Apodrecendo
A minha pele fria e grudenta,
Viu-se aos poucos escurecendo
Amarelada e assim purulenta,
Calmamente está se desfazendo
E esses dedos com as hematoses
Dentro da terra desaparecendo,
Roxas em suas inúmeras necroses
No escuro estão se amolecendo!
Ouço o ranger de tantas bactérias
Dentro de mim vão se remexendo
Decompondo as míseras matérias
Já não sei o que está acontecendo
Em meus intestinos e entranhas,
Parecem que estão se envolvendo
Sinto delas as sensações estranhas
Dentre a terra vou me dissolvendo
Por mais que eu tente raciocinar
A lembrança vai-se desaparecendo,
Apenas vejo a terra acima pesar
Agora sei que estou apodrecendo!