O Beijo do Demônio
Ele caminha entre nós. Passa despercebido por todos. Ele é carinho quando quer. É brutal quando não quer. Sabe amar e tem o do de odiar. Para as jovens ninfas é sedutor, atraente e sempre se apresenta como um galã senhoril. Enquanto que para as mulheres maduras traja a figura de um jovem encantador. Invade o Imaginário de suas vitimas. Fala o que todas querem ouvir. Um lobo transvestido de cordeiro.
Seu nome pode ser: Lúcifer, Belzebu, Diabo! É um carrasco, executor é um monstro! Há milhares de anos a sua sombra é certa nos corações incertos. Passa o tempo que for ele não desiste da sua perversidade. Habitante da escuridão só sai à luz do dia apenas para caçar e quando abate sua presa às arrasta para as trevas de seu covil imundo.
Seu rastro é inconfundível. Sangue, carnificina, gritos e gemidos. Sua gargalhada estridente amedronta, seus apetrechos espantam. Caldeirão, gancho, fogo ardente incinerando a carne viva. Ranger de dentes faz com que as mortes se tornem um ato simples. É como que se tudo fosse natural, tão somente um ato. Seus vassalos arrastam-se ao seu redor a espera de sangue e carne, carne humanizada, retirada de corpos ainda vivos.
Espantoso, cruel é seu gesto. Sua abordagem é feito um ataque de uma ave de rapina. Envolve suas vitimas e como uma serpente se entrelaça nelas num abraço fatal. Deixando que elas sintam-se desejadas, voluptuosas, excitando-as e fazendo com que o desejo torne-se cio. Esculpindo uma tela sórdida, salivando-as num beijo ardiloso e vil.
O demônio não tem pudor, o diabo é lascivo! Ao contrario da morte ele brinca com os mortais. Deixando com que suas almas implorem para saírem dos corpos que habitam. Seu beijo é feito fel, com seu olhar fumegante e seu perfume de enxofre a sua vulgaridade acopla aos nauseantes que jazem sem esperança e fé.
O beijo do demônio é seu ultimo gesto de vida liberta, é a assinatura com linfa no pergaminho, sentenciando sua imortalidade num inferno purgo.