ANJOS DA MORTE - CAPÍTULO III - FINAL

Fui salva porque mamãe veio em meu socorro, arrancando-me da parede.

Na manhã seguinte, mamãe subiu ao sótão disposta a desvendar o mistério, encontrou uma papelada de uma Clínica, com fichas de mulheres, o mofo era constante. Após um longo tempo de busca, mamãe encerrou por aquele dia.

Naquela noite, como nas anteriores, mamãe ouvia barulho, parecia sair das paredes e do sótão.

Inesperadamente surge um pedido de socorro do quarto dos meus irmãos e quando mamãe chega lá meus irmãos tinham desaparecido.

Mais uma vez mamãe ficou desnorteada e chamou meu pai, que foi a Polícia dar parte.

O Delegado formou um grupo de buscas, com a ajuda dos moradores, após longas buscas em vão, retornaram sem esperança.

No dia seguinte, meu pai foi procurar ajuda na vizinhança, bateu de casa em casa, na esperança de encontrar alguém que pudesse ajudá-lo.

Finalmente encontrou um casal idoso que tinha uma história a contar sobre a casa. O Senhor relatou que quando criança ouvia seu pai contar que aquela casa pertenceu a um Médico que tinha uma Clínica.

E que o pai dele trabalhou na construção daquela casa, até o dia em que o Médico chegou com uns sacos preto e jogou dentro da concretagem da estrutura da casa, o pai dele achando isto muito estranho, depois foi lá e catucou um dos sacos até rasgá-lo, deparando com diversos fetos ensanguentados.

Desde aquele dia o pai dele não voltou mais lá para trabalhar, o Médico contratou outros profissionais, que concluíram a obra. Durante a construção da casa diversos pedreiros foram mortos, com acidentes inexplicáveis.

A casa ganhou fama de mal assombrada, diziam que sempre se ouviam barulhos e correria de crianças, como se fosse um jardim de infância.

O Senhor contou que o Médico e sua esposa foram encontrados mortos dentro da casa, em circunstâncias estranhas, e nunca se descobriu o culpado.

A casa ficou de herança para um parente distante, que nunca teve coragem de morar ali pela fama de mal assombrada.

Meu pai contou ao casal tudo o que aconteceu em sua casa com sua família, e o desaparecimento de seus filhos.

Aquele Senhor falou que se ele quisesse ter seus filhos de volta, deveria sair daquela casa e destruí-la, libertando assim os anjos ali confinados.

Papai pediu ajuda a alguns homens da vizinhança e seguiram para a demolição da casa. Então saímos de casa e começou a demolição, botaram as paredes abaixo e partiram para destruir a estrutura.

Usando britadeiras quebravam os concretos e a medida que iam quebrando, Anjos saíam voando; após um exaustivo trabalho, encontraram meus irmãos presos na concretagem, como se estivessem hibernando, e aos poucos foram voltando a si.

Foi uma grande alegria para minha família estarmos todos juntos novamente. A casa foi totalmente demolida, e os Anjos foram libertados, seguindo seu caminho.

Após retirarem os escombros, papai mandou construir um lindo jardim, onde uma dia foi nossa casa.

Mudamos para outra cidade, levando apenas a roupa que vestíamos, pois queríamos esquecer aquele episódio em nossa vida.

Obrigada a todos que acompanharam-me em mais um texto.