As Assombrações da Noite - 1ª parte
O sol já sumia no horizonte quando Julio, cansado de um dia de labuta batia as botinas antes de entrar em casa. Julio um bom moço, simples humilde, nasceu e cresceu na roça, nunca saiu dali para nada, sua mulher sempre o esperava com uma refeição quentinha, todas as noites. Ao entrar em casa seus filhos pulavam em cima dele e faziam uma algazarra, pois esperavam todo o dia pelo pai para ouvir suas histórias assustadoras. Julio ia tomar um banho rápido e se aprontar para o jantar, era a hora mais feliz do seu dia, poder estar com sua família, compartilhando o alimento e os momentos felizes. Em seguida a sessão de estórias tenebrosas. Para os filhos, não importava que seu pai fosse analfabeto, pois contava estórias como ninguém.
Naquela noite havia um luar lindo, um frio delicioso e uma lareira aconchegante. Após o jantar, Julio se reuniu como de costume com seus quatro filhos e sua esposa, que também gostava de ouvir suas prosas. E nesta noite Julio começou com uma estória que ele dizia ser verídica. Contava ele que há muitos anos atrás, sua avó contou esta estória, que na fazenda onde ela morava falava-se muito que era assombrada, e que havia uma mulher que vagava pelo fazenda, sua avó não acreditava e numa noite ela quis tirar a prova, quando todos foram deitar já pelas tantas da noite ela foi ao quintal e ficou sentada na porta da cozinha a espera da mulher. Vez ou outra tirava um cochilo, quando acordou com um barulho estranho, ao longe ela avistou uma mulher que vinha em sua direção, sua avó ficou com muito medo, pois não acretiva e no entanto estava diante de uma assombração. A assombração era uma mulher, vestida de branco, toda suja e o vestido rasgado. Ela parou em frente a sua avó e sem dizer uma palavra, entregou-lhe um coração. Sua avó atemorizada desmaiou e desde então nunca mais duvidou de assombração.
No dia seguinte encontraram a caída no chão e ao seu lado o cachorro deliciava-se com o que parecia ser carne, pois sangrava muito. E todos foram dormir na cama dos pais, pois com tanto medo não conseguiriam dormir sozinhos.
Continua...