Lúcifer

A chuva castigava a pacata cidade de Butatã,as crianças choravam, sonolentas em busca de leite materno,os velhos assistiam a programação local acompanhados de suas canecas de café requentado, e não muito longe dali,no cemitério municipal, Augusto pranteava sobre o túmulo de sua eterna amada. Carol havia sofrido um acidente de carro e não resistira aos sofrimentos, indo a óbito posteriormente.

O pobre rapaz praguejava, e perguntava-se por que Deus levara o seu único amor, sua pricesinha, que agora repousava no leito da morte. Sua roupa estava toda empapada e suja de terra póstunas. Encostou a cabeça na lápide olhando para foto de Carol que se destacava em meio as flores murchas e murmurou para si mesmo "Faria tudo para tê-la ao meu lado novamente".

As gotas tornavam-se cada vez mais espessas, e Augusto já cansado, preparava-se para se retirar, quando sentiu um toque gélido em seu ombro. Assustado e com o "coração na boca" virou-se rapidamente e o que viu, fez o teu corpo estremecer. Um homem completamente nu, o fitava fixamente. De forma inexplicavel o sujeito estava seco, a chuva não o molhava, as gotas que caiam em seu corpo secavam magicamente. Antes que pudesse se afastar, o homem segurou firme em teu ombro e abrindo um largo sorriso, balbuciou:

- Não tenhas medo meu caro, vim em atender o seu desejo...

- Ma-mas com...

- Não faça perguntas!- interrompeu o despido- Sou LÚCIFER, o deus do impossível! Posso levá-lo até a sua amada!

A idéia de estar novamente junto a Carol fez brotar um sentimento de esperança em seu peito e sem pensar duas vezes suplicou:

- Eu faço tudo para poder toca-la novamente,é só me dizer o que tenho que...

- Não precisa!- interveio Lúcifer sorrindo- É só correr e abraça-la!

Antes que pudesse indagar o misterioso homem, Augusto pode ver Carol sorrindo bem a sua frente,vestindo o lindo vestido florido que ele a presenteara no aniversário de namoro. Uma imensa felicidade o invadiu e num ato de insanidade, a agarrou com toda força que ainda restava em sí.

- Meu amor, nunc...

As ultimas palavras balbuciadas por Augusto. Ao agarra-se a imagem da bela moça, seu corpo ardeu em chamas,sua carne agonizava em tamanha dor. Nada havia ali, nenhum amor, nenhum vestido florido, apenas um homem nu sorria enquanto sambava sobre um túmulo qualquer...

Renan Insano
Enviado por Renan Insano em 16/09/2012
Código do texto: T3885374
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