A garota do parque

A criança sorriu no momento em que a garota loura, sentou no cavalinho ao lado. Em sua inocência ela nem se perguntou como a outra subiu no brinquedo em movimento. Apenas ficou satisfeita em ter companhia. Estava uma noite nublada e poucos pais se aventuraram em levar seus filhos ao parque. De repente a garota loura a olhou de maneira estranha e o carrossel aumentou a velocidade. Assustada a menininha procurou com os olhos os pais, mas eles não estavam por perto. Agarrada ao brinquedo a menina gritou de pavor, quando descobriu que a outra estava agora sentada com ela no mesmo cavalinho, e sentiu mãos geladas apertando com força seu frágil pescoço. O carrossel parou bruscamente e quando os pais foram em busca da filha, a encontraram morta com a língua pendente da boca. Havia pouca gente por ali, e ninguém viu nada. O parque foi interditado para averiguação e dias mais tarde reabriu. Era noite de sábado e o parque estava lotado. A roda gigante estava com todos os assentos ocupados. A criançada soltava gritos estridentes saboreando aquele momento. Amanda estava com os olhos fechados, mas sentiu quando alguém se sentou ao seu lado. Ela então olhou para o lado, e viu a garota loura. Não conseguiu entender como a outra poderia caber em um espaço tão reduzido, e nem como ela fora parar ali. A garota olhava fixamente para Amanda, e quando a cadeira em que estavam, parou na parte mais alta, abriu a trave de proteção e a empurrou com força. O grito de terror de Amanda se calou, no momento em que seu corpo atingiu o chão de cimento. Aquela era a terceira morte em menos de um mês e acusado por falta de manutenção dos brinquedos, o proprietário foi obrigado a fechar o parque. Dias depois dois meninos que cabulavam aula, entraram escondidos em uma tenda onde eram guardadas ferramentas e peças de brinquedos, e encontraram sentada em um banquinho a garota loura. Embevecidos, eles se aproximaram e não saíram dali com vida. Foram assassinados enquanto admiravam a beleza e a pureza daqueles olhos verdes. O dono do parque enterrou os corpos e não deu queixa as autoridades. Sabia que a filha o seguiria por onde fosse. Matar outras crianças para ela era uma vingança por ter morrido tão cedo. Para Maria Helena Lopes