro quente no rosto ou em lugares sensíveis, e chegou a incendiar os pêlos pubianos de algumas delas. Em seu porão, mandou fazer uma jaula onde a vítima fosse torturada pouco a pouco, erguendo-a de encontro a estacas afiadas. Gostava dos gritos de desespero e sentia mais prazer quando o sangue banhava todo seu rosto e roupas, tendo que ir limpar-se para continuar o ato.

Quando a saúde de Darvulia piorou em 1609 e não mais continuou como cúmplice, Elizabeth começou a cometer muitos deslizes. Deixava corpos aos arredores de sua moradia, chamando atenção dos moradores e autoridades. Com sua fama, nenhuma criada queria lhe servir e ela não mais limitou seus ataques às suas servas, chegando a matar uma jovem moça da nobreza e encobrir o fato alegando suicídio.

As investigações sobre os assassinatos cometidos pela Condessa começaram em 1610. Foi uma excelente oportunidade para a Coroa que, há algum tempo, tinha a intenção de confiscar as terras por motivos de dívida de seu finado marido. Assim, em dezembro de 1610 foi presa e julgada. Em janeiro do ano seguinte foi apresentada como prova, anotações escritas por Elizabeth, onde contava com aproximadamente 650 nomes de vítimas mortas pela acusada. Seus cúmplices foram condenados à morte e a Condessa de Bathory à prisão perpétua. Foi presa num aposento em seu próprio castelo, do qual não havia portas nem janelas, só uma pequena abertura para passagem de ar e comida.

Ficou presa até sua morte em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras de Bathory, em Ecsed. O seu corpo deveria ter sido enterrado na igreja da cidade de Csejthe, mas os habitantes acharam repugnante a idéia de ter a "Infame Senhora" sepultada na cidade.

- Devido a este fato foi que você fez a música Trash Csejethe? Onde desmerece àquela chamando-a de cidade lixo.

- Sim, é a minha vingança,rsrsrsrrs.

-Até hoje, o nome Erzsebet Báthory é sinônimo de beleza e maldade para os povos de toda a Europa. Vi isso outro dia na internet.

-As ruínas do Castelo da Condessa de Bathory ainda existem la na Turquia.

- Sério?

-Sim, iremos fazer uma gravação de nosso último disco lá, e você vai estar comigo. Vou levar algumas gatas que conheci nesta turnê no Brasil. Vamos ter muita diversão.

Disse ela, olhando-o nos olhos.

- Por quê diz isso?

- Não sou a maior estrela do rock da atualidade, eu sou a condesa Elizabeth Bathory, em pessoa,tolo.

O fã viu a sua estrela-maior na essência. Os caninos saltaram de sua gengiva, os olhos se tornaram vermelhos, a sua aparência se tornou em algo assustador, um monstro faminto de vida.

O seu grito ecoou madrugada a dentro. Ninguém o escutou. A madrugada de prazeres, havia se tornado uma madrugada de sangue e de iniciação. O sangue do fã jorrava lhe banhando o corpo. Ela se banhava e o sorvia com deleite absoluto. A lua como única testemunha.

Aquele foi a sua última noite de simples fã. Ela o mordeu na sua jugular encerrando ali a sua vida de ser humano comum.

A maldição continua no mundo do rock - sempre que um fã ganha uma promoção para passar um dia com a estrela, desaparece. Quando retorna para casa se torna uma pessoa fria, com hábitos estranhos. Raramente dorme, tem hábitos noturnos, não mais se alimenta como um ser humano normal, além de se iniciar no estudo de Doutrinas Seculares voltadas para à magia Negra - decide acompanhar a banda pelo o mundo, fazendo parte de sua gigantesca equipe de técnicos,músicos, produtores e operários.

O sucesso da banda é estrondoso. A banda trabalha o seu mais novo sucesso: Vlad, o Empalador.

Nota do Autor:

A Condesa não estava morta, quando presa. A falta de consumo de sangue humano fê-la entrar em estado de hibernação das suas funções vitais a ponto do seu coração cessar de bater, a sua respiração ser interrompida. Quando liberta, e posta numa cripta, em contato com ambiente mais propício, começou a absorver o Fluído Vital através do ar e reviveu - dali saiu para atacar a sua próxima vítima, reabilitando-se e dando o reinício á sua trajetória de sangue e mortes.

Por onde andarão? Os vampiros são eternos...

Os tempos são outros, os vampiros, como nós, hoje em dia, vivem à sombra da sociedade. Alguns são políticos influentes, até presidentes de algumas nações. Atrizes de sucesso, pastores de igreja e cantores e escritores, como eu. Gostaria de passar um dia de fã, com o seu escritor predileto?

Passe-me um email: grego.desenho@gmail.com

fim

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 15/10/2012
Reeditado em 06/02/2014
Código do texto: T3934977
Classificação de conteúdo: seguro
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