O Lobisomem de Feira de Santana V

Ao avistar a lua imponente no céu, a sua respiração se tornou ofegante, o coração disparou, ensaiando uma taquicardia incontrolável. Pelinhos finos, em efeito dominó se desenharam em sua epiderme, dos pés á cabeça. Ele não notou, o quarto do motel estava em penumbra. Os seus caninos saltaram, ele ficou um pouco maior. A excitação sexual trazia a metamorfose, em dose de menor intensidade. Jogou-se para cima dele, cheirando-o como se fosse uma cadela no cio. Lambia o seu corpo, e cheirava, de forma frenética. Ela controlava a metamorfose - sustentava o tesão - tivera uma péssima noite-, precisava relaxar. Primeiro, o prazer, depois, tentaria dar cabo daquele que ameaçava a presença secular da família Pereira em Feira de Santana.

Eliane Verica o dominou por completo na cama, literalemente, uma loba no cio. Dava mordidinhas no seu pescoço, arranhava as suas costas, arrancando dele gemidos de dor e prazer. Ela urrava feito uma loba, era visível a sua incontrolável necessidade de satisfação dos desejos da carne.

- Nossa, como é isso? Não vivi algo assim...você é incrível...

De forma animalizada montou nele, introduzindo-se num golpe so, sem lhe dar folga, iniciou movimentos brusco - soltando urros e grunhidos frenéticos que foram ouvidos por quase toda a área do motel, deixando a todos pasmos. O som dela se introduzindo nele ao modo dos cães transando, com o sol acelerado, alto da respiração - ele não suportou por longo tempo, esporrando logo.

Ela estava insatisfeita, esperta, aguardou que ele apagasse. Então, saiu pela rua, em pêlos em busca de novos parceiros que pudessem satisfazê-la, de urgente.

Atacou um vigia noturno. O homem quase morreu de susto, ao sentir o corpo da mulher se chocar contra o seu, um choque violento que o pôs no chão, as suas roupas foram rasgadas por unhas afiadas, e ali no posto de gasolina, na penumbra, no chão tirou dele todo o prazer que podia ter. Após o gozo deu um salto e saiu de quatro, às carreiras como se fosse um lobo feroz. O vigia, atônito, abismado, se quer entedeu o que havia acontecido, nem sabe como havia conseguido ter uma ereção naquelas circusntâncias - chegou a pensar que havia sido atacado por uma das meninas que frequentam certa boite que fica próximo ao posto de gasolina - era comum vê-las fazendo sexo oral em plena rua, ao lado dos carros, ou sexo real em público. Ao vê-la em pêlos, correndo de quatro como um animal, e naquela velocidade, nem sabia o que pensar. As roupas rasgadas, indagava-se o que diria a respeito para todos.

Uma dupla de adolescentes voltava para casa andando. Foi interceptado pela mulher lobo, sem dizer uma palavra saltou em cima deles, de início, se assustaram, porém, ao verem a bela mulher despida, oferecendo-se, ali mesmo num beco próximo, aconteceu o sexo feroz, animal.

- MInha nossa, ela é um animal...

Observou o adolescente, ao ver a jovem mulher saltar sobre um, depois sobre o outro, dando mordidas, lambidas e arranhadas mil, deixando os seus corpos com marcas vermelhas de unhas.

E, assim seria por toda a noite, madrugada a dentro - sabia que teria que ser rápida, antes do amanhecer. Teria que se satisfazer, e voltar a tempo para o motel. O policial lhe seria útil, pois, precisava satisfazer, também, o seu instinto assassino, de forma inteligente, programada.

A estadia da família Pereira, de lobos na cidade, até o momento não havia chamado a atenção da imprensa, polícia, ou das muitas vítimas que se sucederam ao longos dos séculos, pelo menos, nos últimos dois séculos passados. E, precisava dar fim do seu perseguidor, ele, sim, era uma ameaça real - precisava encontrá-lo, e dar cabo de sua vida.

(continua)

(Lembro aos leitores que este conto se liga ao conto O Cemitério Assombrado - interligando-se em tempos diferentes, épocas)

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 07/10/2012
Reeditado em 10/10/2012
Código do texto: T3920817
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