O Espelho de mão (Parte 1)
Tudo começou quando voltava da escola. O céu estava límpido anilíssimo com um sol fervoroso que estalava por sob os telhados das casas. E fora, justamente, nesse dia em que eu, Suzanne, havia levado bomba na prova de matemática, cuja qual, valeria metade da nota do bimestre. Relevaria se não fosse pelo fato de ser o segundo bimestre em que levo notas vermelhas no boletim. Pois também existiam as notas de: geografia, história e português.
E o pior de tudo seria o castigo que viria pelos os meus pais: um mês (pelo menos) sem cartão de crédito, celular e internet. Drogaaa!!Eu devia ter estudado. Contudo, não choraria pelo leite derramado. Eu tinha que enfrentar os coroas como uma verdadeira mulher!Mulher que não sou (tenho 16 anos apenas) então basicamente não sou adulta, né?
Faltavam poucas quadras, pra eu chegar a casa. Casa que na verdade era um condomínio. Quando uma velha surge em meu, caminho e diz-me:
-- Olá, olá... Querida você é muito linda—disse-me a desconhecida. Que falava coisas meio sem nexo.
Nesta, ocasião eu teria passado direto, sem percebê-la, fingindo ignorá-la. Bom se não fosse pelos olhos que ela possuía. Sim, aqueles olhos castanhos escuros que continham pequenos traços verdes como jade. Não sei o que me dera. Era como seu fosse um rato hipnotizado e ela uma serpente encantadora. Não, conseguia sair dali, de forma alguma.
Depois de certo tempo de silêncio e troca de análises ela me pergunta:
-- Como vai querida...?—foram as palavras soltas por aqueles lábios murchos. Aliás, todo o contexto daquela pobre criatura era murcho. Se fosse classificá-la em uma espécie diria, que é um hibrido de bruxa da branca de neve com um lagarto. Pois: tinha verrugas sarapintando o seu rosto, buço e um narigão de ave de rapina.
E respondo meio hesitante:
-- Vou bem... E a senhora?—pergunto falsamente, fingindo interesse.
-- Melhor agora que encontrei um a moça tão bela quanto você... – Ao dizer isso, a velha senhora, tenta tocarem minha pele com aquela mão toda rugosa. Abruptamente afasto-me.
Eca!Que nojo! Aquelas mãos pareciam garras de falcão. Rugosa e maculada. A bruxa velha fica ame encarar, com um sorriso de canto de boca.
Para tentar encobrir aquele ato impensado, digo:
--Tenho de ir... —mas tinha que ir mesmo. Eram quase uma e meia.
-- Não espere! Só um minuto... — disse mexendo em sua bolsa de couro mais puída do que a dona. A bolsa era grande e feita de couro cru preto. E de repente ela saca de lá algo. —Quero lhe dar este espelho... Um espelho de mão mágico, cujo qual atenderá três desejos seus. Basta dizer a ele o que quer e ele lhe dará.
Estendia-me o objeto. O pego. O espelho parecia à primeira vista, feito de ouro puro. Ouro puríssimo. Essa senhora de estar meio tantã da cabeça. Ou podia ser uma ladra...
E com educação tento recusar:
-- Obrigada. Mas não tenho como pagar por ele.
--Não se importe é um presente a uma mulher bela como você. E, além disso, eu não preciso de seu dinheiro. —respondeu-me com sorriso petulante. Depois disso não insisti mais. Se ela quis me dar não tive culpa.
Examino novamente o espelho. Valeria pelo menos uns duzentos reais ou muito mais na casa de penhor. Nele havia entalhado: faunos, e fadas dançando ao redor. Nos olhos destas criaturas eram incrustados de pequenas pedras: azuis, vermelhas, roxas e verdes. Ia perguntar pra ela aonde o encontrara, contudo ela não estava mais lá.
Evaporara-se como fumaça. De repente: Plim! Sumiu. Que estranho. Dou sorrisinho e retomo minha caminhada.
***
Ainda bem que escapei de interrogatórios. Não havia ninguém em casa papai e mamãe havia ido ao mercado. Subo as escadas ligeiramente que dão em meu quarto ligo o computador e vou logo ao face ver os convites que recebi.
Uau!Quantos gatos. Pena eu estar namorando o Fabrizio, mas eu o amava.
***
Precisa fazer alguma coisa! Não podia deixar meus pais descobrirem que eu havia tirado notas vermelhas. Olho pro espelho em cima de minha cama. Rio. Isso era impossível.
Mas... Será que o que aquela velha doida disse era mesmo verdade? Se funcionasse eu poderia usar algum de meus desejos para poder recuperar aquelas minhas notas hemorrágicas...
Como a rir novamente. Como sou tola. Isso é completamente impraticável... Será? Continuo a olhar o espelho.