O Espantalho
Nas matas protegendo a colheita
Um boneco em forma humana,
Uma oferenda satânica tão perfeita
Sagrada ao circulo do pentagrama
Oculto ao povoado de um vilarejo,
Invocando em ritual macabro,
Reencarnação do maligno desejo
É a marionete da mão do diabo
Ergue-se entre grandes plantações,
Delírio oculto de maligna matança,
Protege as colinas entre as vastidões
Extermina pela noite a vizinhança
Protege vastos campos semeados
Regido por uma força diabólica,
Olhos vítreos em panos espelhados
Expurgado da santidade católica
O sangue mistura-se a terra molhada
Semeando os grãos da perdição,
Cada vítima dentro do solo enterrada,
Continua o ciclo de aniquilação!
Sua sombra se projeta no estaleiro,
O gancho retalhando as suas vestes,
Criação maldita do antigo fazendeiro
Espreita-te por entre os ciprestes.
Um boneco descansando sob a luz,
Costuras com colcha e pouco retalho,
Quando eu o vi e os olhos nele pus
Deparei-me com esse espantalho!