O JUIZO FINAL

Era um edifício residencial, imponente, 46 andares no coração da metrópole, é uma vista panorâmica da cidade a qualquer pessoa que pudesse chegar ao terraço e de lá olhar a cidade toda. O estatuto dos moradores previa que somente o síndico e outro acompanhado deste poderia, chegar ao terraço.

09:00 horas da manhã, neste horário centenas de pessoas dirigem-se aos seus trabalhos, e claro usam dos serviços de elevadores.

Naquele edifício com 30 anos de idade, há muito a manutenção preventiva estava a dever para a segurança dos habitantes.

Exatamente 8 cabos de aço sustentam cada um dos dois elevadores, e cada um leva até 10 pessoas.

Uma sirene toca na rua, aliás depois dos ataques de grupos rebeldes à capital, os nervos estavam a flor da pele, apesar do governo garantir que tudo estava sob controle.

No vigésimo sexto andar, um dos elevadores esta parado enquanto 11 e não 10 pessoas entram para uma descida até o térreo.

Bem trajados com seus ternos impecáveis e saias bem cortadas, e cada um com sua bolsa, e alguns com algo maior que bolsa...

Pareciam caixas de instrumentos musicais o que os 5 jovens traziam, caixas longas e de bojuda forma ao meio.

Os olhos mortificados de um deles, sobrevoou o pequeno ambiente, colocou o rosto entre as duas mãos e quando as tirou da frente da face, desceu o braço esquerdo e introduziu-o entre a abertura do paletó, até o cotovelo, e quando estava de retorno trazia uma mini metralhadora que por si só anunciou o terror.

Numa seqüência absurda os outros quatro abriram as estranhas bolsas, neste momento o elevador parou e geringonças de pressão foram fixadas nas paredes do elevador hastes foram colocadas a este de maneira a ficarem como varais dentro do ambiente, sob o olhar atônito das 6 pessoas.

Uma voz rouca e tenebrosa anunciou: É só um assalto amigos...

Surgiram outras armas pesadas, pertences e outros bens rechearam as bolsas agora vazias.

Uma voz de mulher ecoou numa interrogação fatal: E esses ferros moço?

A mesma tenebrosa voz proferiu dois ou três palavrões e após disse: O juízo final... Hoje é o dia do juízo final...

Indescritível chuva de projeteis desmoronou sobre as pobres almas, gritos do mais apavorante horror, e pedaços de carne ensangüentada tingiram de vermelho as paredes daquele sarcófago, 3 minutos de fuzilaria, e nada mais restavam daquilo que um dia foram seres humanos.

Em outros compartimentos das bolsas foram retirados ganchos de açougueiro e um tétrico cenário transformou o pequeno elevador num misto de frigorífico, com pedaços humanos dependurados e inferno.

Neste momento, o ranger dos cabos de aço movimentaram novamente aquele elevador...

Deslocou-se em direção ao térreo... Depois de segundos, a velocidade aumentou... Aumentou... E... Crash... A 95 km/h espatifou-se de encontro ao térreo do edifício.

Lentamente abriu a porta...

Sem exceção jaziam 5 bandidos no chão e 6 vítimas penduradas aos pedaços.

A manobra feita por um sexto integrante da gangue, para imobilizar o elevador a certa altura, levara o velho elevador a não suportar o tranco e romperam-se os cabos.

O diabo faz a panela, mas a tampa...

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 02/10/2012
Código do texto: T3912947
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