O Camaro Negro

Na penumbra entre dois morros nas montanhas deslizava o reluzente Kamaro negro, dentro a velha canção aquarius, tocava na velha e surrada fita cassete presente de uma velha amiga que partiu, coitada, fortuitamente.
Fora mais uma noite agitada, aquelas vozes vieram durante o banho e infelizmente ele teve que ir e cumprir sua sina, como ele mesmo gostava de dizer, quando em frente ao espelho.
Seu empoeirado carro exalava morte, suas roupas cheiravam a morte, sua vida, ou que ele chamava de vida tinha odor de morte.
Teve um dia mulher, parentes, mas isso tudo acabou, quando? Nem ele mesmo sabia, todos se foram, as vozes tinham levado a todos.
Do velho Roney, pai de família, so existia na sua vida o fantasma do que um dia foi.
Vivia de parcas somas conseguidas das suas missões, nas madrugadas.
Foi a muito tempo, quando as vozes começaram a lhe chamar para fazer aquelas coisas que começaram suas matanças.
Numa madrugada, levantou, foi ao galpão, pegou a picareta e naturalmente foi ao quarto de seus pais, e assim mesmo, naturalmente, trucidou os dois anciãos, ali mesmo.
Nesta madrugada enterrou suas primeiras vítimas, não chorou, não lamentou, era a sua missão, as vozes mandavam.
A tragédia foi longamente investigada, e ele, bem, ele estava livre, nada foi apurado, Roney era insuspeito e silencioso.
Foram inumeras as vezes em que banqueteou-se com visceras de vítimas, em fogueiras ao lado da estrada.
1 ano após a morte de seus pais casou-se.
Os seus olhos frios, eram confundidos com olhos tristes, mas por tras de sua singela face, escondia-se um carater demoníaco, que nem sua esposa desconfiava.
Não foram poucas as noites em que Roney, saiu e voltou de madrugada, tranquilo e feliz.
Passara em todas as cidades da região, em cada uma deixou seu rastro sanguinário e cruel.

Numa tarde enquanto estava parado ao lado de uma praça, avistou um casal e dois filhos, quando as vozes vieram e mandaram ele "visitar" aquelas pessoas a noite.
Uma brisa quente, banhava a madrugada, o negro Kamaro, como um fantasma estacionou em frente a casa das vítimas...
A porta do carro abriu e um vulto esgueirou-se rente a cerca da casa, e bateu na porta dos fundos...
A porta abriu-se...A lâmina, de uma espada, desceu como um raio e rasgou o ventre do pobre homem de cima a baixo, e por cima dele, qual uma besta, atirou-se sobre a mulher e as crianças, transformando  a sala do casal num açougue.
Pegou a cortina, passou uma, duas, tres vezes na lâmina da espada, recolheu-a, e sorrindo foi embora.
Uma ação vertiginosa, durante toda a execução não foram ditas mais que 3 palavras, pelas vítimas.
Durante a viagem até sua casa, as vozes lhe alertavam para a traição de sua esposa...Lhe afirmavam que ela o traia, enquanto cumpria a sua missão.
Estacionou em frente a casa, retirou a espada debaixo do banco, beijou-a, dirigiu-se até a casa, abriu a porta, e num golpe certeiro, degolou a esposa, sem piedade.
Afastou o corpo e foi descansar, 1 hora após, acordou, pegou o corpo enrrolou em um lençol, levou ao porta
malas do carro, e dirigiu-se até a serra, onde jogou-a.
Antes de sair dali, ouviu mais uma vez a musica aquarius...Quando foi arrancar o carro a voz lhe disse:
___Desça do carro e vá la onde jogou a mulher Roney...
Por um instante vacilou, afinal nunca tivera feito isso...
Teve impetos de perguntar, mas porque?
Entretanto, foi.
O misterioso carro negro estava estacionado de frente para o abismo, desceu uns dois metros barranco abaixo, quando olhou para tras...
Via apenas o teto do carro, como feições tenebrosa de um fantasma, mas lentamente este crescia em sua frente, crescia, crescia...
Roney não pronunciou mais que 2 palavras e agora achava-se agarrado ao capô do carro, viajando em direção ao fundo do abismo, inexplicavelmente...Durante a queda, ouviu longas gargalhadas em forma de eco, vindas do fundo do abismo... ahahahahahahahahahahahahahaahahha


Malgaxe
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 25/08/2012
Código do texto: T3849123
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.