Rituais Macabros - Capítulo V

E num piscar de olhos, o Coroinha passou desta para melhor. Ou teria sido desta para pior? E o mais intrigante feliz da vida, quer dizer agora feliz da morte. Nunca vi ninguém feliz por estar morto.

O Coroinha sentiu-se no paraíso, ou seria no purgatório?

A moça radiante de tê-lo ao seu lado por toda morte.

Ela: _ Feliz meu amor?

Ele: _ Sim minha querida, não sabia que se vive após a morte.

Ela: _ Vive sim, mas não é tão bom quanto a vida.

Ele: _ E o que se faz aqui na morte?

Ela: _ Caçamos os humanos, para matá-los e comer sua carne, assim ficamos fortes e poderemos voltar a viver, mas dessa vez para sempre.

O Coroinha sentiu nojo, mas logo lhe veio um desejo incontrolável de comer carne humana. Ele tentou lutar contra seus impulsos, mas foi em vão. E saíram floresta a dentro, quando mais adiante viram um grupo de fantasmas jantando, e para seu espanto, o Coroinha não se conteve e partilhou do jantar, era uma jovem moça, e sobrou somente pele e osso.

O Coroinha tenta se recompor, limpando a boca ainda ensanguentada, ele próprio não acredita no que fez, mas sabe que fez.

Mais adiante para sua surpresa, quem o Coroinha encontra saciando-se em uma deliciosa refeição? Sim é ele mesmo o Padre, eles se reconhecem, e o padre que já se alimentou muito sente-se vivo, e propõe ao coroinha voltarem para a cidade, para sua casa, no caso a Igreja.

Eles retornam a vida normal na cidade, ambos assumem seus postos e acreditam que voltaram a viver.

Os fiéis que estavam na Igreja aguardando por notícias do Padre ficam muito felizes com o seu retorno, são e salvo.

O padre agradeceu por tudo, marcou uma missa para a meia noite e dispensou a todos.

O Padre tomou conhecimento do ocorrido com o Coroinha e tratou de preparar o casamento, pois ele disse que não seria correto viverem maritalmente sem a benção de Deus.

Naquela noite, o Padre e o Coroinha prepararam tudo para a missa, os fiéis foram chegando e a Igreja lotou.

O Padre rezou a missa, normalmente como de costume e anunciou o casamento do Coroinha para o próximo sábado, a meia noite.

Os fiéis começaram a estranhar o comportamento do Padre, pois agora só marcava tudo para meia noite.

As Carolas ofereceram-se para ajudar nos preparos do casamento, ornamentação da Igreja, roupa dos noivos, comes e bebes, etc...

O Padre agradecido disse-lhes que não se preocupassem com nada, pois tudo seria providenciado, levassem apenas sua presença.

A noiva convidou todos os seus amigos de morte, e prometeu um grande banquete.

Tudo acertado para o casamento, é chegado o grande dia, ou seria a gr ande noite?

No dia marcado todos a postos na Igreja para o casório, a Igreja estava repleta. Após todos chegarem, a porta foi fechada e o Padre prosseguiu com os proclames, realizando o casamento do Coroinha.

O sino da Capela já anunciava as doze badaladas da meia noite, terminado o casamento, o padre disse: _ Eu vos declaro marido e mulher por toda a eternidade.

O Padre anunciou: _ Passemos agora ao banquete..............................

e foi sangue e gritos para todos os lados, e sobrou somente peles e ossos.

E todos foram degustados para sempre.........

Na fazenda, o Sr. Nicolau entristecido com o desaparecimento do Padre, não sabia o que fazer para livrar-se dos fantasmas.

Naquela noite houve grande alvoroço em sua fazenda por volta da meia noite, e no dia seguinte corre a notícia de que eles atacaram mais uma vez, e os gritos ecoavam aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, desta vez um de seus empregados fora a vítima.

E por muitos dias o incidente se repetia na fazenda, toda noite o Sr. Nicolau perdia um empregado.

Naquela noite, na fazenda todos despediram-se para dormir, e esperavam que após vários dias de tormento, pudessem descansar em paz.

Para surpresa de todos, naquela noite os fantasmas invadiram a casa do fazendeiro e levaram consigo adivinhem quem? Nada mais, nada menos, que o seu filho Manolo, para desespero do pai...

Continua...