Catalepsia
Batendo com força no caixão,
Ouço os gritos dos meus parentes,
Vão se despendido a multidão,
Com o pranto e as lágrimas ardentes
Não me deixem neste lugar,
A terra me aperta as mãos dormentes
Tenho fome e quero respirar,
Mas todos parecem tão indiferentes
Tudo aqui é escuro e o calor
Dificuldade agora a minha respiração
O peso da terra causa a dor,
Agora preciso de toda concentração
Para tentar fugir da alcova
Com alguma maneira de assim driblar
A morte fria nesta cova,
E poder regressar novamente ao lar!
Tanta força de nada adianta,
Sete palmos abaixo ninguém escuta,
O horror da peleja é tanta,
Temendo para a morte perder a luta
Dois dias então se passaram,
Sem forças condenado pela letargia,
Os dedos ao caixão riscaram
Meu destino na lúgubre catalepsia