O Mistério das 13 almas - IV

Diogo volta para casa, após um banho demorado, faz uma refeição rápida e repousa por longas horas. Acorda feliz com um beijo na face de sua querida mãe.

- Oi, mãe, desculpa não ter avisado, passei a noite fora no meu novo emprego. Recebi um adiantamento, irei no mercado comprar algo para a cozinha.

- Que bom, meu filho que tenha encontrado um novo emprego. Fico feliz por isso. Você esqueceu o seu celular aqui. Fiz algumas orações, sabia que encontraria um novo trabalho.

Disse a sua mãe.

- Verdade, como a senhora já está acostumada com as minhas ausências durante à noite, não fiquei muito preocupado.

-E, onde está trabalhando, numa outra empresa de eventos noturnos, como segurança de boite? Não pode ser tão rigoroso, você agrediu o filho de um rico empresário, o dono da boite te mandou embora.

- Não agredi, não, mãe, eles estavam brigando, eu o empurrei forte, ele caiu, depois e o segurei, so queria acalmar os ânimos. Esses desocupados que bebem mais do que estudam, saem das faculdades já bebendo e na boite, bebem mais e se enchem de cocaína no banheiro, depois , é so confusão.

- Onde você está trabalhando?

- Num local calmo, não terei filhinhos de papai cheios de bebida e drogas, la é um silêncio total, o melhor local do mundo para se trabalhar.

- Que ótimo, onde é?

- No cemitério São Pedro, sou o novo vigia de la, carteira assinada, e tudo o mais.

- Meu Deus, meu filho...no cemitério São Pedro?

- É, e estou gostando, não existe melhor para um vigia trabalhar, uma paz.

- Minha nossa, meu filho, logo num cemitério, e logo no cemitério São Pedro..

- Sim, o quê tem demais?

- O cemitério São Pedro...é...ah, deixa pra la, acho que deveria procurar outro trabalho.

Mais uma vez Diogo ficou intrigado, naquele diálogo, a sua mãe parecia fazer parte da equipe do cemitério, com reticências, frases inacabadas, com referência e ironias a respeito do cemitério e á sua atividade de vigia noturno. Não falavam com clareza, como se ali estivesse um mistério que não poderia vir à tona de forma gratuita, ou por não amedrontá-lo, ou por duvidar que suportaria o que estaria por vir – achava estranho, muito estranho, porém, não alimentava o papo, queria o emprego, precisava do trabalho – suas contas estavam atrasadas.

Diogo jantou, logo após ter voltado do supermercado, com algumas sacolas de compras. Comeu uma farta macorronada, acompanhada com sardinha, e limonada. A velha senhora lhe preparou um farto lanche, e lhe deu uma garrafa térmica com café- com – leite. A noite seria longa.

- Meu filho, volte a estudar, precisa arrumar uma atividade profissional melhor, foi arrumar um trabalho logo no cemitério São Pedro.

Não dando importância à opinião de sua mãe, lhe deu um beijo na face e se dirigiu para o ponto de ônibus, teria ainda que pegar o metrô; a viagem seria longa. Enquanto seguia, refletia do perigo dos pivetes góticos lhe tramarem uma vingança. “ Será que teriam a coragem de voltar ao cemitério para irem à forra? '' – Indagava-se, com preocupação.

Enfim, chegou no cemitério, José estava se aprontando para ir embora.

- A sua segunda noite, espero que chova, e que possa pelo menos segurar o seu emprego por mais de uma semana.

- Por quê diz isso? O que tem haver o trabalho de vigilante com noites de chuva? Por acaso, acha que noites de chuva são propícias para que os fantasmas se manifestem e possam me assustar?

- Não, nada disso, você irá descobrir o por quê.

Falou o senhor gordo, de andar pesado, vagaroso, e se foi, lhe dando boa sorte. Seria uma noite de calor. O dia fora bastante quente, e a temperatura se estendia noite a dentro. Diogo viu o caseiro, de cerca de 45 anos se aproximar do escritório, estava acompanhado por uma jovem mulher, de cerca de 22 anos, talvez. Uma morena de corpo mignon, cabelos negro, escorridos. Lábios carnudos, olhos amendoados e de corpo escultural. Vestia-se com um vestido curtinho, meio transparente, exibindo a marca da calcinha; estava sem sutien – dois pomos se desenhavam apontando para frente. Eles se olharam, o zelador o observou, com olhares poucos amigáveis – parecia ser dominado pelo ciúmes doentio. Parecia ser possessivo, não gostou quando a sua esposa o cumprimentou com um sorriso nos lábios.

Como havia ganhado a confiança de sua patroa, a chave do escritório estava nas suas mãos, poderia a cada hora, ali se dirigir e permanecer para o descanso – ver um pouco de tv, sentar um pouco, tomar um café.

Precavido trouxe o seu revólver, caso os moleques aparecessem com sentimento de vingança, sabia o que poderia acontecer. Hoje em dia, se mata por nada. “ Caso alguém tenha que chorar, que chore a mãe deles.”

As horas iam se passando. Nada de anormal. Andava à beira do muro, depois por entre os túmulos. A lua despontava por entre os galhos das árvores secas, uma bela imagem, noite de estrelas. Os casarões da parte velha da cidade despontavam ao lado do cemitério. O silêncio era sepulcral, até que sentiu o cheiro de queimado e uma luminosidade em certa direção, por entre algumas tumbas. Correu na direção, e para sua surpresa viu alguns túmulos exalando fumaça escura. Atônito, não sabia como agir, nem sabia o que se passava. “ fogo fátuo” – lembrara a sua patroa. “ Não se incomode, se por acaso ver certa luminosidade explodindo, por entre alguns túmulos, são gases que explodem, desprendem-se dos cadáveres em decomposição – são chamados de fogo fátuo.”

- Minha nossa, mas ela não havia me dito que fumaçava dessa form. Será porisso, que havia me falado do balde e da torneira que fica á porta do escritório. Sem pestanejar, correu, voltando com o balde cheio de água, jogando água nos túmulos. Depois de algumas idas e vindas, e de muita água, enfim a fumaça havia se dissipado.

Em sua casa, a sua mãe naquela noite resolvera abrir o baú de fotos antigas da família, ali, havia alguns jornais antigos,com matérias amareladas pelo tempo. As mais recentes tinham cerca de 30 anos, numa delas havia a abordagem que citava o cemitério São Pedro.

- Mostrarei a verdade a ele, o que já se falou a respeito do cemitério São Pedro, e o por quê há mais de 30 anos, esta vaga de vigia noturno vive sendo preenchida, com intervalos curto de tempo. Precisamos que fique empregado, então, vou torcer para que ele não seja importunado tão cedo. Já não basta as coisas sem explicações, temos os drogados e essa juventude de manias estranhas – ora,bolas se vestem de preto e vão para o cemitério – que coisa, os pais não dão educação mais, é o que parece.

As horas se passavam. Diogo estava sentado no escritório, tomava fartos goles de café, não queria ter sono. Dos três pães com manteiga, ovo e presunto, dois já haviam sido consumidos.

Desligou à tv e sacando do cacetete saiu para mais uma ronda, agora resolvera levar a lanterna. Seguia iluminando o caminho, as covas, tumbas,mausoléus -, e direcionava o facho de lua para a vegetação. Não podia se deixar ser surpreendido por um bando de fedelhos que, deveria estar estudando, e inventam de invadir o cemitério para tomar vinho e fumar maconha.

Ao longe mais uma vez, uma intrigante luminosidade – parecia fogo. Correu na direção, foi surpresa sua ao ver as covas em chamas.

- mas, que diabos, o que está se passando? Nunca vi isso em toda a minha vida, covas que se incendeiam do nada. Ficou um tempo observando.

E, para sua surpresa, percebeu que não havia nenhum tipo de material, que pudesse dar origem às chamas.

-Será que aqueles malditos estão me pregando uma peça?

Olhava para os lados, não os via, deduziu que se escondiam no breu da noite, por entre as tumbas – estavam querendo assustá-lo.

Munido do balde com água tratou de apagar ás chamas. Vasculhou toda a extensão do cemitério. Nada de ver o grupo de góticos. Mesmo sabendo que não seria bem recebido se dirigiu á casa do zelador. Bateu na porta, por alguns longos segundos – uma voz de dentro da casa indagou: - quem é?

- Sou eu, o Diogo, preciso falar com você “ seo” Euclides, deculpe o incômodo.

O estranho, e irado zelador abriu a porta, tinha o cabelo em desalinho – viu a sua esposa ao fundo, vestida com uma camisolinha transparente.

- O que foi?

- Os moleques invadiram o cemitério ontem, eu os escurracei, e me parece que estão procurando problema, estão pondo fogo nas covas. Sabe dizer se eles perturbam tanto aqui?

Euclides o olhou com indiferença, com a porta meio fechada, para proteger a intimidade do lar, principalmente da jovem esposa – que em outras épocas se dera tão bem com os vigias que não ficaram- lhe disse:

- Você é o vigia, resolva, desculpe-me, mas preciso dormir, terei muito o que fazer amanhã . Tenha uma boa noite de trabalho. Ah, sim, tudo o que posso dizer é que o fogo é frio. Boa-noite.

Diogo experimentou o fel do temperamento do zelador. Este fechou a porta num golpe so, com força. Afastou-se, com fúria, caso pegasse um dos moleques o espancaria até á morte.

-Esse corno, caso tenha uma oportunidade, varo a mulher dele em cima da cova do padre. A vadia me olhou por trás dele, um olhar de corneteira – o que deve ter visto nesse otário analfabeto e feio? Já dizia a minha avó: mulher não se casa com sapo por não saber distinguir o macho da fêmea. E, além do mais, não sei que diabos fui fazer na casa daquela praga ruim – esperar o que daquele miserável? – O que sabe fazer é varrer a área, limpar sanitários e serviços menores. Caso fique aqui por longo período, terei a minha chance com ela, ou com minha patroa.

Seguia pelas ruas do cemitério. " Fogo frio" - disse o zelador.

- Minha nossa.....( falou com espanto)

Correu na direção do mesmo ponto, onde havia visto a luminosidade das chamas –e la estava os mesmo túmulos em chamas. Realizou o mesmo procedimento. Muitos baldes de água em cima das chamas. Estava intrigado com aquele fenômeno, duvidava que fosse fogo fatúo, e já desconfiava da ação dos moleques.

- Será que é um fenômeno do sobrenatural? Por quê queimam as mesmas covas?

Como bom leitor de jornais, e de revistas – era uma pessoa informada- sabia que em São Paulo grandes áreas, até mesmo de condomínios de luxo, estavam construídos em cima de, outrora lixões. Seria a ação do gás metano?

- Sim, o gás metano pode incendiar, do nada, devido ao calor... Então, era isso, todos sabiam que não teria paz durante á noite no cemitério, passaria a noite toda correndo com esse balde com água para cima e para baixo. Então, os vigias habituados a uma vida de ociosidade, recusam trabalhar aqui. Vou deixar que queime. Pode até ocorrerem explosões...

Movido pela curiosidade, se aproximou das covas, uma a uma. Viu algo inusitado, o fogo não deixava marcas no cimento da cova. Pôs a mão numa das covas, e para sua surpresa:

- Minha nossa, apesar de ter jogado algum baldes de água, era para estar morno, no mínimo o local. O que sinto é o frio do cimento do túmulo. O zelador citou que o fogo era frio...

Voltou para o escritório, não ousou ligar o computador-não tinha autorização. Na tv não passava nada de interessante naquela alta madrugada. Estava sentindo o peso da excitação que havia sofrido naquela noite. Sentia o peso das pálpebras. Relutava para não pegar no sono, sentado na confortável poltrona do escritório, quando estava já dominado pelo sono, ouviu o inesperado. Vozes soavam, de forma quase inaudível, sussurradas, em coro, com intervalos:

- socorro....socorro....socorro....acudam....acudam, pelo amor de Deus..

Diogo, ergueu o seu corpo grande da poltrona, num ato único - tropeçando, não caiu por ter apoiado uma das mãos na parede.

Ouviu mais uma vez:

-Socorro...socorooo...acudam em nome de Deus...socorro... socorro...acudam em nome de Deus...

Sacou do revólver , a outra mão levava a lanterna. Abriu a porta do escritório com cuidado, de olhou em todas as direções. Estava nervoso, temia pelo pior – mataria ou morreria. O coração lhe dava respostas desagradáveis, era difícil a respiração, os nervos em frangalhos, pensava: “enfim, o terror ali se apresentava’’?

- Socorro....por favor....acudam.....socorroooo......

Seguia, com coragem e com medo, por entre os túmulos, meio agachado, temendo o invisível – não sabia o que encontraria pela frente –, talvez, fosse uma armadilha, então, resolveu desligar a luz da lanterna, pois, esta o denunciaria. Era guiado na direção de onde surgiam as vozes femininas, de timbres variados. Pareciam vozes de seres em profunda agonia, em desesperação. Diogo se sentiu mais seguro, pois, para fingir daquela forma, teriam que serem atrizes de muito talento – os sentimentos eram extravasados, era a própria dor expressada em sussurros, gemidos agônicos.

- Q-quem está ai? O que se passa?

Então, percebeu que estava em frente á mesmas covas, onde havia apagado as chamas. Ali estavam 13 túmulos, de onde se podia ver chamas vivas e fumaça exalando do seu interior. Não foi como das outras vezes, pois, desta vez sentiu o odor desagradável de carne humana queimando, como se os defuntos reclamassem do fogo que os devorava.

- Meu.... meu Deus, o que se passa?

Falou, de olhos saltados das órbitas, a voz embargada, travada na garganta – sentiu a vontade de sair dali correndo, apavorado – estava confuso, sem saber o que fazer, quando as vozes se sucederam pedindo:

- Socorro...pelo amor de Deus...nos socorra...acudam...água....água.....água.....

E, mais e mais vozes em agonia pediam:

- Água....acudam.....água....pelo amor de Deus....acudam.....água

Num impulso mecânico, tudo o que fez foi correr até ao balde do escritório, a ansiedade lhe castigava o ser, enquanto aguardava a torneira encher o balde. Correu e o jogo em algumas covas. Quando assim fazia, aquela tumba cessava os pedidos. E foi jogando água em todos os túmulos, em número de 13 – so parando, quando se encontrava à exaustão, e todos os túmulos estavam molhados. Cessaram os pedidos , por completo. Ali, mesmo deitou o corpo no chão e desfaleceu.

Acordou às seis horas da manhã, atônito, sem saber se havia vivido aquela situação, ou se tivera sido um pesadelo, bem real.

- Percebo que já teve o encontro com as 13 almas sofredoras.

Este riu, e comentou:

- A madame vai ter que colocar uma nova placa de procura-se vigilante na porta do cemitério.

Diogo não esperou a chegada da sua patroa. Foi para casa. Antes de dormir, enquanto lhe preparava o café da manhã, a velha mãe levou até á mesa e lhe mostrou as amareladas notícias do jornal que guardava.

- Eu fui uma sobrevivente, meu filho. O edifício Joelma ardeu em chamas, mais de uma centena de pessoas morreram quimadas. 13 mulheres morreram chamuscadas em um elevador, presas. Foram enterradas no cemitério São Pedro. Dizem que quase todas as noites

Os seus túmulos ardem em chamas que não queimam, não deixam rastros, nem calor no cimento dos túmulos, como se fossem chamas do além. E, as almas ali, pedem água, pedem por socorro. Essas manifestações ocorrem por décadas, meu filho – essa vaga de vigilante nunca está preenchida por longo tempo.

Diogo engasgou, engoliu em seco. Perdeu o apetite. O que fazer? Nunca precisou tanto de um emprego, como naqueles tempos. Suas carnes,os nervos tremiam – não tinha o que dizer, estava confuso.

Meia-noite.

Cemitério São Pedro.

O silêncio sepulcral, que ali reinava foi interrompido pelas vozes femininas, agônicas, que pediam:

-Socorro...socorro...acudam....água....água.....água....socorro....acudam.....

O vigia interrompeu a sua ronda. Pacientemente, munido de dois baldes de água, um em cada mão, diriu-se para os 13 túmulos. Jogava a água, de forma paciente, sem se importar com as vozes que vinham do além pedindo por socorro.

- Socorro...água....água....água...acudam...acudam...água...socoroo...

“ Reze uma Ave-Maria, e um Pai-e-Nosso, meu filho, não tenha medo, pois, o que estará fazendo é uma caridade àquelas almas sofredoras, que não conseguiram desprender-se dos seus corpos de matéria, e ainda pensam que perecem queimando em chamas, lembre-se de que a sua velha mãe poderia estar ali.”

Recordava-se Diogo, do que havia dito á sua mãe, de pé, diante dos túmulos molhados das 13 almas sofredoras. Havia assumido o compromisso de ser o socorrista daquelas almas, até que pudessem seguir o caminho da luz.

Contudo, se sentia preso á maldição das 13 almas sofredoras, onde teria que servir-lhe com água, sempre que ouvisse o clamor sofredor daquelas almas sofredoras, até que despertassem e encontrassem o caminho da luz.

Nota do autor:

Sensações físicas dos mortos:

Os” mortos”, podem, após o desencarne sentirem às sensações que o vitimaram para as suas mortes, desde que estejam presos ás sensações, peculiares aos encarnados – desde que não tenham a evolução necessária para se reconhecerem como espíritos, de que não fazem mais parte do mundo dos “vivos”. A mente é a força motriz que gera todas as sensações, então ao criar a “fantasia” de que ainda vivem, remetem-se, incondicionalmente a uma fantasia “viva” de que ainda sentem dores que seriam peculiares ao corpo de matéria bruta, de carne – no caso citado, o fogo não atinge o espírito – há casos de manifestações espirituais, onde espíritos se põem dentro de chamas e por elas não são atingidas-, no livro - O Trabalho do Mortos-, construíram mãos, pés dos seus corpos sutis em tachos de cera quente para os descrentes presenciarem a invisível existência dos “mortos”. Um espírito não pode ser atingido por ações da matéria bruta, como por exemplo, um porrete, um murro, um tiro, um golpe de faca – ou a ação de ácido, fogo,etc... Mas, podem perpetuar, durante certo período, que poderá ser longo, ou breve, as dores, as sensações do seu corpo de matéria bruta, ou seja, as sensações dos “vivos.”

Nota do autor II:

O relato, em forma de conto logo acima foi inspirado nas 13 vítimas que morreram presas queimadas num elevador no famoso incêndio do edifício Joelma - em 1974 , em São Paulo. O fato assombroso das covas das vítimas, é real. Veja a matéria, logo abaixo.

Edifício Joelma em chamas no dia 1º de Fevereiro de 1974

Os Mistérios do Edificio Joelma

Sexta-Feira, dia 1º de fevereiro de 1974

Há quase trinta anos um incêndio parou São Paulo. Era sexta-feira, 1º de fevereiro de 1974, e aproximadamente 756 pessoas distribuíam-se pelos 25 andares do Edifício Joelma (hoje nomeado Edifício Praça da Bandeira), localizado no nº 225 da Avenida Nove de Julho, Praça da Bandeira, região Central de São Paulo - Brasil.

Por volta das 08:50 horas um funcionário ouviu um ruído de vidro rompendo, proveniente de um dos escritórios do 12º andar. Foi até lá para verificar e constatou que um aparelho de ar condicionado estava queimando. Foi correndo até o quadro de luz daquele piso para desligar a energia; mas ao voltar encontrou fogo seguindo pela fiação exposta ao longo da parede. As cortinas se incendiaram e o incêndio começou a se propagar pelas placas combustíveis do forro. Correu para apanhar o extintor portátil, mas ao chegar não conseguiu mais adentrar à sala, devido à intensa fumaça. Subiu as escadas até o 13º andar, alertou os ocupantes e ao tentar voltar ao 12º pavimento, encontrou densa fumaça e muito calor. A partir daí o incêndio, sem controle algum, tomou todo o prédio. Foram feitas várias corridas de elevadores até que a atmosfera permitisse, salvando muitas pessoas; porém uma ascensorista na tentativa de salvar mais vidas, após as condições ficarem muito ruins, morreu no 20º andar.

Segundo perícias, a causa do incêndio foi um curto-circuito em um equipamento de ar-condicionado em um dos andares, provocando um super aquecimento na fiação elétrica, gerando o primeiro foco de fogo, o qual se espalhou por todo o edifício.

O saldo da tragédia foi de 179 mortos e 300 feridos.

Uma das tragédias desse incêndio que mais impressionou, foi o fato de treze pessoas tentaram escapar por um elevador, não conseguindo, e morrendo carbonizados em seu interior, sendo que devido ao estado dos cadáveres, os corpos não foram identificados, pois naquela época ainda não existia a análise de DNA, sendo então enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, localizado na Av. Francisco Falconi, 837, Vila Alpina em São Paulo.

Os corpos deram origem ao mistério das Treze Almas, e a elas são atribuídos milagres, ficando conhecidas como as 13 Almas não identificadas. Muitos acreditam que os espíritos das pessoas mortas no incêndio vagueiam pelo prédio até os dias de hoje.

O local atrai centenas de curiosos, principalmente às segundas-feiras, dia das almas. Ao lado da sepultura, existe hoje uma capela.

"Contam alguns visitantes que em certos momentos ouvem sons de pessoas chorando, e quando vão verificar de onde vem, descobrem que o som está sainda da tumba dos 13 corpos vítimas do incêndio, sendo que o som dos choros só para quando colocam água sobre a sepultura".

Esse é mais um dos mistérios que rondam o incidente do Edifício Joelma.

Cemitério São Pedro em São Paulo

Passados muitos anos da tragédia, o antigo Edifício Joelma foi reformado, sendo batizado com o nome de Edifício Praça a Bandeira, disponibilizando para aluguel várias salas para escritórios e empresas. No entanto pessoas que frequentam o local relatam fatos estranhos e sombrios no interior do edifício, como os descritos a seguir:

"Em um escritório da Advocacia, alugado pouco tempo após a re-inauguração, uma assistente ficou até mais tarde para organizar os documentos deixados no final do expediente. Como já era tarde da noite, e devido a existência de muitas salas ainda vazias e sem utilização, o prédio mantinha um silêncio sombrio e assustador. Isso em conjunto com as lembranças do incêndio que ocorreu no passado, produzia um ambiente ainda mais assustador. Em certo momento a assistente ouviu um barulho na ante-sala do escritório, como se a porta tivesse sido aberta. Quando ela foi olhar, a porta estava normal, fechada como havia estado antes. Então ela imaginou que fosse uma outra porta em outra sala do mesmo andar que havia gerado aquele ruído. Instantes depois ela ouviu o baruho novamente, e quando se voltou, viu um vulto de uma mulher passando pela ante-sala. Ela se assustou chegando a dar uma grito. Foi observar novamente e não havia ninguém no local, apenas ela. Rapidametne ela pegou suas coisas, e saiu do escritório. Quando foi trancar a porta, novamente ela viu o vulto de uma mulher no fundo do corredor, desaparecendo em seguida. A assistente rapidamente deixou o edifício e tempos depois se demitiu, pois havia a necessidade de ficar em alguns dias até mais tarde e ela não concordou com a solicitação, temendo ver aquele vulto novamente ou algo ainda pior ".

Este outro fato foi relatado por um motorista que fazia entregas no Edifício:

"Havia chegado com minha perua Kombi no sub-solo do Edifício "Praça da Bandeira", para entrega de algumas encomendas, isso aproximaamente às 20:00' horas.

Estacionei como de costume, sendo que meu ajudante retirou as encomendas da perua para entregá-las no local solicitado. Permaneci então ali dentro da perua sozinho, aguardando o retorno do ajudante para irmos embora.

Algum tempo depois, como que por espanto, vi surgir no fundo do estacionamento uma mulher vestida toda de branco, sendo que ela veio se deslocando em direção à minha perua. Nesse momento notei que ela não estava caminhando, e sim flutuando a alguns centímetros do chão, indo em direção à outra parede do estacionamento, desaparecendo em seguida. Saí então da perua e subi até o andar onde estava meu ajudante, e contei para ele o acontecido, saindo em seguida rapidamente do edifício.

Hoje evito de todas as maneiras fazer entregas à noite naquele local".

Segundo depoimentos de testemunhas, muitos outros fatos sobrenaturais ocorreram e ainda ocorrem no Edifício "Praça das Bandeiras" (antigo Joelma), assustando até as pessoas mais desavisadas.

EDIFÍCIO "PRAÇA DAS BANDEIRAS" (ANTIGO JOELMA) EM SÃO PAULO - BRASIL

Volquimar Carvalho dos Santos

A professora Volquimar Carvalho dos Santos, 21 anos, trabalhava no setor de processamento de dados de um banco que funcionava no 23º andar do Edifico Joelma. Ela era funcionária da empresa havia um ano e meio. O irmão dela, Álvaro, trabalhava no 10º andar do mesmo prédio. A família de Volquimar é espírita. Ao ser dado o aviso de incêndio, Volquimar e outras quatro companheiras tentaram fugir pela escada, mas quase foram atropeladas pelos funcionários desesperados que tentavam se salvar.

Elas correram para a cobertura do prédio, mas acabaram morrendo por asfixia. Álvaro, irmão de Volquimar, sobreviveu ao incêndio. Álvaro localizou o corpo da irmã no IML horas depois do incêndio ter terminado. Meses depois, Volquimar enviou uma mensagem psicografada para a mãe através do médium Chico Xavier. Na mensagem ela contava como tinha sido os seus últimos minutos de vida.

Em 1979, a história de Volquimar se transformou no filme “Joelma, 23º andar”. O roteiro é baseado nas cartas psicografadas por Chico Xavier que estão no livro “Somos Seis”.

Fatos estranhos ocorreram durante as filmagens, como ruidos estranhos no local onde não havia ninguém, refletores que eram "derrubados" embora estivessem bem fixados, sendo um dos fatos mais incríveis, foi a imagem de uma "pessoa" que não estava nas filmagens ao lado dos personagens em uma das cenas, indicando nitidamente ser um dos possíveis "Fantasmas do Edifício Joelma".

Nesta cena, pode-se notar nitidamente à direita, a imagem de uma mulher de forma "transparente".

Quando visualizada esta imagem pelas pessoas que participaram das filmagens, todos ficaram espantados, pois não havia ninguém além dos atores no local da fotografia.

"Seria um dos "Fantasmas do Edifício Joelma"?

SERIA A INFLUÊNCIA DO PASSADO PREJUDICANDO O LOCAL?

"O CRIME DO POÇO"

O Poço construído nos fundos da casa com o objetivo de servir de Túmulo para as Vítimas do Crime

Dia 23 de novembro de 1948, depois de várias denuncias do estranho desaparecimentos de mulheres em uma casa da Rua Santo Antonio, no Bexiga, o químico e professor Paulo Ferreira de Camargo suicida-se no exato momento em que a poli

cia retirava do poço do seu quintal os corpos de sua mãe e das duas irmãs, pessoas que ele havia matado há 19 dias.

“O Crime do Poço” como ficou conhecido, foi uma vingança de Paulo contra sua família que não aceitava seu romance com uma enfermeira. Havia

muitas especulações, pois o suicida não dera nenhuma explicação.

Ao perceber a presença da polícia, cometeu o suicídio, deixando para sempre dúvidas e suposições das mais absurdas.

Paulo Ferreira de Camargo era Professor do Departamento de Química da Universidade de são Paulo, a qual se localizava naquela época na alameda Glette. Uma carreira brilhante, interrompida estupidamente.

Descobriu-se posteriormente que o Professor Paulo Ferreira fazia uso de drogas, isso talvez devido ao fácil acesso aos produtos químicos em sua profissão.

Também foi revelado por companheiros de onde lecionava, que o Professor Paulo Ferreira já apresentava à algum tempo um comportamento desiquilibrado, pois andava armado, e segundo constactado, havia efetuado disparos com seu revolver no interior do laboratório de química da faculdade.

Observa-se que após a retirada dos corpos das vítimas de dentro do fechada por muitos anos. Mais tarde foi demolida e no seu terreno foi construído o Edifício Joelma de tão triste memória.

Corpos das Vítimas após terem sido retirados do poço pelos soldados do corpo de bombeiros.

Os corpos estavam de cabeça para baixo com sacos cobrindo suas cabeças.

Segundo perícias, a causa do incêndio foi um curto-circuito em um equipamento de ar-condicionado em um dos andares, provocando um super aquecimento na fiação elétrica, gerando o primeiro foco de fogo, o qual se espalhou por todo o edifício.

O saldo da tragédia foi de 179 mortos e 300 feridos.

Uma das tragédias desse incêndio que mais impressionou, foi o fato de treze pessoas tentaram escapar por um elevador, não conseguindo, e morrendo carbonizados em seu interior, sendo que devido ao estado dos cadáveres, os corpos não foram identificados, pois naquela época ainda não existia a análise de DNA, sendo então enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, localizado na Av. Francisco Falconi, 837, Vila Alpina em São Paulo.

Os corpos deram origem ao mistério das Treze Almas, e a elas são atribuídos milagres, ficando conhecidas como as 13 Almas não identificadas. Muitos acreditam que os espíritos das pessoas mortas no incêndio vagueiam pelo prédio até os dias de hoje.

O local atrai centenas de curiosos, principalmente às segundas-feiras, dia das almas. Ao lado da sepultura, existe hoje uma capela.

"Contam alguns visitantes que em certos momentos ouvem sons de pessoas chorando, e quando vão verificar de onde vem, descobrem que o som está sainda da tumba dos 13 corpos vítimas do incêndio, sendo que o som dos choros só para quando colocam água sobre a sepultura".

Esse é mais um dos mistérios que rondam o incidente do Edifício Joelma.

Cemitério São Pedro em São Paulo

Passados muitos anos da tragédia, o antigo Edifício Joelma foi reformado, sendo batizado com o nome de Edifício Praça a Bandeira, disponibilizando para aluguel várias salas para escritórios e empresas. No entanto pessoas que frequentam o local relatam fatos estranhos e sombrios no interior do edifício, como os descritos a seguir:

"Em um escritório da Advocacia, alugado pouco tempo após a re-inauguração, uma assistente ficou até mais tarde para organizar os documentos deixados no final do expediente. Como já era tarde da noite, e devido a existência de muitas salas ainda vazias e sem utilização, o prédio mantinha um silêncio sombrio e assustador. Isso em conjunto com as lembranças do incêndio que ocorreu no passado, produzia um ambiente ainda mais assustador. Em certo momento a assistente ouviu um barulho na ante-sala do escritório, como se a porta tivesse sido aberta. Quando ela foi olhar, a porta estava normal, fechada como havia estado antes. Então ela imaginou que fosse uma outra porta em outra sala do mesmo andar que havia gerado aquele ruído. Instantes depois ela ouviu o baruho novamente, e quando se voltou, viu um vulto de uma mulher passando pela ante-sala. Ela se assustou chegando a dar uma grito. Foi observar novamente e não havia ninguém no local, apenas ela. Rapidametne ela pegou suas coisas, e saiu do escritório. Quando foi trancar a porta, novamente ela viu o vulto de uma mulher no fundo do corredor, desaparecendo em seguida. A assistente rapidamente deixou o edifício e tempos depois se demitiu, pois havia a necessidade de ficar em alguns dias até mais tarde e ela não concordou com a solicitação, temendo ver aquele vulto novamente ou algo ainda pior ".

Este outro fato foi relatado por um motorista que fazia entregas no Edifício:

"Havia chegado com minha perua Kombi no sub-solo do Edifício "Praça da Bandeira", para entrega de algumas encomendas, isso aproximaamente às 20:00' horas.

Estacionei como de costume, sendo que meu ajudante retirou as encomendas da perua para entregá-las no local solicitado. Permaneci então ali dentro da perua sozinho, aguardando o retorno do ajudante para irmos embora.

Algum tempo depois, como que por espanto, vi surgir no fundo do estacionamento uma mulher vestida toda de branco, sendo que ela veio se deslocando em direção à minha perua. Nesse momento notei que ela não estava caminhando, e sim flutuando a alguns centímetros do chão, indo em direção à outra parede do estacionamento, desaparecendo em seguida. Saí então da perua e subi até o andar onde estava meu ajudante, e contei para ele o acontecido, saindo em seguida rapidamente do edifício.

Hoje evito de todas as maneiras fazer entregas à noite naquele local".

Segundo depoimentos de testemunhas, muitos outros fatos sobrenaturais ocorreram e ainda ocorrem no Edifício "Praça das Bandeiras" (antigo Joelma), assustando até as pessoas mais desavisadas.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 01/10/2012
Reeditado em 12/05/2014
Código do texto: T3910123
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