O Psicopa - a Próxima Vítima

O delegado estava desesperado, a campanha para vereador se aproximava, tinha a ambição de se candidatar e de se eleger - para isso, seria necessário elucidar o caso policial que ganhou ás páginas policiais como O Psicopata. Inúmero casos aconteceram na calada da noite. Uma linda mulher amanhecera estripada na praia da Pituba, outra numa rua deserta e escura da Barra. Duas foram vítimas pelas ruas escuras do comércio. Uma outra no bairro da Calçada - esta, além do mais foi esquartejada, com as partes do corpo joados no lixo na lateral do atacadão Mercantil Rodrigues. O que tinha de concreto: um suspeito, marido da última vítima. Inúmeras evidência apontavam o mesmo para que fosse o psicopata que realizava os crimes em série. Avaliado por uma dupla de psicólogos - revelara uma personalidade fria, inconstante. Além de se revelar um ser humano insensível. Foi liberado, após o interrogatório, comprovando um álibi perfeito.

- Dr. vamos cuidar da nossa vida, temos inúmeros crimes para solucionar, casos mais simples - homicídios, arrombamentos e tráfico de drogas, pequenos traficantes que vendem para ter dinheiro para manterem o vício. Vamos esquecer este caso.

Longe dali, numa empresa de telemarketing, a rotina transcorria naturalmente, até que se aproximava o encerramento do último horário.

Uma linda atendente, dezoito anos. Corpo de deusa - moradora de Pau da Lima. Andava de forma apressada pelas ruas desertas. Não tinha o hábito de sair sozinha de casa duarante o dia, à noite, o pavor se instalou em seu ser. Torcia para que o ônibus chegasse logo. Até mesmo a viagem do comércio à Pau da Lima seria tenso - muitos são os asslatos à coletivos, e durante àquele horário, torna-se crítico o momento.

" Linda, linda de morrer. O andar de deusa das passarelas, humilhando ás demais mulheres. Os chefes babando, os demais colegas do sexo masculino cortejando-a, despudoradamente. Quem ela pensa que é?"

Pensava, com passos largos na direção da linda mulher. Correu por uma rua paralela, com a intenção de interceptá-la na entrada seguinte, e assim foi.

- Ei, coisinha linda...

Gritou para a jovem mulher que ficou assustada, espantada com a abordagem naquela rua escura, próxima da rua da Mãozinha - o ponto estava deserto, ruas sinsitras. Momento ideal para assaltos, homicídios. Sacizeiros estavam embrulhados em cobertores imundos consumindo de forma voraz a pedra de crack, alheio ao ocorrido.

- Não por favor...

Tentou remediar á jovem, ao avistar o brilho da lâmina diante da luz do único poste de iluminação pública que estava funcionando.

O psicopata fez o seu discurso:

- Acha que é a mulher mais linda do mundo, acha que humilhas às demais, deixando os homens babando por você? Acha que é a mais charmosa, a mais elegante, e que todas ás demais se sentem inferiorizadas diante de sua pessoa? Pois, informo de que a sua felicidade acabou, queridinha..."

- Não, por favor, eu nunca me comportei assim, não me faça mal...

O seu olhar de fúria, em silêncio, a lâmina afiada, pronta para os golpes mortais. O seu corpo era volumoso, segurou-a por um dos braços.

- Eu não sou mulher, eu sou um travesti. Eu sou um travesti, não sou uma mulher, por favor, não me mate...não me mate, eu sou um traveco...

Longe dali, o delegado que investigava o caso, permanecia acordado, a insônia interceptava o seu sono. Pensava num meio de pôr fim aos crimes do assassino em série que a imprensa apresentava como O Psicopata.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 12/10/2012
Reeditado em 20/10/2012
Código do texto: T3929360
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