A RUA DO CEMITÉRIO - CAPÍTULO I

Quem mora no Rio de Janeiro, conhece esta rua.

Parece brincadeira, mas é verdade, no Bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, há uma rua dos mortos, é mais conhecida como cemitério do Caju. Nesta rua há cemitérios do início ao fim.

Florisbela era uma linda jovem de seus dezoito anos, nascera naquela rua, morava lá no finalzinho. Ela já estava acostumada com aquela paisagem, todos os dias caminhava toda a rua nas calcadas dos cemitérios, até chegar a Avenida Brasil, aonde pegava uma condução para o trabalho.

Na ida até que era menos ruim do que a volta, quando já era noite e o local ficava mais tenebroso.

Certa noite, retornou para sua casa como de costume, ao entrar na sua rua ela avistou algumas pessoas, um rapaz, bem vestido de boa aparência que caminhava a sua frente reduzindo o passo, como que a espera-la, caminhou ao seu lado, puxou conversa:

_ Você mora aqui?

_ Sim, moro no final da rua.

_ E você mora aonde?

_ Eu moro no Jardim da Saudade, em Paciência.

_ Isso é um bairro?

_ Digamos que é um condomínio de luxo, em Paciência.

_ Você mora tão longe, o que faz aqui?

_ Venho sempre visitar meu primo rico.

_ Aonde ele mora?

_ Aqui perto. Você não tem medo de andar por esta rua sozinha a noite, pode ser perigoso?

_ Já estou acostumada.

_ Se você me permitir gostaria de acompanhá-la até sua casa?

O rapaz gostaria de ter a certeza que ela estaria em segurança, então ela concordou, e ele a levou até sua porta. Ao chegar ela agradeceu. Ele diz que gostaria de voltar a vê-la, quando ela lhe pediu seu telefone, ele disse não haver necessidade. Ela intrigada perguntou:

_ Como vamos nos encontrar novamente?

_ Não se preocupe eu a encontrarei.

Ela só sentia-se constrangida de convidar alguém para ir a sua casa, pois a vista era assustadora. Festa em casa então nem pensar, pois ninguém comparece.

Continua...