O Fantasma
Quem vem ali bem adiante,
Não consigo sequer então enxergar
Tão longe e dos olhos distante
Sequer conseguiria eu identificar!
Esse nevoeiro está tão espesso,
Que já não vejo um metro ao além,
Ando em círculos e não mereço,
Estar confundido sem poder ver bem
Ando e a imagem vai se construindo
E permanece apenas parada,
Observo que ela está a mim sorrindo
Sob toda essa névoa estagnada
Talvez seja uma pessoa conhecida
Que me espera pelo longo caminho
Também poderia estar perdida
A seguir viagem, também sozinho
Um arrepio sobe pela espinha,
A sensação ruim de repente aparece,
Consumindo essa alma minha,
O misto de horror apenas engrandece
Caminho alguns passos lentamente
E aquela forma toma contorno,
Cada vez mais perto então de repente
Sinto um bafejar tão morno
Diante dos meus olhos uma mulher,
Fita-me com o olhar tenebroso
Pensei vê-la em um lugar qualquer
Aspergindo o seu ódio rancoroso
Os cabelos louros estavam molhados,
Suas mãos de sangue maculadas,
Os lábios brancos eram amortalhados,
Como se estivesse sido cortadas
A sensação do medo só aumentava,
Fiquei paralisado diante dela,
Minha mente apenas conjecturava
Algo de diabólico junto a ela
Foi então que eu assim me descrendo
Tentei fugir do horrível miasma
Toquei-a e ela calada foi desaparecendo
Não era ela apenas um fantasma?