Escravo dos Deuses
Sou eu a quem vos fala,
Um rosto esquecido do panteão
Imerso aos corpos na vala
O mestre de toda vossa rebelião
Abortado sob a lua cheia,
Fui confinado ao fim dos tempos,
Enterrado dentro da areia
Entre gritos e dolorosos lamentos
Acorrentado por estes opressores
Desfaleci no templo de Isis,
Sufocado nestes impuros temores,
Do reino em grandes crises
Mil séculos já se passaram agora,
E o ar novamente eu respiro
A morte virá ao povo sem demora
Aos habitantes de todo Nilo!
Trago em meu cajado o poder
Dos imortais que são reerguidos,
Espalharei a doença do sofrer
Para vingar os inúmeros falecidos
Cairão pela terra esses sacerdotes
Com os seus velhos genitores,
Mostrarei os meus malignos dotes
Matando-os entre os horrores
Minha justiça é todo o juízo final
Dos oráculos e destas runas,
Curvem-se junto ao mestre imortal
Meu nome de batismo é Unas!