Drácula
Mil anos em completa solidão,
Aguardei meu retorno tão triunfal,
Deitado dentro do meu sifão,
Para retornar a esse plano material
Esta noite eu invadirei os teus sonhos,
Daqueles que vivem ao seu redor,
Dando-os uns gemidos assim risonhos,
Mostrando a minha face de horror
Guardei na alma todo meu ódio,
Celebrei com os anjos a imortalidade,
Dez séculos passados em ócio,
Esperei para revelar essa identidade!
Trarei comigo a morte espiritual,
Sugando dos pescoços os puros fluidos
Para que nesta esfera de imortal
Meus passos sejam os pequenos ruídos
Procure-me pelas sombras incautas,
Minha sede é o ciclo maldito,
No passado das notícias essas pautas
Diziam ser eu apenas mito!
Mas sou aquele que vive para sempre
Há tempos eu já não vivo,
Meu nome haverá um que se lembre
Pelos séculos assim sobrevivo
A sedução é minha mortal rede,
Que oculta toda minha maligna mácula
Pelo sangue esta louca sede,
Fez por todos ser chamado de Drácula!