O Cemitério de Realengo - 4ª parte

Todos estavam exaustos e famintos, mas não perdiam a esperança, a família de Maria continuava sua jornada, quando eles avistaram um faixo de luz bem distante, e começaram a seguir na direção da luz, cheios de esperança. Enquanto caminhavam, a luz ia aumentando até o ponto de encontrarem um clarão, ficando as trevas para trás.

Observaram que naquele lugar passava um rio que separava os dois lados, havia também uma ponte que ligava um lado ao outro. Eles correram para a ponte, pois acreditavam ser a saída. Ao se aproximarem constataram que havia um guardião que coordenava a travessia, indagou-o e o mesmo informou que qualquer um poderia passa da treva para a luz, mas precisava ser um desejo sincero do coração. Eles se qualificaram, pois seu maior desejo de coração era voltar para casa. Atravessaram a ponte, e o que não foi surpresa do outro lado havia um outro guardião, que os arguiu a respeito do que esperavam encontrar ali, ao que eles relataram todo o ocorrido,desde aquela noite sem luar até o presente momento, falou também de sua busca pela saída devolta para casa.

O guardião os ouviu atentamente, se comoveu com o ocorrido e se propós a ajudá-los, mas alertou-os que o mérito maior para encontrar o caminho de casa seria deles. Então o pai de Maria agradeceu muito e pediu que ele ensinasse como sair dali, ao que o guardião informou que havia uma saída e estava ali, mas que ele não poderia ajudá-los mais, apenas disse que somente os puros de coração poderiam sair daquele lugar. Então eles perguntaram como saberiam quem era puro, e o guardião disse-lhe que eles descobririam. Mais uma vez agradeceram e seguiram sua jornada, sempre esperançosos. Em todo o percurso, viam muitos grupos de pessoas, todas vestiam branco, e conversavam alegremente, e até respondiam ao cumprimento deles, viram pessoas conhecidas já falecidas e elas as reconheciam e falavam com elas. Observaram que elas pareciam felizes. E continuavam e viam lugares lindos, floridos, cheirosos, lagos,mas observaram que não haviam crianças lá. E continuavam em busca do enigma para encontrar a saída. Passaram por exércitos de pessoas, muitas pareciam bastante ocupadas, como se tivessem pressa em realizar suas tarefas. Num determinado momento todos já muito exaustos, e famintos sentaram a beira de uma estrada para descansar. As crianças adormeceram rapidamente, inclusive Maria.

Os pais ficaram olhando em volta para encontrar água e frutas, ao que inesperadamente, como que por mágica o pai de Maria avistou uma árvore ao longe. Como a árvore parecia estar a uma longa distancia o pai acordou os filhos, para irem em busca daqueles frutos.

Eles viram que parecia uma árvore diferente, pois ela brilhava muito, mas era muito atrativa, e com a fome que eles estavam, serviria qualquer coisa. Caminharam uma longa distancia e depois de algum tempo, lá estavam eles diante daquela árvore frutífera, linda, apetitosa e carregada de frutos, todos ficaram muito felizes e correram para pegar os frutos.

Continua...