O Cemitério de Realengo -6ª parte - final
Lá pela madrugada, todos cansados, pois não dormiram a noite toda com medo dos mortos tentando entrar na Igreja, enquanto o Padre e os homens influentes buscavam uma solução para o problema nos livros, num determinado momento havia tantos mortos no telhado da Igreja que ele cedeu e os mortos caíram dentro da Igreja. Foi um horror, todos corriam, buscando a saída e alguns foram comidos pelos mortos, nunca se viu coisa pior. Foi um corre, corre.
Finalmente o Padre encontrou a solução em um livro, dizia que se um solo sagrado fosse profanado, e abrisse um portal para os mortos virem a esse mundo, e também os vivos irem ao deles, a maneira de desfazer o feito seria lavar toda a área com água benta.
Agora havia mais um problema onde encontrar tanta água para benzer e lavar o solo. Um morador próximo do local ofereceu a água da piscina de sua casa. Agora teriam que chegarem até la sem ser atacados pelos mortos.
O Padre deu uma garrafa de água a todos os presentes e seguiram para o local, onde o Padre benzeria a água. E todos seguiram adiante e procuravam recolher qualquer vasilhame para ajudar a carregar a água.
Para passar entre os mortos eles se defendiam com a água benta que o padre distribuiu. Na rua era uma carnificina, não se aguentava mais o odor.
Finalmente chegaram a piscina e o Padre realizou a ordenança, tornando a água santa. Então todos encheram seus vasilhames dirigiram-se ao local, e sob as ordens do Padre Miguel, iniciaram a lavagem do local, trabalharam arduamente, e depois de muita labuta conseguiram terminar o serviço. Foi então que os mortos começaram a desaparecerem das ruas, das casas e finalmente todos se foram, e o portal se fechou para não mais se abrir.
Todos estavam muito cansados e ainda tinham que arrumar toda a sujeira deixada pelos mortos.
Enquanto isso do outro lado, Maria e sua família estavam cansados, porém radiantes pois iam comer. O Pai de Maria foi o primeiro a provar do fruto e viu que era muito bom, pois saciava sua fome, e em seguida todos da família comeram do fruto, outras pessoas também se aproximavam e comiam do fruto e viam que era muito bom, delicioso ao paladar, mas havia algo mais naquele fruto do que saciar a fome física.
Depois que comeram da fruta sentiram se bem, leves e de repente, abriu se um clarão no ar e eles viram a terra e compreenderam que aquela era a saída, e não perderam tempo correram até a passagem que o guardião falou e compreenderam como tinham que se qualificarem para encontrar a saída. Um por um passou para o outro lado, inclusive alguns vizinhos de Maria e também pessoas que eles não conheciam.
Felicidade, finalmente estavam de volta no seu mundo.
O despertador toca e Maria acorda assustada, achando que tinha perdido a hora de ir a escola. Quando ela vira para o lado da sua cama, ela vê uma linda orquídea.