Segredo de Família parte 2
Agora Antonio estava convencido de que algo estava acontecendo. Ele perguntou aos filhos se eles tinham visto alguma coisa, ouvido alguma coisa. Mas eles não pareciam ter visto nada. Porém, Julio disse que todas as noites ele percebia quando sua mãe vinha e lhe dava um beijo na testa. Quando ouviu isso, Johanna sentiu uma pontada de medo misturada com culpa. Pois fazia tempo que ela não ia verificar o sonho dos seus filhos, tão cansada pelo trabalho ficava, e tão assustada pelo que estava acontecendo. Assim, quando seus filhos foram fazer seus deveres de casa no estúdio, ela contou isso a Antonio. Quem estava velando os sonhos dos seus filhos? Estavam pensando no assunto quando ouviram gritos. Dessa vez não era aquele grito arrepiante, mas os lamentos dos seus filhos, que chamavam por eles.
Subiram correndo as escadas, e encontraram os dois no chão, chorando e tremendo, como se estivessem com muito frio. As cortinas se fechavam e se abriam sem ter quem as puxasse, o material escolar dos meninos estava no chão e os móveis tinham sido empurrados para um canto do quarto. O chão gemia de novo, e se ouvia um barulho indistinto. No assoalho, sangue fresco se estendia, manchando a madeira.
– Que é isso! Quem é você? Deixem-nos em paz! – gritou Johanna, desesperada, tomando um dos seus filhos nos braços enquanto Antonio pegava o outro. Desceram com eles e os deitaram nos sofás, na sala, que nesse momento lhes pareceu sombria. Enquanto acalmavam os meninos, Johanna reparou na parede. Ali, de onde Antonio tinha tirado a sujeira que demarcava o lugar onde pendiam os retratos dos seus antepassados, havia uma marca. Ela se avizinhou e viu que era uma marca de mão, como se alguém tivesse golpeado a parede com a mão suja. Ela não sabia havia quanto tempo a mancha estava ai, pois quase nunca usavam a sala, que era muito grande e fria para passar os dias nela. Quando entravam e saiam eles apenas reparavam no local. Quando os meninos deixaram de chorar, contaram que estavam fazendo a lição, e de repente as cortinas começaram a se mexer sozinhas. Então, sentiram alguém puxar suas cadeiras e derrubá-los, e viram duas sombras, que começaram a derrubar seus cadernos, livros e demais coisas, e que depois empurraram os móveis para o canto do quarto. Nesse ponto uma figura entrou, e eles gritaram, de forma que as figuras sumiram, mas o chão começou a ranger e apareceu aquela mancha no assoalho.
O casal não sabia o que fazer. Ou todos estavam ficando loucos, ou o que acontecia era real. Eles não tinham muitas opções, e, apesar de Johanna querer procurar algum tipo de exorcista, Antonio se negou a isso, dizendo que todos eles eram charlatães. Decidiram que passariam alguns dias fora da casa, para mudar de ambiente. Porém, Johanna, preocupada com a tal que beijava seus filhos, decidiu ficar mais uma noite no lugar, para descobrir que era o que acontecia no quarto dos seus filhos.
Antonio disse que ela era muito teimosa, pois depois de tudo o que tinham passado queria continuar ali, mas ela não mudou de ideia. Essa noite, ela deitou na cama de Julio, tentou dormir. Já era perto da meia noite e a lua entrava em cheio no quarto, iluminando tudo com sua luz azulada, quando Johanna sentiu que não estava sozinha. Sem se mexer muito, olhou para a porta do quarto e viu a mesma moça triste olhando para o quarto. A figura ficou um momento na porta, e depois avançou devagar em direção às camas. Porém, quando viu que uma delas estava vazia, emitiu uma espécie de lamento e, pegando as cobertas da cama, jogou tudo no chão. Depois, desapareceu. Johanna não soube o que pensar. Não acreditava que estivesse tão estressada ao ponto de chegar a imaginar tudo isso. Se Antonio se negava a enfrentar os fatos, ela não. Procuraria alguém apenas amanhecesse.
No dia seguinte, Antonio veio cedo para ver como ela estava. O que encontrou foi aterrador. Johanna estava na base das escadas, inconsciente. Ele correu para ela e tentou acordá-la, e ao não conseguir ligou pedindo uma ambulância. Os médicos não conseguiam explicar-se o que tinha acontecido com ela. Johanna não tinha marcas físicas nem hematomas de nenhum tipo, não tinha rompido nenhum osso e parecia inteiramente bem. Mas continuava desacordada. Antonio se culpou por não ter ficado com ela, e voltou à casa, disposto a encontrar qualquer indício do que acontecera à sua esposa.
Quando entrou, tudo parecia normal. Atravessou a sala e entrou no corredor, subiu as escadas e entrou no estúdio. Encontrou todas as coisas no seu lugar, mas tinha a certeza de que não tinha sido Johanna que tinha arrumado tudo. Quando saíra com os filhos, o lugar estava totalmente bagunçado. Foi ao quarto dos meninos, onde sabia que sua esposa tinha dormido, e não entendeu mais nada. O quarto estava todo mudado. As camas não eram as mesmas, e tinham mudado de lugar, um armário antigo estava encostado na parede, e ao seu lado havia uma escrivaninha própria para o uso infantil; além disso, não havia cortinas, mas o local estava sumido na penumbra, ainda que fosse de manhã, e todas as coisas que ali se encontravam não pertenciam aos seus filhos. Ao se aproximar da escrivaninha, Antonio encontrou um caderno desses antigos, da época de seus pais, e ao abri-lo viu uma escrita de criança, uma lição de escola. No canto superior da folha havia uma data, de uns quarenta anos atrás. Antonio deixou o caderno na escrivaninha e procurou alguma pista do que tinha acontecido com Johanna, mas não achou nada. O desânimo tomou conta dele. Sua casa estava enfeitiçada de alguma forma que não entendia. Sua mulher estava inconsciente num leito de hospital. Ainda não tinha conseguido emprego, e trazer de novo as crianças para morar nesse lugar lhe dava um nó no estômago só de pensar. Mas não teria muita opção, já que não poderia ficar eternamente na casa da amiga de sua esposa.
Quando finalmente saiu do quarto dos filhos, Antonio viu, no último degrau da escada, duas figuras. Uma era aquela moça pálida que tinha espantado a Johanna. Ficou chocado quando percebeu que a outra figura era sua própria esposa. Johanna estava olhando para ele como se quisesse falar alguma coisa para ele. A outra figura parecia que não percebia sua existência. Johanna passou a mão trêmula nos lábios, como a indicar que não podia falar. Depois, pôs a mão no coração, fechou os olhos, os abriu de novo e continuou a fitar Antonio, que se aproximou dela.
– O quê aconteceu com você? – disse ele bem baixinho. Ela não respondeu, mas olhou para a figura da moça, e depois para Antonio. Então ele percebeu que sua esposa estava presa à figura, que tinha segurado sua munheca com as suas mãos de fantasma.
– O quê eu posso fazer? Diga-me alguma coisa, como eu faço para trazê-la de volta?
A figura de sua esposa, porém, não emitiu nenhum som. Porém, Antonio reparou que ela lhe estava indicando alguma coisa. Ele se virou e viu, numa mesinha que estava no corredor, dessas onde se apóia o telefone, um porta-retrato. Nele havia uma foto do dia do seu casamento, onde apareciam eles e a sua sogra. Mas como não tinha pensado nela! Coitada, ele ainda não a tinha chamado para lhe avisar da condição da filha. E pensando bem, se alguém sabia o que estava acontecendo nessa casa, essa era sua sogra. Afinal a casa tinha sido dos pais dela.
Assim, Antonio se esqueceu das duas figuras, que ainda estavam no topo da escada, a moça olhando para o estúdio, Johanna olhando para ele, e foi ligar para sua sogra. Ela disse que chegaria ali o mais rápido possível, perguntou onde sua filha estava e o que tinha acontecido. Antonio voltou então ao hospital. Sua sogra chegou no dia seguinte. Tinha viajado a noite inteira, estava com um aspecto cansado, e estava preocupada por Johanna. Depois de ter visto sua filha, ainda inconsciente, Antonio lhe pediu para acompanhá-lo à cafeteria, onde lhe relatou todas as coisas estranhas que tinham acontecido, desde o susto inicial até o ataque sofrido pelos filhos, sem esquecer o fantasma que os beijava às noites e que era, segundo ele, o responsável do estado de sua esposa. Dona Rosa, sua sogra, o escutou em silêncio. Ele lhe repetia que, mesmo parecendo uma loucura, ele estava falando a verdade, e finalmente lhe perguntou se ela fazia alguma ideia de por que essas coisas estavam acontecendo. Ela ficou em silêncio ainda por um bom tempo, e depois simplesmente disse: – Eu tenho que ir àquela casa. Você pode me levar?
Demoraram pouco tempo para chegar, pois não houve engarrafamentos. Antonio abriu a porta e entraram. Ela ficou admirando um tempo o bom trabalho que ele tinha feito na casa, as paredes e o teto recém pintados, os móveis, a decoração que sua filha tinha feito, as escadas reluzentes, a cozinha espaçosa. Demorou bastante, como reunindo coragem para subir as escadas.
– Sabe, Antonio, desde que eu era adolescente não entrava nesta casa. Vocês fizeram um ótimo trabalho, parece como nova! Eu nunca disse a Johanna nada sobre este lugar, nem sobre meus pais, e meus irmãos também não falam do assunto. Se não fosse porque vocês precisavam de um lugar para morar, acho que nunca mais ninguém teria posto o pé aqui. É tão bom estar de volta! Tantas lembranças que estas paredes me trazem, a sala, a cozinha, as escadas... Elas ainda rangem ao subir?
– Sim, disse Antonio, mas não pensamos em trocá-las, porque apesar de ranger ainda estão bastante sólidas. – Assim dizendo, ele começou a subir, e dona Rosa o seguiu. Quando chegaram ao segundo andar, ela parou no último degrau e ficou olhando o corredor amplo que levava aos quartos. De repente, começou a correr de um quarto ao outro, e quando entrou no quarto dos meninos, parou. Olhou as coisas, que estavam como Antonio as vira da última vez: os móveis antigos, a escrivaninha de criança, o caderno, a penumbra estranha. Dona Rosa então começou a chorar, e, soluçando ruidosamente, se avizinhou da escrivaninha e pegou o caderno nas mãos.
– Este caderno era da minha irmã! Ela gostava de ficar no quarto para fazer a lição em paz. Eu gostava de ficar embaixo, no comedor com meus outros irmãos, fazendo bagunça. Este era o nosso quarto! Aquela – disse mostrando a cama no que ficava perto da janela – era a minha cama.
– Mas, dona Rosa, o quarto dos meninos não é assim. Ficou assim depois que a Johanna ficou desacordada. Você sabe o que diabos está acontecendo aqui, afinal? Eu preciso minha mulher de volta!
Dona Rosa saiu do que tinha sido seu quarto e, depois de dar uma olhada no quarto do casal, se dirigiu ao estúdio. Quando entrou sentiu um frio gelar-lhe o interior, como se tivesse tocado um grande bloco de gelo. Apesar de ter ouvido o relato de Antonio, não tinha realmente acreditado nele, mas, apenas entrou, as cortinas começaram a se mexer violentamente, o chão de madeira rangeu como se um batalhão estivesse trotando no local, a janela se abriu e se fechou sozinha, e as coisas começaram a ser empurradas violentamente por mãos invisíveis. No centro do quarto a mancha de sangue que Antonio lhe descrevera começou a se formar.
– Parem, parem já! Mãe, por favor, pára! – ela exclamou. Do nada, como se ela tivesse pronunciado algum sortilégio, tudo se acalmou. Ao lado da janela, a figura da moça apareceu, segurando pela munheca a sombra de Johanna. Esta última, ao ver sua mãe, proferiu uma espécie de gemido alegre, mas não falou nada. A moça, que sempre parecia não perceber a presença das pessoas, olhou fixamente para dona Rosa, e, soltando Johanna, cuja sombra desapareceu, se aproximou dela. Antonio, que estava parado na soleira da porta, só ficou olhando o que acontecia, mas se dispôs a ajudar sua sogra, caso ela precisasse. Dona Rosa não se mexeu, nem pareceu assustada pela figura que chegava cada vez mais perto dela.
– Ai, mãe, que saudade! – ela disse – Fazia tanto tempo que não a via! Esse dia eu estava na casa da Cecília. Por que, mãe? Por que a senhora fez isso?
Então, estendeu a mão, como para tocar a face da figura. A moça também estendeu a mão pálida, e, tomando a mão de dona Rosa, esboçou um sorriso, e sumiu. Antonio, que não entendeu bem o que acontecera, foi perto da sogra, mas quando a sombra sumiu, sua sogra desmaiou. Ele sabia que não poderia reanimá-la. Acontecera com ela o que tinha sucedido com Johanna. Novamente chamou uma ambulância. Novamente se dirigiu ao hospital atrás de uma mulher inconsciente. No caminho não parava de pensar no que ocorrera. Nada fazia sentido, e o medo que por tanto tempo lhe fizera companhia não queria ir embora. Esperava, porém, encontrar sua mulher acordada. Afinal, a sombra da avó dela tinha-a liberado do seu aperto.
Quando chegou ao hospital foi direto ver sua esposa. Johanna estava sentada no leito, sendo examinada por um grupo enorme de médicos e enfermeiras, que, como lhe informaram depois, não conseguiam se explicar como a paciente tinha acordado. Enquanto a revisavam, ele foi se informar acerca da sua sogra e, como imaginava, ela não respondia a estímulos, mesmo sem ter feridas aparentes. Antonio então voltou ao quarto da sua mulher, que estava esperando por ele.
– Querida! Nunca mais vai pôr os pés nessa casa, ouviu? Não quero perder você de novo! Sua mãe agora está como você esteve... – Johanna, porém, o interrompeu.
– Antonio, meu amor. Agora eu sei o que aconteceu na casa. Eu não me lembro bem como foi que eu entrei no mundo deles, mas acontece que entrei. Queria que minha mãe tivesse me falado mais dos meus avós.
– Tudo bem, eu estou louco por saber o que aconteceu com você, mas é melhor você repousar. Ficou dois dias desacordada, está fraca. Descanse que depois vamos falar. Eu vou procurar os seus filhos, que estão doidos de preocupação.
– Não, Antonio. Eu estou bem. Deixa que te conte tudo, eu não quero que as crianças saibam do que vou te contar. Eu estava no quarto das crianças e vi o fantasma da moça entrar. Eu estava deitada numa das camas, mas ela percebeu que tinha uma vazia, e acho que ficou aborrecida. Ela sumiu, e eu pensei que era melhor ir deitar no nosso quarto. Quando sai do quarto dos meninos, a porta do quarto se fechou, como se alguém a tivesse empurrado. Eu não consegui mais abri-la. Então percebi que eu era louca de querer dormir sozinha nessa casa enfeitiçada, e decidi ir embora, nem me atrevi a trocar de roupa. Já estava chegando à escada quando, ao passar pelo estúdio, vi que a janela estava aberta. Não sei o que deu em mim de querer fechá-la antes de sair, ou de onde arranjei a coragem para entrar nesse quarto amaldiçoado, mas enfim, entrei e fechei. Ai é que o quarto enlouqueceu. Tudo começou a balançar, o assoalho rangeu, senti um frio soprar na minha nuca e a porta bateu como se algum maluco estivesse brincando de fazer barulho. Então vi duas sombras entrando de fininho, e depois de algum tempo, durante o qual eu tentei sair sem conseguir passar pela porta que se movia, ouvi um grito. Foi o grito mais arrepiante que já ouvi, pior do que os anteriores. As cortinas se abriram, a janela se escancarou, e eu vi a figura da moça na janela, olhando para o quintal. Quando a moça apareceu, as outras sombras sumiram, e a porta deixou de bater, mas eu não me atrevi a me mexer. Mas parecia que a moça não tinha percebido que eu estava ali, então eu fui caminhando devagar para a porta e... Bom, acordei aqui. Isto é, eu estava consciente, mas não era mais eu, porque de repente a moça me falou, me perguntou o que eu estava fazendo ai, por que estava atrapalhando-os. Então ela pegou minha mão pela munheca e não me soltou mais. E, de algum modo, eu soube que ela era minha avó. E vi tudo nos olhos dela. Amor, é uma história escura, um horror que minha mãe e meus tios tem guardado muito bem em segredo. Aquelas sombras, o sangue, a janela. Minha avó tinha uma irmã caçula, da qual eu nunca ouvi falar, que foi morar com ela e meu avô quando nasceu meu tio mais novo. Ela deve ter sido muito bonita, porque minha avó era linda, e mesmo assim meu avô a traiu com a irmã. Você nem imagina, amor, o que minha avó sofreu!
Eles ficaram juntos durante muito tempo, anos e anos, e minha avó, ocupada como estava com os filhos, a casa e o trabalho, não percebia. Mas um dia teve que voltar em casa, e os descobriu. Eles não perceberam, porque ela ouviu o barulho e foi se aproximando devagar. Seu coração se partiu. Acho que algo escuro tomou conta dela, porque o que fez a continuação foi terrível. Ela ocultou a descoberta e a sua dor, e fingiu que nada tinha acontecido. Mas à medida que o tempo passava, o ódio crescia dentro dela, e começou a planejar sua vingança. Ela sabia que meu avô tinha uma arma oculta na gaveta do guarda-roupa dele, foi, pegou a pistola e entrou no quarto onde eles estavam, o quarto da irmã dela, que hoje é nosso estúdio, e os matou. Descarregou a arma nos dois. A irmã dela gritou, ela e meu avô ficaram estendidos no chão. Ao ver o que fez, minha avó não suportou a visão. Então, ela abriu a janela, olhou para o quintal, subiu no parapeito e pulou. As crianças estavam na escola, e quem achou os corpos foi a polícia, pois a vizinha, que tinha ouvido o tiroteio, tinha ligado para a emergência.
Acho que desde esse dia ninguém morou mais na casa, até que nós chegamos. Creio que nossa presença provocou de alguma forma esses fantasmas adormecidos. Agora não sei o que vai acontecer com a minha mãe. Pelo que vi (até minha avó me soltar, eu também estava lá), ela ficou feliz de ver a mãe de novo. Não sei...
– Nem eu sei o que fazer, Johanna. Que segredo horrível que sua mãe e seus tios guardaram por tanto tempo!
Nesse momento, um médico entrou no quarto, e perguntou se podia falar com Antonio sobre dona Rosa. Ao saber que Johanna era filha dela, falou com os dois.
– Senhor e senhora Medina. O que eu vim lhes falar é algo que nunca tinha acontecido antes. Estamos fazendo o possível para remediar a situação. Lamento informar-lhes que a senhora Rosa sumiu. Ela estava no quarto, inconsciente. Ninguém entrou ou saiu, ninguém a viu passar. Quando a enfermeira foi revisar o estado da paciente, encontrou o leito vazio. Apesar de termos procurado em toda a ala, não conseguimos saber o que aconteceu com ela.
Johanna e Antonio ficaram olhando o médico, e depois se olharam. Eles sabiam que nunca mais iriam ver dona Rosa de novo.