O Mistério das 13 Almas III

- Um grupo, envolto em meio à escuridão da noite, não conseguia distingui-los, com precisão, pois pareciam estarem à ela acoplados, como se fizessem parte do noite. Ao me aproximar fui podendo ver com maior clareza - a longa experiência no serviço noturno me dotou de sangue frio, e em muitos casos, mesmo na escuridão de um cemitério, encontro-me dotado de uma coragem que me impressiona.

- Nossa, na sua primeira noite de serviço, e ja tem o que me contar?

Observou a sua patroa, enquanto se olhava num pequeno espelhinho, arrumando os cabelos de sua franja. José chegou, os cumprimentou, se dirigiu para o almoxarifado, em busca de suas ferramentas - iria cuidar das flores do jardim.

- Pode continuar, seja breve, percebo que necessita ir repousar e avisar á sua senhora mãe.

- Eu avistei um grupo de jovens, tomavam vinho e fumavam maconha. Um casal de mulheres faziam sexo em cima de uma tumba, de forma despudorada, sem se importar com a presença dos demais. Uma delas estava deitada na tumba, de costas, de olho para o céu, e a outra de forma frenética lhe chupava os seios, beijavam-se na boca, devoravam-se, com ardor sexual selvagem...

- Poupe-me dos mínimos detalhes,por favor.

- Desculpe-me, é que fiquei empolgado.

Ela recebia alguns telefonemas, breve. Alguns enterros estavam sendo agendados. Era preciso preparar o hall de velórios.

" Eu me aproximei, e aconteceu o seguinte":

- Ei, olha o tio, o novo vigia...

" As duas pararam o sexo lésbico, sem muito espanto, permanecendo corpo sobre corpo, olhando para mim, ainda trocaram um breve beijo na boca. O jovem de cabelos compridos, parecia mais ousado e ensaiou alguns passos na minha direção".

- Ja sei, o grupo de góticos, eles insistem em pular o muro e querer fazer suas festinhas particulares entre os túmulos. Sempre encontramos garrafas de vinho, desses baratos pelos túmulos e birras de cigarros e de maconha.

- Acho que não vão aparecer mais por aqui...

A sua narrativa continuou:

" Saquei do cacetete e estiquei um dos meus braços para ele, com uma das mãos o mandei parar."

- Olha so, o tio é nervosinho, so quero trocar um lero. Estamos aqui por que faz parte da filosofia de nossa tribo.

- Fique onde está não se aproxime.

- Calma, tio, por quê o nervosismo?

"Eram em número de sete - quatro meninas e três garotos. As meninas vestiam saias pretas, curtinhas, botas de cano alto, também, pretas. Os olhos, assustadores, tendo sombras escuras a lhes valorizar o olhar.

- Não vamos mexer em nada, so queremos diversão, adoramos estar entre os mortos. Adoramos o cemitério, as coisas do além nos fascinam.

- Não podem ficar aqui, é propriedade privada, da mesma forma que entraram, devem sair. Não vou pedir muito, nem ser paciente.

- Não vamos sair, faça de conta que não nos viu, dê conta de sua ronda, vamos ficar bebendo vinho e fumando o cigarro do capeta.

Falou, de forma debochada. As meninas riram, as duas que faziam sexo oral, vestiam-se, erguendo-se do túmulo. Na lápide do túmulo estava a foto de um senhor de cerca de 80 anos de idade. O seu epitáfio dizia:

"Aqui jaz um homem que foi puro de coração. Descanse em paz Padre Antônio Francisco de Mello, saudades eternas dos seus fiéis."

Entendi, tudo, eles adoravam zombar dos mortos, o túmulo fora escolhido para a realização dos desejos proíbidos. Tem a história de um deles, que, certa feita invadiu, violou um túmulo e roubou um crânio humano - foi preso ao estar num bar tomando cerveja com o crânio à mesa ao seu lado. E minha patroa me passou esta história

- Vamos transar aqui, em cima do túmulo do padres, programamos isso, desde à semana passada, não vai querer nos atrapalhar, vai?

Disse um deles, parecia ser o mais velho, e mais forte. Aproximou-se de mim, com audácia. O olhar no meu olhar, desafiador.

" Confesso para a senhora, que me foi ensinado, que em momentos de tensão, a conversa deverá ser pouca, e a ação ativa e precisa. Fiz o curso numa das melhores escolas para o treinamento de vigilantes de São paulo, e fui fuzileiro naval."

- E o que fez?

Ele se comportava como se ali, naquele momento, fosse o seu herói, em busca de agradar à donzela com um feito que fizesse o seu coração bater por ele. Continuou a narrativa:

"Dei um golpe preciso na caixa de peito dele, fazendo-o recuar. O som da pancada deixou às meninas assustadas, abriram a boca e soltaram gritinhos, de espanto. Quando pensei que era senhor da situação, os três se posicionaram para partir para a agressão coletiva. Cercaram-me, as meninas mandavam parar, pedia para que recuassem. Eles, confiantes, por estarem em maior número, queriam acabar comigo.

-Segura essa tio.

" Deu-me um chute, que não me derrubou, por que tive uma esquiva precisa, não sendo golpeado com precisão. Devolvi com uma porretada na cabeça, jogando- ao chão. O sangue vermelho escorreu de sua cabeça molhando o chão do cemitério. Eu tinha que anulá-los em número. O segundo partiu para cima, o que eu ja havia golpeado no tórax, então, dei-lhe alguns golpes nos braços, mais um na nuca. Foi ao chão. Era necessário demonstrar força. Chutei nas costelas dos dois, em meio á balbúrdia promovida pelas meninas, que assustadas berravam, choravam - pediam para que eu parasse."

- Pare, moço, por favor, não mate eles, por favor.

- Saiam daqui, a farra acabou. Voltem por onde entraram.

" Esperei que se recuperassem, por alguns segundos. As meninas cuidavam dos guris feridos".

- Primeiro os rapazes, vocês três por último.

" Elas saltaram os olhos das órbitas, assustadas."

- Pelo amor de Deus, moço... não toquem na gente. Prometemos que não vamos mais voltar aqui, vamos procurar outro cemitério para nossas festinhas.

- Não vou pedir, de novo.

" Falei assim, enquanto dei uma pancada forte nas costas de cada um deles - para intimidar. Subiram no muro, os três, um deles me xingou, inclusive, minha mãe. Pularam, as três meninas ficaram comigo, em pânico - pareciam esperar de mim o pior."

- Nossa, vejo que você manda ver, mas, não quero saber de histórias de violência, era so mandar eles irem embora. O que roubou o crânio aqui, nem mais faz parte desse grupo aí.

Disse, ela, de olho no monitor do computador. O decote mais uma vez lhe escapou do controle, os seios ficaram expostos, o sutien transparente, o bico grande, graúdo. As coxas estavam fechadas - mesmo assim teve admiração. A sua pele era limpa, coxas torneadas - a saia era curta. Os pés estavam descalços, os sapatos de salto largados próximos.

- Caso use de coração mole, eles voltam, os demais vigias eram inconsequentes, ou faziam vistas grossas às invasões. Quem sabe não trocavam favores sexuais com o grupo, ou recebiam algum trocado.

Diogo não lhe contou a parte da história, onde mais havia se divertido. pediu para as três meninas erguerem a saia. Resistiram, mas diante da ameça do porrete, assim o fizeram exibindo a calcinha. Ele elogiava os seus corpos. Pediu para que tirassem a calcinha, e assim foi feito - elas se derramaram em lágrimas.

- Lindas, lindas, adoro assim como à sua.

Disse, referindo-se a uma delas, que mantinha os pelos pubianos totalmente raspados.

- Agora, quero ver os seios, vamos. Vocês são lindas, delicias.

E, levantaram as blusas, exibindo os seios. Aproximou-se delas, apalpando-nas. E, assim, ajudou uma a uma a escalar os muro, empurrava, com força, ouvindo o baque da queda feia do outro lado.

A última a ficar tremia feito vara verde, ele tirou muito mais proveito. Apalpava os seios, beijava o seu pescoço. Apalpava entre as suas pernas, as nádegas. Pegava uma das mãos dela e colocava em cima do seu membro hirto. Enfim, dando risada, resolveu liberá-la. Com esta não foi diferente, quando a ajudava a escalar o muro via a visão de sua bunda exposta e de sua genitália. apalpava, e depois a empurrava com força, ouvindo o som do corpo da jovem se chocando na calçada, com força.

- Grande noite. Não sabia que seria tão divertido trabalhar aqui.

Falou, dando o reinicio da sua ronda pelas lápides, túmulos e mausoléus. Uma chuva torrencial se anunciava. O céu estava escuro. Passados alguns minutos, as lápides derramavam-se em água da chuva, os túmulos eram inundados pelo aguaceiro. Diogo escolheu,de abrigo uma laje de um mausoléu de rica família, e ali, ficou, em pé aguardando a noite passar, pois, a chuva seria longa. Praguejava-, não tinha onde se abrigar de todo, da chuva torrencial. Para sua sorte estava bem agasalhado.

Fim da Parte III

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 30/09/2012
Reeditado em 05/08/2013
Código do texto: T3909129
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