O Exorcista

Era uma noite, lembro-me bem,

Da loucura que me corrompeu,

Naquele carvalho, adiante além

Esse fato macabro se aconteceu

Na fumaça branca da alva neblina,

Entre as névoas que me seguiam

Por dentro dela surge uma menina

De seus passos os vermes surgiam

Aproximou-se e a mim só dizia,

Ser um espírito de séculos atrás,

A virgem garota agora possuía

Retirando da sua alma toda paz!

- Diga-me seu astuto velhote,

O que faz nas terras longínquas?

Conheço-te é o padre fracote

No passado dobrei-te as línguas!

-Quem és tu? Então respondi,

Me farta todo o teu simbolismo,

Agora que eu o encontrei aqui

Começaremos este seu exorcismo

- Padre sou a voz que não mudas,

Desde os tempos tão antigos,

Sou eu que possui ao servo Judas

Na terra somos velhos amigos

Neste instante seu olhar mudou,

Um diabólico semblante nascia,

Ergueu as mãos e assim blasfemou

Sua desgraça e infinita agonia.

- Que me importa, assim seja

Disse-lhe com a voz limpa e calma

Vil serpente que ao pó rasteja

Libertai-vos essa nobre alma.

Beijei a cruz que eu carregava,

Orei em silencio para Deus,

Retirando a batina que pesava

Junto a esses ombros meus!

Com a voz abençoada em oração

Dirigi com a bíblia o comando,

-Maldito demônio pela compaixão

Saia deste corpo eu vós mando

-Padre, teu Deus morreu na cruz,

Replicou a besta com certo furor,

Nas trevas se apagará toda luz,

Pois o ódio consumirá o amor

Em risos o demônio dançava,

Proferindo sua maligna profecia,

De joelhos eu só implorava,

-Liberte a garota de tanta agonia

- De nada adianta o teu esforço

Zombou-se o anjo infernal,

Padre, tua corda está ao pescoço,

Venha sentir o prazer carnal

Aquela criatura despiu a menina

No frio que a noite acalenta,

Pobre criança!Sua maldita sina,

Possuída pela hoste nojenta!

-Venha a mim padre, a menina

Já ardeu na febre da solidão,

Viste? Essa sua virginal vagina,

Venha consumir uma felação!

-Basta! Entoei em alta voz,

Teu destino nunca fora santo,

Deus será agora o teu algoz,

Debaixo de seu celeste manto

As palavras pareciam afetá-lo

O demônio contorceu-se na dor,

-Veja demo Deus está a julgá-lo

Livre essa garota agora opressor!

Por fim, a garota se levantou,

-Padre salve minha alma do fel,

Para o penhasco ela se lançou,

E morreu na queda vendo o céu

Anos passaram desde o ocorrido

Até o momento tudo teve fim,

Um menino passou tão esbaforido

Virou-se e disse: Lembra de mim?

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 21/08/2012
Código do texto: T3840845
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.