O BASTARDO
Medo dos pais...vergonha do que os outros vão pensar... o que realmente leva uma pessoa a agir desta maneira?
Vamos aqui conhecer a história deste garoto.
Dois namorados que viviam em uma cidade do interior, se casaram e resolveram se mudar para uma outra cidade após o casamento.
Ninguém entendeu o por que da mudança, principalmente os pais.
Paulo e Roberta foram morar em outra cidade, a duas horas da antiga cidade.
Passado um ano Paulo e Roberta resolveram voltar a viver em sua cidade natal. Eles voltaram e trouxeram consigo um bebê recém nascido, o qual recebeu o nome de Ricardo.
Os pais de Roberta não entenderam sobre o nascimento daquela criança.
Roberta contou a todos que aquela criança era filho do seu marido com a empregada. Roberta teve quatro filhos e criou o Ricardo como se fosse seu próprio filho, totalizando cinco filhos.
As famílias de Paulo e Roberta eram da elite, famílias abastardas e influentes na cidade local.
Roberta nunca fez acepção entre as crianças, ela criou o Ricardo como seu próprio filho, mas as outras crianças não agiam da mesma maneira, e sempre humilhavam o Ricardo, pois não deixavam ele esquecer que era filho da empregada.
Ricardo sempre triste com o tratamento recebido pelas crianças da casa, devido a isto ele tinha um comportamento muito estranho, vivia pelos cantos da casa, na penumbra. Quando a Roberta e o Paulo procuravam por ele, tinham que procurá-lo nos lugares mais esquisitos da casa.
Os anos se passaram e as crianças cresceram, Ricardo nunca se esqueceu dos maus tratos e preconceitos sofridos na infância. Ele era muito grato ao Paulo e a Roberta.
Ricardo cresceu, fez um curso técnico de Soldador e foi trabalhar em um Estaleiro naval. Profissionalmente ele estava realizado, mas emocionalmente havia muito a realizar.
Ricardo ia ao trabalho todos os dias, mas a ideia de vingança não saia da sua mente. Certa noite enquanto todos dormiam Ricardo foi ao quarto de seus irmãos e com um lenço umedecido de um anestésico colocou no rosto de um dos irmãos, que desmaiou, levando o para o porão. Chegando lá ele se apossou de uma foice e cortou lhe a cabeça, tratou de enterrá-la no próprio porão, as partes carnudas ele dissecou em bifes e acondicionou em uma velha geladeira que ficava no porão, e todos os dias levava uma porção para a cozinha, dizia a empregada que comprou.
No dia seguinte seus pais sentiram falta do filho, mas ninguém sabia o paradeiro dele.
Ricardo como de costume levantou cedo e foi para o trabalho, fingindo nada saber. Sentia se em parte vingado.
Os pais preocupados denunciaram o desaparecimento do filho à Polícia, que começou as buscas, em vão.
Nas noites que se seguiram, Ricardo agiu normalmente, chegava em casa do trabalho e jantava com a família uma bela refeição.
Todos achavam a refeição deliciosa.
O tempo passou e nenhuma notícia do paradeiro do filho desaparecido. Já não tinham mais nem esperança de encontrá-lo com vida.
Após dois anos do ocorrido, Ricardo voltou a atacar. Naquela noite foi ao quarto dos irmãos e pegou um deles e levou o ao porão, como fizera com o outro. Matou o e enterrou as partes que não dava para comer e o restante guardou na geladeira do porão.
E novamente quando os pais deram por falta do filho começaram a procurá-lo, deram parte a Polícia que iniciou as buscas.
Ricardo não se cabia de felicidade, sentia-se mais uma vez vingado.
O tempo passou e nunca descobriram o paradeiro dos dois filhos. A vida voltou ao cotidiano, a mãe começou a adoecer pela falta dos filhos.
Nas noites seguintes lá estava Ricardo se saciando da deliciosa carne com batatas. A rotina da família não era mais a mesma.
Todos muito tristes com as duas perdas, exceto o Ricardo que parecia cada vez mais feliz.
Depois de tantos sofrimentos, um dia o pai de Ricardo teve um mal súbito do coração, vindo a falecer em seguida. Todos choraram muito com a perda. A Roberta que já estava debilitada, confinou-se em uma cama.
Passado alguns anos Ricardo veio a desposar uma moça, e mudou-se para uma cidade grande. Eles tiveram onze filhos, Ricardo continuou trabalhando em um Estaleiro conceituado. Ele nunca conseguiu esquecer os seus feitos, que passaram a atormentá-lo, entregou-se a bebida e em pouco tempo veio a falecer de cirrose.
Alguns anos se passaram e Roberta estava muito mal, a beira da morte, e em seu leito de morte mandou chamar os dois filhos e a esposa do Ricardo. Contou-lhes que era a mãe de Ricardo e narrou todo o ocorrido: Que ela casou grávida, por este motivo teve que se mudar para que a criança nascesse em outro lugar e depois voltou dizendo que o menino era filho da empregada com seu marido. Porque naquela época a sociedade não aceitava um deslize desses. Pediu perdão a nora, pois não pode pedir ao filho, que cresceu como um bastardo, quando na realidade era o primogênito.
Avisou aos filhos que a nora e os netos tinham direito a herança.
Poucas horas após esta revelação, Roberta veio a falecer e em volta da sua cama estavam: seu marido e seus três filhos, que vieram recepcioná-la.