A vingança
Os gatinhos com poucos dias de nascidos foram separados brutalmente da mãe, e colocados em um cesto de palha. A gata parecia adivinhar o destino dos filhotes, pois miou desesperada e começou a seguir o dono. Esse demonstrando irritação, com um forte pontapé lançou o pobre animal longe, enquanto gritava nomes feios. Sentindo dor a gata ficou espiando de longe seus filhos serem levados. Não era a primeira vez que ela ficava sem sua ninhada. A passos largos o homem se aproximou do riacho que cortava a propriedade, e sadicamente foi mergulhando um a um os gatinhos. Sorria satisfeito enquanto afogava os animais indefesos. Ao retornar á casa nenhum arrependimento o consumia. Estava tranquilo. Meses se passaram e a gata adoeceu. Uma enfermidade que a deixou cega dos dois olhos. Seu dono ao perceber que cega, ela não teria nenhuma serventia na caça aos ratos, decidiu mata-la. Uma noite ele esperou que ela deitasse em seu cantinho em cima do fogão a lenha, e sem piedade esmagou lhe a cabeça com um pedaço de madeira, em seguida a jogou no riacho. Algum tempo se passou e o homem também adoeceu e por viver sozinho, não tinha quem o auxiliasse. Foi perdendo as forças e quase não saia da cama. Uma noite sentindo muita sede gritou desesperado por água. Nesse momento ele viu surgir à porta do quarto uma linda mulata, trazendo nas mãos um cantil. Desesperado ele implorou para que ela lhe desse de beber. Sorrindo de forma encantadora, a moça o ajudou se sentar e posicionou o vasilhame para que ele bebesse. Assim que começou a tomar o líquido, o homem percebeu um forte gosto de água podre junto com pedaços e pelo de animais, e tentou se libertar, mas a jovem era muito forte e o fez engolir toda a mistura pútrida. Aterrorizado e engasgado o homem deixou essa vida, e nem teve tempo de ver a linda mulata se transformando na fiel gata que o acompanhou durante vários anos e que fora brutalmente assassinada por ele.