Melissa (Parte I)
Ainda vejo por dentre a velha janela,
Seu cadáver frio e pendurado,
Que a sombra do toco pálido da vela,
Pela sua morte foi consumado!
Toda noite ouço os passos na escuridão
Caminhando sobre a treliça,
Sinto seu espírito dentro da premonição
É sua alma que vaga Melissa
Vi ontem à noite a branquíssima figura
Passeando no silêncio sepulcral,
Era você? Que se erguera da sepultura
E voltou ao nosso plano carnal?
Melissa, você pode do além me ouvir,
Escutar esse meu pobre chamado?
Sempre que estou pronto para dormir
Tua aparição tem me atormentado
Nunca lhe fiz nesta vida mal algum,
Mas eu me culpo neste lunático delírio,
O cheiro de enxofre tão incomum,
Há de consumir-me em dolorido martírio
Um barulho assusta essa minha peliça
Quando pela viagem resolvera repousar
Controlando os cavalos vejo a Melissa
Gritando falou: - Retornei para te buscar