As flores da morta
Era a terceira vez no dia, que a moça passava por aquela casa. O vaso de flores vermelhas no alpendre despertou seu interesse. Sabia que não morava ninguém ali há quase um ano. A última moradora falecera. A moça estava intrigada. Quem estaria cuidando daquele vaso de flores? Por que todas as outras plantas secaram e morreram e aquela conservava seu viço? A moça foi para casa, mas não conseguiu esquecer as flores vermelhas e antes de dormir resolveu dar mais uma espiada. Era noite de lua cheia e a claridade lunar embelezava ainda mais as flores. A moça quedou-se em admiração esquecida das horas. O dia começava a amanhecer quando ela despertou de seu torpor e seguiu para casa. Sentia câimbras, fraqueza e uma estranha confusão mental. Dois dias a moça passou prostrada, e no terceiro dia uma grande vontade de rever o vaso de flores, a levou de volta ao portão do casebre vazio. As flores estavam ainda mais vistosas e sem parar para pensar no que fazia, a garota abriu o portão enferrujado pegou o vaso e rapidamente correu para casa. Para não ficar longe daquela maravilha vermelha, ela levou o vaso para o seu quarto e o colocou na mesa de cabeceira. Acordou no meio da noite com um cheiro putrefato e com uma presença no quarto. A claridade que passava através da cortina iluminou o rosto descarnado que a fitava enraivecido. A moça reconheceu a dona do casebre e das flores vermelhas. Tentou explicar-se, mas mãos frias, de dedos enegrecidos apertaram sua garganta fortemente interrompendo lhe a vida. Na manhã seguinte o vaso de flores vermelhas estava de volta ao alpendre e sem ser vista por olhos humanos, sua falecida dona o admirava sentada na velha cadeira de balanço.05/09/2012 Para meus leitores fieis,incluindo Zeni,Julio cesar dozan,Gantz e Vanessa Roberta.