Desaparecidas- Final
Ao contrario do que pensava Nancy não foi à próxima refeição, mas teve que assistir aterrorizada a morte e esquartejamento das companheiras. Os raptores cumpriam o ritual de retirá-la do deposito, amarra-la na cadeira e obriga-la a assistir o fim macabro das outras meninas. Nancy não entendia por que estava sendo poupada e nem por que aqueles homens a fazia presenciar aquele massacre hediondo. Desde que fora feita prisioneira a moça bebia apenas água e por isso estava cada vez mais debilitada. Com o passar dos dias ela não conseguia mais ficar de pé e era carregada para assistir aos assassinatos. Pedaços de carne humana eram introduzidos em sua boca, mas a garota rejeitava e vomitava fracamente. Outras mulheres foram aprisionadas, e Nancy assistia tristemente o estoque de carne se multiplicando. A moça foi definhando e quase não abria os olhos. Seus carrascos colocaram então um colchão no local das execuções e a todo o momento, alguém se aproximava trazendo água e avaliando sua situação. Certa manhã Nancy reconheceu uma voz entre as dos sequestradores, e fazendo um esforço sobre humano conseguiu abrir os olhos e viu estarrecida, seu próprio pai em meio aos facínoras. O homem estava visivelmente preocupado com a saúde da filha e gesticulava enquanto lágrimas caiam de seus olhos. Nancy não entendia onde o pai se encaixava naquela situação bizarra, e ficou ainda mais confusa quando a porta se abriu e por ela entrou seu avô paterno. As duas pessoas que ela mais amava estavam envolvidas nos sequestros, assassinatos e eram culpados por ela estar quase morta. Ao perceber que eles se aproximavam, a moça fingiu estar adormecida e pela primeira vez assistiu uma forte discursão entre os dois. Seu pai queria levar a filha para um hospital, mas o avô foi totalmente contra. Disse que esperava que a neta não negasse o sangue, mas que se o fizesse, preferia vê-la morta e que ele mesmo a mataria. O pai de Nancy se revoltou com a ameaça e os dois se atracaram. No meio da confusão o homem mais velho se armou de uma faca, e tentou esfaquear o próprio filho, mas foi dominado e teve a garganta cortada por um dos bandidos que há tempos esperava uma oportunidade de se vingar das grosserias do velho. Semanas mais tarde deitada na cama do hospital, Nancy refletia sobre tudo oque lhe contara o pai. Soube que sua família era adepta do canibalismo há várias gerações e que fora o avô quem tramara seu sequestro a fim de fazê-la se interessar por carne humana. A moça recusara se alimentar enquanto estivera no cativeiro, mas agora ao se recordar do cheiro e do gosto meio doce de parte das companheiras, sentiu sua boca salivar e soube naquele momento que não haveria mais recusa. Que seria prazeroso matar e comer as próximas vítimas. 11/10/2012